Mário de Andrade: conheça suas obras e características - Hexag Medicina
19/03/2024 Artes

Mário de Andrade: conheça suas obras e características

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Mário de Andrade: conheça suas obras e características

O escritor Mário de Andrade se tornou um dos principais nomes da primeira geração modernista. Nascido em 9 de outubro de 1893, em São Paulo, desenvolveu uma obra com forte nacionalismo crítico e valorização da linguagem coloquial. Sua obra mais famosa é Macunaíma. Continue lendo para saber mais. 

A vida de Mário de Andrade

Nascido em 9 de outubro de 1893, em São Paulo, Mário de Andrade é um dos principais nomes da primeira fase modernista brasileira. Voltou sua obra para arte e cultura brasileiras. 

Em 1922, estudou piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Trabalhou como professor de História da Música e da Estética nesse mesmo conservatório. 

Também em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, dando início ao Modernismo no Brasil. Nessa fase escreveu para periódicos como:

  • A Gazeta;
  • Jornal do Comércio; 
  • A Cigarra. 

A fotografia também foi um interesse artístico de Mário de Andrade, ele se dedicou a essa forma de expressão com intensidade entre 1923 e 1931. Empreendeu uma viagem para a Amazônia e o Nordeste, em 1927, para registrar as culturas locais. Dedicou-se ainda ao estudo do folclore brasileiro e foi crítico literário.

Cargos públicos e realizações 

Mário de Andrade ocupou o cargo de diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, entre 1935 e 1938. Ajudou na criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1936. Em 1938, ocupou o cargo de diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. 

O escritor foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores (Abre), que fazia oposição ao Estado Novo (1937-1945). Mário de Andrade faleceu em 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo. Sua obra foi reconhecida e aclamada pela crítica especializada. 

Características da obra de Mário de Andrade

Mário de Andrade é um dos principais nomes da primeira geração modernista. Dessa forma, suas obras possuem características dessa fase, como: 

  • Forte nacionalismo crítico;
  • Liberdade formal;
  • Antiacademicismo; 
  • Resgate do folclore brasileiro;
  • Busca por uma identidade nacional; 
  • Regionalismo; 
  • Releitura de símbolos de nacionalidade; 
  • Crítica sociopolítica;
  • Uso de linguagem coloquial. 

Obras de Mário de Andrade

Década de 1920: 

  • Há uma gota de sangue em cada poema (1917);
  • Pauliceia desvairada (1922);
  • A escrava que não é Isaura (1925);
  • O losango cáqui (1926);
  • Primeiro andar (1926);
  • Amar, verbo intransitivo (1927);
  • Clã do jabuti (1927). 

Década de 1930: 

  • Remate de males (1930);
  • Modinhas imperiais (1930);
  • Belazarte (1934); 
  • Música, doce música (1934); 
  • O Aleijadinho e Álvares de Azevedo (1935).

Década de 1940

  • Poesias (1941);
  • O movimento modernista (1942);
  • O empalhador de passarinho (1944);
  • Contos novos (1947). 

Macunaíma: a principal obra de Mário de Andrade

A obra mais famosa de Mário de Andrade é Macunaíma, esse livro se tornou um dos mais emblemáticos do modernismo brasileiro. Possui forte caráter antirromântico e irônico. Diferentemente das obras românticas, nesse livro o protagonista é um herói (ou anti-herói) indígena sem nenhum caráter.

Ao longo da obra fica evidente que Macunaíma é preguiçoso e adepto de “brincar” (eufemismo para referir-se ao ato sexual). O personagem é um indígena brasileiro que passa por algumas aventuras, mas não é valente. A sua característica mais marcante é ser esperto, ou seja, desonesto. 

Representação não idealizada

A figura do herói indígena nas obras românticas tem o objetivo de representar o povo brasileiro, mas o faz de forma idealizada. Por sua vez, em Macunaíma, Mário de Andrade também busca por essa representação, mas sem a idealização. A identidade brasileira é enfatizada a partir de um olhar crítico. 

O foco passa a ser das referências indígenas e africanas na cultura brasileira. Torna-se possível a coexistência de seres folclóricos como Curupira e Ci (Mãe do Mato) com o grande centro urbano e industrial de São Paulo. Os contrastes são evidenciados.

História de Macunaíma

Macunaíma, ainda criança, se torna um “príncipe fogoso” a partir de um acontecimento fantástico. Então ele “brinca” com Sofará que é companheira de seu mano Jiguê. Algum tempo depois, ele conhece Ci, a Mãe do Mato, e com ela tem um filho.

O anti-herói indígena aconselha seu filho a crescer depressa para poder ir para São Paulo ganhar bastante dinheiro. Contudo, o pequeno curumim acaba falecendo. Ci, então, presenteia o amado com uma muiraquitã. Ela então sobe ao céu através de um cipó para se tornar uma estrela.

São Paulo

Em um dado momento, Macunaíma perde o amuleto que recebeu de si. A pedra acaba com o gigante comedor de gente, Venceslau Pietro Pietra ou Piaimã. Decidido a recuperar a muiraquitã, Macunaíma decide ir a São Paulo.

Acompanhado pelos manos Jiguê e Maanape, Macunaíma chega a São Paulo e precisa então enfrentar o gigante e a companheira dele, Ceiuci. Com o amuleto em mãos, Macunaíma e seus irmãos retornam para o local de seu nascimento, a beira do Uraricoe. 

Uiara

Vei, a Sol, deseja que Macunaíma caia nos braços da sereia dos rios e lagos, Uiara. Isso porque Macunaíma rejeitou uma de suas filhas. A sereia seduz o anti-herói e devora partes do seu corpo. 

Conclusão

Elementos das culturas indígena e africana, assim como situações fantásticas revelam a identidade nacional lançando luz a respeito do caráter do povo. A imagem heroica ou anti-heroica de Macunaíma é construída através do uso de elementos como:

  • Erotismo;
  • Esperteza;
  • Preguiça;
  • Misticismo. 

Gostou de saber mais sobre Mário de Andrade e sua obra? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

Retornar ao Blog