Nos últimos anos, a busca por cirurgias plásticas e procedimentos estéticos no Brasil chegou a um patamar preocupante.

Cada vez mais pessoas buscam por formas de mudar o rosto e o corpo em uma velocidade que antes era inimaginável. O desenvolvimento de técnicas que não necessariamente envolvem cirurgia permitiu essa configuração. Acompanhe e saiba mais.

A grande busca por procedimentos estéticos no Brasil

O número de procedimentos estéticos realizados no Brasil vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Em parte é um reflexo do desenvolvimento de técnicas que tornaram mais rápida a obtenção de mudanças em traços e formatos do rosto e do corpo.

O desejo por alterar a própria imagem pode ser observado em homens e mulheres de diferentes faixas etárias. A pressão social por ter uma imagem padronizada contribui para que esse desejo seja impulsionado. 

Os primórdios dos procedimentos estéticos e cirurgias plásticas

Os primeiros procedimentos estéticos foram registrados no século VI, na região em que hoje está a Índia. Esses procedimentos consistiam em retirar pele da testa para a reconstrução de narizes que haviam sido mutilados como condenação de crimes. O objetivo era bem diferente das motivações atuais.

A cirurgia plástica moderna, por sua vez, foi desenvolvida após a Primeira Guerra Mundial. A medicina se voltou, nesse período, para criar técnicas de reconstrução do rosto dos soldados feridos. 

Cirurgia plástica como ferramenta embelezadora

Somente na década de 1940, a cirurgia plástica passou a ter um viés de beleza. A atriz Marilyn Monroe teria passado por algumas intervenções para potencializar atributos naturais. 

Com o passar dos anos e o desenvolvimento de novas técnicas, os procedimentos e cirurgias plásticas se popularizaram. Atualmente, há opções com preços acessíveis para diferentes camadas da população. Os brasileiros lideram a lista de busca por esse tipo de procedimento, na sequência estão os norte-americanos e os mexicanos. 

Pacientes cada vez mais jovens

O que acendeu o alerta de especialistas sobre a busca desenfreada por procedimentos estéticos e cirurgias plásticas é a faixa etária dos pacientes. A idade média daqueles que desejam mudanças em seus rostos e corpos está cada vez mais baixa. 

Segundo dados de uma pesquisa realizada pela empresa de análise de mercado HSR, 80% dos indivíduos com idade entre 18 e 25 anos desejam fazer algum procedimento estético. O desejo de mudança pode ser desde um procedimento leve até uma cirurgia clássica e invasiva. 

Algo curioso é que esse número é menor do que a porcentagem entre as pessoas com mais de 40 anos. Entre esse público, 60% manifestaram o anseio por uma cirurgia plástica ou procedimento. Depois dos 60 anos, 40% dos entrevistados desejavam alterar características físicas através de procedimentos e cirurgias plásticas. 

As redes sociais e o aumento da busca por procedimentos estéticos e cirurgias plásticas

Ao mesmo tempo em que ampliaram o acesso das pessoas a informações, as redes sociais também criaram um fenômeno de massificação. Para muitas pessoas é comum passar longas horas do dia acompanhando postagens de celebridades que parecem estar sempre na melhor forma.

Também se tornou comum usar filtros que alteram as formas do rosto e do corpo nas fotos. Esses são alguns fatores que ajudam a potencializar o desejo por intervenções cirúrgicas e procedimentos estéticos. 

Obviamente a decisão de passar por um procedimento, especialmente os mais invasivos, é complexa. No entanto, existe relação entre essa opção e o uso das redes sociais. Essa é uma conclusão a que chegaram alguns estudos realizados com foco na investigação desse tema. 

Padrão de beleza impossível

A busca de muitos pacientes que se submetem a procedimentos estéticos e cirurgias plásticas tem como foco um padrão de beleza impossível de ser alcançado. Muitos pacientes estão buscando por uma pele sem poros, sem olheiras, sem rugas, sem flacidez, sem celulite entre outros.

O uso de plataformas de videoconferência e fotos editadas em redes sociais levou as pessoas a se verem de uma forma que não são. Fora dessas telas e sem esses efeitos, esses indivíduos têm dificuldade de reconhecer a si mesmos. A autocrítica em relação à própria imagem aumentou consideravelmente. 

Redução do uso de redes sociais

Uma atitude que pode ajudar a reduzir essa sensação de que há algo errado com a própria imagem é usar as redes sociais por menos tempo. O ideal é evitar perfis que promovam a busca por um padrão de beleza irreal e inalcançável. 

Além disso, é crucial desenvolver um pensamento crítico que questione as imagens que estão sendo vistas nas redes sociais. Muitas dessas imagens são editadas especialmente para transmitir um padrão de beleza idealizado. 

Procedimentos estéticos e cirurgias plásticas são errados?

Não, mas é importante que as pessoas que decidem se submeter a esses processos saibam exatamente porque estão tomando essa decisão. A imposição de um padrão de beleza irreal não pode ser o motor para uma mudança tão significativa.

Será que a insatisfação que está motivando essa mudança está realmente fundamentada em algo palpável? Há um motivo real para que esses procedimentos sejam realizados e haverá alguma recompensa verdadeira para isso? São questionamentos que precisam ser feitos.

Gostou de saber mais sobre o panorama de procedimentos estéticos e cirurgias plásticas? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!