Ela ainda existe! Vamos falar sobre a intolerância religiosa no Brasil
A intolerância religiosa no Brasil é um assunto bastante atual e que foi tema da redação do Enem em 2016. Por ser uma questão de grande relevância para a sociedade brasileira, pode aparecer novamente em questões do exame nacional e de vestibulares.
Continue lendo para saber mais a respeito da intolerância religiosa, suas causas e consequências.
Por que existe intolerância religiosa no Brasil?
Vivemos em um país multicultural e as crenças religiosas fazem parte da bagagem cultural das pessoas. Mas, ainda assim, muitos casos de intolerância ligadas a esse tema acontecem com frequência no Brasil. As religiões de matriz africana, como candomblé, umbanda, quimbanda, entre outras, acabam sendo os principais alvos dos intolerantes.
A intolerância pode se manifestar de diversas formas, incluindo piadas e discriminação, chegando até a consequências mais grave, como a violência e a agressão. E é preciso deixar claro que nenhuma forma deve ser aceita, pois todas violam a liberdade de cada indivíduo de seguir as suas crenças.
A raiz da intolerância religiosa em nosso país vem do descobrimento. Na época, os portugueses que chegaram ao Brasil logo impuseram a religião católica aos índios e, posteriormente, aos negros vindos da África para serem escravizados. Aqueles que se mantinham fiéis às suas religiões precisavam fazer em sigilo para evitar punições.
Por mais que o Brasil seja um país majoritariamente católico e evangélico, precisamos ter a consciência de que outras religiões existem e devem ser respeitadas. Inclusive, é válido mencionar o preconceito sofrido também por aqueles que não possuem qualquer crença, como ateus e agnósticos.
Linha do tempo da intolerância religiosa no Brasil
Para compreender melhor a origem da intolerância religiosa no Brasil, confira uma linha do tempo que mostra como os seguidores de crenças diferentes do catolicismo eram tratados ao longo da história.
Período Colonial – De 1530 a 1815
Quando o Brasil se tornou colônia de Portugal, padres Jesuítas vieram ao nosso país para catequizar os índios. As crenças deles eram consideradas como malignas pelos portugueses. Algum tempo depois, com o início do tráfico negreiro, a mesma prática foi realizada com os negros.
Período Joanino – De 1808 a 1820
Com a vinda do regente Dom João para o Brasil e a abertura dos portos para nações consideradas amigas, muitos ingleses vieram viver aqui. E a religião predominante na Inglaterra é o anglicanismo, que é protestante. A segregação religiosa era mantida até após a morte das pessoas, pois havia cemitérios para católicos e outros para protestantes.
Primeiro Reinado – De 1822 a 1831
Em 1824 foi outorgada a primeira Constituição do Brasil. Uma das determinações do documento foi que a religião católica era a oficial do país. Qualquer outro tipo de culto não poderia ser realizado em espaços públicos. Os locais em que pessoas fossem se reunir para celebrar outros tipos de crenças não poderiam conter qualquer símbolo em sua fachada.
Segundo Reinado – De 1840 a 1889
Durante o Segundo Reinado, muitos imigrantes alemães chegaram ao Brasil. Com isso, vários pastores da Igreja Luterana vieram para abrir templos e acolher os seguidores da religião fundada por Martinho Lutero. Curiosamente, a construção da Igreja Luterana de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, contou com o apoio do imperador Dom Pedro II.
Período Republicano – De 1889 até os dias atuais
Com a Proclamação da República em 1889, e a criação de uma nova Constituição em 1891, houve uma separação entre o Estado e a Igreja. Com isso, a proibição da construção de templos que não fossem católicos deixou de existir. Porém, isso não foi suficiente para que as perseguições religiosas continuassem acontecendo.
Como a intolerância religiosa no Brasil pode ser vencida?
Como qualquer outro tipo de preconceito, a melhor forma de vencer a intolerância religiosa é através da informação. Quanto mais as pessoas conhecerem outras religiões e entenderem que nenhuma visa desejar o mal do outro, mais o respeito será fortalecido.
Muitos ativistas da causa lutam para que as religiões de matriz africana tenham mais espaço nos estudos de história do Brasil nas escolas. Essa é uma maneira de informar os alunos e contribuir para que se tornem cidadãos que respeitam as diferenças.
Cada um de nós pode contribuir propagando o respeito a todas as crenças e nos mostrando contrários a qualquer tipo de discriminação. Inclusive, é importante lembrar que intolerância religiosa é crime desde 1989, quando a Lei nº 7.716 foi aprovada. Em 1997 ela passou por uma alteração e se tornou a Lei nº 9.459.
Se deseja disseminar a informação e ajudar a combater a intolerância religiosa no Brasil, comece compartilhando este conteúdo em suas redes sociais!
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