O que é o lockdown?
O início da pandemia de Covid-19 fez com que boa parte da população brasileira descobrisse o que é lockdown em 2020. Porém, embora esse termo seja bastante usado em muitos estados brasileiros, é importante conceituá-lo de forma mais profunda. É necessário entender o que é essa medida e qual a sua diferença em relação ao distanciamento social.
Afinal, o que é lockdown?
A palavra inglesa lockdown pode ser traduzida para o português como bloqueio total ou confinamento. Consiste em um conjunto de medidas rígidas adotadas pelo governo em situações excepcionais, como no caso de proliferação de uma doença infeciosa como a Covid-19. O objetivo do lockdown é conter a propagação do coronavírus.
A primeira vez em que o termo lockdown foi empregado em um sentido próximo ao atual foi na década de 1970. Nesse momento, a expressão indicava uma situação de isolamento obrigatório de detentos de hospitais psiquiátricos e penitenciárias por motivos de segurança.
O conceito atual de lockdown
O entendimento atual de lockdown é o de um bloqueio total como uma forma de garantir a segurança de populações em situações imprevisíveis que desestabilizam a normalidade social. O cidadão recebe a orientação de manter o distanciamento social e recomenda-se que não frequente ambientes em que haja aglomeração.
O poder público passa a ter autonomia para amplificar a fiscalização e controlar fronteiras, com a possibilidade de penalizar cidadãos que desrespeitem as medidas de isolamento social.
Lockdown e distanciamento social: qual é a diferença?
A diferença entre lockdown e distanciamento social está no fato de que o primeiro se caracteriza como uma decisão imposta pelo governo, ou seja, é uma norma legal. Por sua vez, o distanciamento social é uma escolha do indivíduo, uma ação voluntária. Além disso, é importante ressaltar que esse distanciamento pode ser seletivo ou ampliado.
O distanciamento social seletivo é também chamado de isolamento vertical, nesse caso, permanecem isolados apenas os que fazem parte do grupo de risco. O distanciamento social ampliado é aquele em que está inserida toda a população, exceto os trabalhadores de áreas essenciais. Os supermercados, farmácias e serviços de entrega podem continuar atendendo, mas com restrições.
O objetivo do distanciamento social é reduzir a propagação de uma doença, evitando que haja contato entre as pessoas. Nesse contexto, o lockdown se mostra o nível mais elevado de isolamento.
Os serviços essenciais (como farmácias, hospitais, supermercados, atividades de segurança pública e defesa civil) podem continuar funcionando, contudo, é feito o isolamento do perímetro, impedindo a entrada e a saída de pessoas do local.
A fiscalização para evitar o acesso às áreas bloqueadas é realizada por profissionais de segurança. O lockdown apresenta como principal desvantagem o alto custo econômico e uma maior vulnerabilidade daqueles que são menos favorecidos. Contudo, não existe uma configuração padrão de bloqueio total, de maneira que podem ocorrer algumas exceções. Basicamente, depende do que constar nos decretos de governos e prefeituras.
Por que isolar a população é importante?
A transmissão do novo coronavírus se dá através do contato com objetos contaminados, comunicação direta com pessoas infectadas ou através de secreções. O risco é grande, em especial pela existência de indivíduos assintomáticos, que são aqueles que transmitem o vírus sem saber que o estão fazendo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o isolamento social é a maneira mais efetiva de conter a propagação do vírus, uma vez que não existe um tratamento para a Covid-19. Além disso, é indicado que sejam adotadas medidas não farmacológicas como higienizar as mãos e usar máscara.
Lockdown no Brasil
No final de abril de 2020, um estudo realizado pelo Imperial College de Londres, na Inglaterra, determinou que o Brasil estava entre os países com as maiores taxas de contágio do planeta. Naquele momento, um portador do vírus poderia transmitir para até três pessoas.
Os especialistas desse centro de estudos renomado na área de epidemiologia alertaram que, se não fossem adotadas medidas de isolamento social, haveria colapso do sistema de saúde. Ou seja, o número de infectados seria bastante superior à capacidade de atendimento do país.
Isolamento no Brasil no decorrer do tempo
Diversos estados e cidades do país adotaram o regime de quarentena assim que houve a notificação dos primeiros casos da doença. O índice de isolamento variou entre 62% e 54% na primeira semana (de 22 a 28 de março de 2020). Porém, com o passar do tempo, muitas pessoas deixaram de seguir as recomendações de isolamento em diferentes pontos do Brasil.
O percentual se manteve abaixo do esperado entre os meses de março e abril de 2020. Nesse período, menos da metade da população obedeceu à recomendação de manter o isolamento. Nesse período houve um aumento significativo no número de casos e mortes por Covid-19. No dia 9 de maio de 2020, o Brasil chegou à triste marca de 10 mil mortos e 155 mil infectados.
No dia 18 de maio de 2020, o Brasil passou a ser o terceiro país do mundo com o maior número de infectados pelo novo coronavírus. Foi nessa situação que se recomendou o bloqueio total. A instrução publicada no boletim epidemiológico n°8 do Ministério da Saúde apontava que o isolamento social seria positivo para reduzir a curva de casos e prevenir o colapso do sistema de saúde.
Agora você já sabe o que é lockdown. Para conferir mais conteúdos informativos sobre temas da atualidade, fique ligado no blog do Hexag Medicina!