O que é transição demográfica?
Em 1929, Warren Thompson (1887-1973) desenvolveu o conceito de transição demográfica. O objetivo era a contestação da Teoria Demográfica Malthusiana, tomando por base a matemática. Resumidamente, diz respeito às variações das taxas de mortalidade e natalidade em sociedades específicas. No artigo a seguir você poderá saber mais a respeito.
Transição Demográfica: o que é?
O conceito refere-se à oscilação das taxas de crescimento e as variações populacionais. Usando como base a matemática, Warren Thompson delineou o conceito de transição demográfica em 1929 para contestar a Teoria Demográfica Malthusiana.
De acordo com a teoria desenvolvida pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834), no final do século XVIII, a população tinha um ritmo de crescimento superior à capacidade de produzir alimentos.
Thompson demonstrou, através do conceito de transição demográfica, que na verdade não existe esse crescimento populacional acelerado e sim oscilações periódicas. Logo, há alternância entre os crescimentos e as desacelerações demográficas. Inclusive, podem existir alguns momentos de estabilidade.
Segundo esse conceito, depois de um período de explosão populacional ocorre um período de estabilização em decorrência das mudanças das taxas de mortalidade e natalidade. Para que seja possível entender totalmente o que propõe o conceito de transição demográfica é necessário conhecer outros conceitos que explicaremos melhor a seguir.
Taxa de natalidade e taxa de mortalidade: o que são?
Os conceitos de taxa de natalidade e taxa de mortalidade são cruciais para compreender o que diz o conceito de transição demográfica. Thompson usou como base para elaborar esse conceito a referência histórica da Revolução Industrial. Antes desse marco histórico, as taxas de natalidade e mortalidade eram altas. Isso significa que havia certa estabilidade demográfica.
A Revolução Industrial foi responsável pela modernização dos países que hoje são os mais desenvolvidos do planeta. Essa modernização se refletiu em melhores condições de vida para a população. Isso levou ao aumento da expectativa de vida, reduzindo, assim, as taxas de mortalidade. Em um curto espaço de tempo a população teve um aumento considerável.
Conheça os estágios de oscilações entre mortalidade e natalidade
Observando o desenvolvimento das sociedades industriais foi possível identificar três estágios de oscilações entre mortalidade e natalidade. Confira abaixo mais detalhes sobre esses estágios.
Primeiro estágio
O primeiro estágio pode ser observado em sociedades tradicionais, possui elevadas taxas de natalidade e mortalidade. O crescimento demográfico nessas condições é bastante tímido, quase nulo. Essa característica pode ser observada somente em alguns países subdesenvolvidos atualmente, em particular nas nações voltadas para atividades rurais.
Segundo estágio
Nesse estágio destaca-se o desenvolvimento industrial, social e econômico das populações. É o estágio mais característico da modernidade. Há rápido decréscimo das taxas de mortalidade. Paralelamente, as taxas de natalidade demoram a ser reduzidas. Nesse estágio há crescimento populacional acelerado.
Terceiro estágio
Nesse estágio, a principal característica é o desenvolvimento urbano e o uso mais consciente de métodos contraceptivos, o que leva à diminuição das taxas de natalidade.
O fato da mulher ter se inserido no mercado de trabalho contribuiu para esse estágio. Com a fecundidade reduzida, o crescimento demográfico permanece moderado. Nosso país se encontra nesse estágio de evolução populacional.
Quarto estágio
Estágio considerado moderno em que as taxas de natalidade e mortalidade permanecem baixas. O crescimento demográfico é próximo de zero. Diversos países desenvolvidos estão nesse estágio.
Geração Baby-Boom: exemplo para entender a transição demográfica
Os Aliados consagraram-se vencedores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), derrotando, assim, a Alemanha, Itália e Japão. Os Estados Unidos certamente é o país do lado dos vencedores que melhor saiu do conflito. O país passou por uma significativa evolução financeira e política. As condições de vida da população norte-americana melhoraram bastante.
Entre os anos de 1946 e 1964, ocorreu um fenômeno chamado de “baby-boom”. Basicamente, nesse período do pós-guerra a população teve muitos filhos, os baby-boomers. Muitos demógrafos concordam que esse foi um movimento espontâneo de uma sociedade que desejava repor aqueles que tiveram suas vidas ceifadas pela guerra.
O crescimento demográfico ocorreu rapidamente com o aumento da natalidade e uma baixa taxa de mortalidade. Na sequência, houve um período de queda das gestações.
Nas gerações seguintes, as taxas de crescimento populacional caíram consideravelmente. Esse é um exemplo de transição demográfica em que houve um período de explosão do número de nascimentos, seguido por um período de estabilização demográfica.
Quais são as consequências da transição demográfica?
O fato das sociedades terem mais acesso à saúde e qualidade de vida tornou a transição demográfica um processo natural. Contudo, mesmo que esse processo seja até esperado, também traz consequências. O envelhecimento da população é a principal consequência da finalização desse processo.
A estabilização das taxas de natalidade e mortalidade levam a esse envelhecimento populacional, haja vista que a expectativa de vida aumenta. Nesse cenário, há queda da população economicamente ativa, gerando dificuldades para que os governos administrem a previdência social. Por isso, governos de países europeus estão incentivando suas populações a ter filhos.
No entanto, até chegar a essa fase, o país aproveita um tipo de bônus demográfico em que ocorre queda de nascimentos, mas a população predominante ainda não está na terceira idade. É um momento de grandes oportunidades para empresas e para as sociedades.
Agora você já sabe o que é transição demográfica!