China e Estados Unidos, atualmente, são as duas principais economias mundiais. O crescimento econômico da China, nos últimos anos, acirrou o clima de tensão entre as duas nações, pois representou uma ameaça à hegemonia estadunidense. 

No artigo a seguir iremos apresentar alguns pontos a respeito dessa conturbada relação. 

China e Estados Unidos: qual é a origem dos conflitos?

Há relatos de desavenças entre os países durante os séculos XVIII e XIX. Contudo, tensões e conflitos atuais entre as nações tem sua origem em meados do século XX. Em 1949, Mao Tsé-Tung chegou ao poder na China e fundou a atual República Popular da China (RPC). 

Um regime socialista foi adotado mediante a vitória do Partido Comunista na Revolução Chinesa. Nesse cenário pós-Segunda Guerra Mundial, o mundo estava dividido em dois blocos: capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e socialista (liderado pela URSS).

Os Estados Unidos apoiaram os nacionalistas chineses, o lado que não saiu vitorioso na Revolução Chinesa. As duas nações estavam em lados opostos e isso bastou para reforçar as tensões políticas e econômicas. 

A China rompeu relações com a União Soviética, na década de 1960. Houve uma reaproximação entre China e Estados Unidos nesse momento. Em 1972, o então presidente estadunidense, Richard Nixon, visitou a China. 

A questão de Taiwan

Os Estados Unidos e Taiwan assinaram, em 02 de dezembro de 1954, um acordo de defesa mútua, o Acordo de Taipei. O contexto era o da Guerra das Coreias. Porém, existe um impasse entre Taiwan e China desde o século XVII. A nação asiática governou a ilha por praticamente dois séculos. 

A China, desde então, reivindica Taiwan como parte do seu território. A ilha é considerada uma província rebelde. Por sua vez, os taiwaneses consideram a ilha como um país independente. 

Em 1978, China e Estados Unidos retomaram, oficialmente, as boas relações. O último assegurou ao primeiro que, a partir de então, o Acordo de Taipei seria considerado sem validade. Também ficou garantido que Taiwan seria reconhecido como parte do território da China. A questão de Taiwan, no entanto, continuou gerando tensão. 

O grande crescimento econômico da China

Na década de 1980, a China passou por uma grande ascensão econômica em decorrência das reformas instituídas pelo então presidente Deng Xiaoping. Mao Tsé-Tung faleceu em 1976. 

A China adotou o socialismo de mercado. Seu regime político ainda é socialista, mas sua economia adota medidas capitalistas. No final dos anos 1990, a China se consolidou como grande exportador de produtos manufaturados. 

Em 2001, a China foi aceita na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em 2008, tornou-se a segunda maior economia do planeta. 

Relação econômica entre China e Estados Unidos

As relações econômicas entre Estados Unidos e China se estreitaram, especialmente no final do século XX. No começo deste século, países asiáticos, especialmente a China, se tornaram compradores das ações do Tesouro dos Estados Unidos. Isso levou a uma acumulação de divisas internacionais entre as nações. 

Paralelamente, aumentou o volume de investimentos estrangeiros, provenientes dos Estados Unidos, direcionados à China. Em 1996, foram 7 bilhões de dólares. Esse número ultrapassou os 20 bilhões em 2008. Os investimentos chineses nos Estados Unidos cresceram a partir de 2009 e em 2016 chegaram a 48 bilhões de dólares. 

A China passou a ser um dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, 20% de tudo o que os Estados Unidos compra do mercado internacional é de origem chinesa. No entanto, mais recentemente esse perfil mudou consideravelmente. 

As relações atuais entre China e Estados Unidos

Atualmente, China e Estados Unidos têm relações tensas nos âmbitos comercial e político. Em 2016, com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, as relações entre as nações ficaram ainda mais frágeis. Em 2018, Trump anunciou a imposição de tarifas sobre os produtos importados da China. 

A China respondeu na mesma moeda e impôs tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos. O avanço tecnológico da China no campo das telecomunicações também tem gerado desconfianças por parte dos Estados Unidos. 

Grandes empresas chinesas como a Huawei foram acusadas de espionagem em 2019. Em 2022, a congressista norte-americana Nancy Pelosi visitou a ilha de Taiwan, algo que foi entendido como uma provocação pela China. 

Resumo sobre as relações entre China e Estados Unidos

• China e Estados Unidos tem uma relação conflituosa nos âmbitos econômico e político.
• Algumas das disputas atuais estão relacionadas a questões do século passado. 
• Os Estados Unidos apoiaram os nacionalistas durante a Revolução Chinesa. 
• O país norte-americano também assinou um acordo de proteção mútua com Taiwan. Esse território é considerado uma província rebelde pela China. 
• Durante a Guerra Fria, a China rompeu com a URSS e se reaproximou dos Estados Unidos. 
• Na década de 1980, os Estados Unidos reafirmaram a sua hegemonia internacional.
• Por sua vez, a China passou por reformas internas essenciais destacando a abertura econômica gradual. 
• A economia chinesa cresceu consideravelmente no final do século XX.
• A China se tornou um país relevante no cenário econômico internacional na década de 2000. 
• A indústria chinesa ganhou destaque em setores como telecomunicações e tecnologia.
• A China passou a ser a segunda maior economia do mundo. 
• Os dois países mantêm relações comerciais e diplomáticas. No entanto, o crescimento chinês é visto como uma ameaça pelos Estados Unidos. 
• Em 2018, os Estados Unidos anunciaram tarifas sobre produtos importados da China. Isso desencadeou uma guerra comercial entre os países.
• A tensão aumentou com a alegação dos Estados Unidos de que grandes empresas chinesas de telecomunicações realizavam espionagem.
• Uma das principais acusadas foi a Huawei, uma das principais empresas do ramo de tecnologia 5G. 
• Uma congressista norte-americana visitou a ilha de Taiwan, em 2022, e a China interpretou como uma provocação elevando a tensão. 

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