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07/11/2014 Atualidades

Transposição do Rio São Francisco

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Transposição do Rio São Francisco

Não é de hoje que se pensa em transpor as águas do rio São Francisco para amenizar as duradouras secas do nordeste brasileiro. Em 1877, foi apresentado um projeto que levaria águas do São Francisco até o Ceará, mais exatamente até o rio Jaguaribe, porém fora constatado que naquele momento não seria possível devido à falta de recursos técnicos para transpor o relevo da Chapada do Araripe.

Em 1995, o Nordeste passou por uma grave crise hídrica (abastecimento) e por conta disso a transposição passou a ser vista como uma alternativa plausível no combate à seca e falta d’água na região do semiárido.
As obras para transpor o “Velho Chico” (como o rio é chamado popularmente) tiveram início em 2007 e a previsão para ser entregue concluída é 2015 com um custo de R$ 8,2 bilhões. Essas obras contemplam cercas de aproximadamente 700 quilômetros de canais que ligarão a bacia hidrográfica do São Francisco a rios temporários, reservatórios e açudes. Esta estrutura visa beneficiar cerca de 12 milhões de nordestinos.

As obras são divididas em dois eixos, o Leste e Norte, o primeiro eixo (Leste) levará água do interior de Pernambuco à Paraíba, já o segundo (Norte) a água vai ser desviada do interior de Pernambuco e passará pelo Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O problema da seca é comum na região e gera consequências como lavouras perdidas, perda do gado, aumento do desemprego, êxodo rural e a chamada “indústria da seca”. Esta última é uma política muito antiga e consiste no aproveitamento desta fragilizada situação por políticos que em determinados municípios disponibilizam caminhões pipa e depois cobram esse “favor” no período das eleições.

Apesar de ter sido pensado no final do século XIX, o projeto só foi elaborado no final da década de 90 com Fernando Henrique Cardoso. Posteriormente, o plano saiu do papel no governo Lula e foi impulsionado no governo Dilma com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O projeto sempre recebeu muitas críticas dos ambientalistas desde o alto custo comparado com obras alternativas a impactos ambientais como o assoreamento do leito do rio com o desmatamento das matas ciliares, diminuição ou modificação de comunidades biológicas aquáticas.

Para minimizar os impactos do empreendimento foram previstos recursos de aproximadamente R$ 1 bilhão para programas básicos ambientais, que visam minimizar esses impactos e projetos para melhorar o saneamento básico, que ainda é jogado nos rios que compõem a bacia do São Francisco.

 

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