Utilizando neurociências e tecnologia para melhorar a aprendizagem durante a pandemia
Em 2020, nos vimos em uma situação completamente inesperada, uma pandemia que demandou uma rigorosa quarentena. De um dia para o outro, a vida como conhecíamos mudou completamente.
Compromissos rotineiros, como comparecer à escola, precisaram ser deixados no passado. A educação que antes acontecia presencialmente em uma sala de aula passou a acontecer através de telas.
A verdade é que para muitos professores o processo de adaptação a esse novo sistema foi complexo. Os educadores tiveram pouco tempo para se adaptar e até quem já tinha expertise no uso de ferramentas digitais precisou entender como esses canais poderiam servir para transmitir conhecimento.
Mesmo com o longo período nesse sistema, ainda há professores que não se sentem plenamente confortáveis com essa realidade de ensino remoto. Parte dos educadores ainda se questiona de que forma as ferramentas digitais podem ser usadas para ensinar com eficiência.
Continue lendo para entender mais sobre o uso de neurociências e tecnologias para a melhoria da aprendizagem durante a pandemia.
Neurociência
Apesar da palavra neurociência ser relativamente nova, o estudo dessa área do conhecimento é realizado desde o século XIX. E já no início dessa investigação científica, a área se caracterizava pela multidisciplinaridade.
Dentre os campos do conhecimento que contribuem com a neurociência, podemos citar a matemática, a medicina, engenharia, psicologia, química, artes, filosofia, linguística e computação.
A contrapartida da neurociência para as áreas que com ela contribuem é oferecer contribuições significativas. Outra área com que a neurociência vem flertando bastante é a educação através da oferta de soluções pertinentes.
Cada vez mais a neurociência está chegando à sala de aula. Essa ciência focada na compreensão do cérebro já sabe que a atividade cerebral está intimamente ligada ao ambiente.
O desenvolvimento do cérebro depende da cultura e um bom exemplo disso é o processo de alfabetização. Ler e escrever são aprendizados culturais. Já estão em andamento em diferentes lugares do mundo estudos tem como enfoque a educação da atenção.
Estimular o cérebro a aprender é crucial para que haja uma aprendizagem de qualidade, particularmente em um cenário como o de uma pandemia que exige isolamento social.
Neurociências e tecnologia: base científica para melhorar a aprendizagem
Como mencionamos acima, muitos professores se viram diante do questionamento a respeito de como melhorar a aprendizagem com as ferramentas tecnológicas. O caminho mais seguro a ser seguido é o do uso de metodologias e estratégias de base científica. Quando falamos em base científica estamos falando sobre metodologias estudadas, testadas e validadas.
Há também a possibilidade de usar ferramentas de automação de parte do trabalho manual realizado pelos professores. Nesse viés, a tecnologia contribuiria para aumentar o tempo de dedicação dos educadores ao ensino propriamente dito. Em diversos setores, a otimização já é uma solução adotada para reduzir as atividades braçais liberando os profissionais para focar em questões criativas.
Neurociência: lições importantes para a aprendizagem
Há diversos estudos da área de neurociência com foco na melhoria do processo de ensino. A seguir listamos algumas lições relevantes já apreendidas a partir dessas pesquisas, formas de potencializar a capacidade de ensino.
1. Emoção reforça os caminhos neurais
Já se sabe que o cérebro humano evoluiu para preservar conteúdos com carga emocional. Então, quanto mais a amígdala (porção do cérebro ligada às emoções) é ativada em uma experiência, mais chances se têm de armazenar um evento.
Sendo assim, os educadores devem procurar equilibrar o aprendizado “racional” com aspectos da vida dos alunos. Os sentimentos dos estudantes em relação ao tema abordado contribuem para que eles guardem a informação.
2. Qualidade do sono
O cérebro precisa das horas de sono para que possa se recuperar, restaurando algumas das suas regiões. Algo interessante nesse sentido é permitir que as aulas comecem um pouco mais tarde para que os estudantes tenham mais tempo para dormir.
3. O cérebro apresenta neuroplasticidade
O cérebro apresenta a capacidade de se transformar, sem que para isso seja necessário o uso de medicamentos ou intervenções. Uma das características do cérebro é a sua neuroplasticidade que possibilita que novas habilidades sejam adquiridas com o devido estímulo.
Já existem pesquisas científicas que demonstram que técnicas baseadas em neuroplasticidade contribuem para que as pessoas se desenvolvam mesmo em áreas em que tem dificuldade.
4. Plasticidade transpessoal
Outro conceito interessante da neurociência que vem sendo comentado é o da plasticidade transpessoal. Basicamente, isso significa que os cérebros do aluno e do professor podem entrar em sincronia. Contudo, é importante destacar que esse alinhamento não tende a ser longamente duradouro, desaparecendo após algum tempo.
O ideal é que os professores saibam administrar o tempo das aulas de forma a aproveitar os picos de atenção dos estudantes. Pausas e momentos para refletir sobre o que está sendo ensinado também são essenciais para intensificar a qualidade da aprendizagem.
Há diversos conceitos de neurociências e tecnologias que podem melhorar a aprendizagem dos estudantes!