Qual foi a descoberta de Emílio Ribas? História e importância para a saúde pública - Hexag Medicina
10/02/2025 Biologia

Qual foi a descoberta de Emílio Ribas? História e importância para a saúde pública

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Qual foi a descoberta de Emílio Ribas? História e importância para a saúde pública

A descoberta de Emílio Ribas foi essencial para a saúde pública brasileira. O médico sanitarista comprovou que a transmissão da febre-amarela é feita pelo mosquito Aedes aegypti. Ribas dá nome a um dos principais institutos de infectologia do Brasil, em São Paulo. Continue lendo para saber mais.

Qual foi a descoberta de Emílio Ribas?

Emílio Marcondes Ribas foi um importante médico sanitarista nascido em Pindamonhangaba, São Paulo, no dia 11 de abril de 1862. O grande marco de sua carreira foi a descoberta e comprovação de que a febre-amarela era transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Por essa descoberta se tornou um dos maiores médicos sanitaristas da história do Brasil, ao lado de nomes como Vital Brazil, Oswaldo Cruz e Adolfo Lutz. Além disso, foi um dos idealizadores do Instituto Butantan, responsável pelo fabrico da vacina Coronavac, contra a Covid-19. 

Biografia de Emílio Ribas

Como citamos anteriormente, Emílio Ribas nasceu em 1862, no interior de São Paulo. Desde cedo demonstrou interesse pela Medicina, para realizar esse sonho mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital federal. Formou-se médico em 1887 e retornou a São Paulo onde trabalhou como clínico geral.

Em certo momento da carreira, ingressou no Serviço Sanitário para o combate de epidemias de febre-amarela e peste bubônica. Faleceu, em São Paulo, no dia 19 de dezembro de 1925, com 63 anos, em decorrência de causas naturais. 

Antes de falecer, o médico disse para seus alunos de medicina que acreditava que a luta contra a febre-amarela se prolongaria por um bom tempo. Uma de suas frases foi: “Não é fora de propósito supor que amanhã seus filhos ainda tenham de combater esse terrível pernilongo.”. 

O combate à febre-amarela

Emílio Ribas iniciou sua carreira de médico como clínico geral na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo. Em 1895, foi nomeado inspetor sanitário. Diversas epidemias assolavam a região nesse período, com destaque para a febre-amarela

Em 1896, foi nomeado diretor-geral do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo. A partir de sua experiência no combate da febre-amarela, Emílio Ribas passou a acreditar que a transmissão da mesma era feita pelo mosquito Aedes aegypti

Experiências

Para comprovar que o mosquito Aedes aegypti era o responsável pela transmissão da febre-amarela, Ribas realizou experiências científicas. O trabalho experimental foi conduzido em parceria com Adolfo Lutz, que integrava o Instituto Bacteriológico do Estado de São Paulo. 

Em 1901, foi publicado o artigo “O Mosquito considerado como Agente da Propagação da Febre Amarela”. No texto, os autores discorriam sobre os estudos e a comprovação. A classe médica e a imprensa contestaram a ideia por muito tempo. Para comprovar definitivamente, Ribas conduziu um estudo com voluntários, em 1903.

O estudo

Em 1903, Ribas realizou um estudo em que voluntários se deixaram picar pelo mosquito, contraindo a doença. Assim ficou comprovada a teoria proposta pelo sanitarista. Os esforços do médico levaram à erradicação da doença no estado de São Paulo

Peste bubônica 

A grande descoberta de Emílio Ribas foi a de que a febre-amarela era transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Contudo, ele também teve importante participação no combate ao surto de peste bubônica que teve início, no Brasil, em 1899, a partir do Porto de Santos. 

Nesse período, Ribas já dirigia o Serviço Sanitário do Estado. Para combater essa doença, o médico sanitarista deu início a uma campanha de promoção de higiene pessoal e saneamento da cidade. O objetivo era reduzir o número de casos. 

Vital Brazil, um dos importantes médicos sanitaristas da época, foi acometido pela doença. Ribas foi o responsável pelo tratamento de Brazil. Os dois tornaram-se amigos, essa amizade persistiu por toda a vida. 

Soro antipestoso

Emílio Ribas alertou o Estado sobre a necessidade de fabricar o soro antipestoso localmente. Até aquele momento o soro era importado. No dia 24 de dezembro de 1899, o governo comprou uma fazenda nos arredores do Rio de Janeiro. Vital Brazil fundou nesse local, o que viria a ser o Instituto Butantan.

Tuberculose

Entre os anos de 1908 e 1909, Emílio Ribas viajou para a Europa e Estados Unidos para realizar o estudo da profilaxia contra a tuberculose. Quando retornou ao Brasil, o médico identificou que o clima em um vilarejo da Serra da Mantiqueira era ideal para o tratamento da enfermidade.

Nesse local fundou um sanatório e contribuiu para a idealização da estrada de ferro que tornaria mais fácil o transporte dos pacientes. Em 1926, houve o reconhecimento da vila sanitária como Prefeitura Sanitária de Campos do Jordão. 

Esse nome foi uma homenagem ao primeiro proprietário daquelas terras, o Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão. Mais uma doença que representava um sério problema de saúde pública que recebeu a contribuição de Ribas para o seu combate.

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