A esquistossomose é uma verminose causada pelo verme trematódeo Schistosoma mansoni. Ele é encontrado nos vasos sanguíneos do fígado e do intestino do ser humano.

Conhecida popularmente como “barriga d’água”, essa doença pode evoluir para quadros graves e até levar à morte. Continue lendo para saber mais. 

O que é esquistossomose?

A doença parasitária chamada de esquistossomose tem como agente causador o verme trematódeo Schistosoma mansoni. As formas adultas desse parasita são encontradas nos vasos mesentéricos do ser humano, o hospedeiro definitivo. Já as formas intermediárias se desenvolvem em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria. 

Inicialmente, a esquistossomose é uma doença assintomática, porém, pode evoluir para quadros clínicos bastante graves. Em alguns casos, pode levar o paciente à morte. Pelo fato de ser bastante difundida no Brasil e apresentar formas clínicas graves, essa doença possui status de grande relevância no âmbito da saúde pública.

Boa parte dos portadores dessa doença são assintomáticos. Contudo, na fase aguda, o paciente infectado pela doença pode apresentar uma série de sintomas. Ao longo do artigo explicaremos melhor o ciclo da esquistossomose assim como os seus sintomas nas diferentes fases. 

Ciclo da esquistossomose

Conheça a seguir o ciclo da esquistossomose.

Eliminação dos ovos do verme

O ser humano é o hospedeiro definitivo do Schistosoma mansoni. Os ovos do verme são eliminados através das fezes humanas. Se essas fezes contaminadas forem eliminadas na água, os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas chamadas miracídios. 

Hospedeiro intermediário 

Essas larvas então penetram nos caramujos (hospedeiros intermediários) e uma vez lá se multiplicam. Passado um período entre quatro e seis semanas, as larvas deixam o caramujo na forma de cercárias e retornam para a água. 

Retorno ao hospedeiro definitivo 

Podem viver durante certo período no ambiente aquático até que penetram novamente no ser humano por meio de sua pele ou mucosa. Após entrar no homem, esses vermes entram na circulação venosa e assim chegam ao coração e aos pulmões. 

A partir do coração, esses vermes são lançados através das artérias para diferentes partes do corpo. O ponto de localização preferencial para esse parasita é o fígado. Nesse órgão, os vermes crescem e se alimentam de sangue para então migrar para as veias do intestino. 

Ovos

Chegando ao intestino, os vermes alcançam a vida adulta e se acasalam dando início a produção de ovos. Assim um novo ciclo da esquistossomose é iniciado. 

Sintomas da esquistossomose

A esquistossomose é uma doença que apresenta duas fases: aguda e crônica. A seguir iremos apresentar cada uma das fases com mais detalhes. 

Fase aguda da esquistossomose

A fase aguda da esquistossomose representa o início da doença. Sua característica principal é a dermatite cercariana causada pela penetração das cercárias na pele. É bastante comum o surgimento de vermelhidão na pele, edema e coceira no local onde o verme entrou na pele. 

Depois de um período de um a dois meses, surgem os sintomas característicos da forma aguda da esquistossomose como: 

• Dores de cabeça;
• Febre;
• Náuseas;
• Dores musculares;
• Emagrecimento;
• Redução da força física;
• Tosse;
• Diarreia.

Fase crônica da esquistossomose

Nessa fase da doença, o fígado é o órgão que costuma ser mais afetado. A suscetibilidade do indivíduo, assim como a intensidade da infecção, podem levar a evolução da doença e acometimento dos seguintes órgãos: 

• Baço – pode apresentar aumento.
• Intestinos – esse órgão é mais comumente acometido. Pode ser assintomática ou apresentar diarréias com muco e sangue. 
• Fígado – pode apresentar aumento. 

Como o abdômen fica mais dilatado, a barriga pode ficar aumentada. Dessa condição vem o nome “barriga d’água”. 

Evolução da esquistossomose para quadros mais graves

As formas crônicas da esquistossomose geralmente têm início a partir do sexto mês após ter ocorrido a infecção e podem se prolongar por anos. Como citamos acima, podem se manifestar sintomas da progressão da parasitose em diversos órgãos. E a doença pode evoluir para graus extremos como:

• Hipertensão pulmonar e portal;
• Ruptura de varizes do esôfago;
• Ascite. 

As manifestações da doença e seu grau de severidade dependem da localização e intensidade da carga parasitária assim como da capacidade de resposta do indivíduo ao tratamento. Pode se manifestar nas seguintes formas clínicas: 

• Hepática;
• Hepatointestinal;
• Hepatoesplênica;
• Hepatoesplênica compensada;
• Hepatoesplênica descompensada. 

Outras localizações

A doença pode se manifestar ainda em outras localizações, contudo, esses casos ocorrem com menos frequência. Dentre as localizações mais relevantes podemos citar:

• Órgãos genitais femininos;
• Testículos;
• Retina;
• Pele;
• Coração;
• Tireoide. 

A esquistossomose é uma doença considerada granulomatosa, ou seja, pode aparecer em qualquer órgão ou tecido do corpo humano. 

Forma pseudoneoplásica

Essa doença pode também causar tumores que parecem neoplasias e levar ao surgimento de doença linfoproliferativa. 

Tratamento da esquistossomose

O tratamento dessa verminose é realizado com medicamentos específicos que podem curar a doença ou reduzir a carga parasitária. Os cuidados médicos são imprescindíveis para impedir que a doença evolua para formas mais graves. Nos quadros mais graves da doença, a internação ou intervenções cirúrgicas podem ser necessárias. 

Prevenção da esquistossomose

A prevenção dessa doença pode ser feita através de medidas de saneamento básico. Outras formas de prevenção são: 

• Tratamento do esgoto antes de seu despejo em lagos e represas;
• Não nadar em lagos, represas ou lagos em que vivem caramujos; 
• Não evacuar em lugares próximos a águas usadas para banho ou para consumo; 
• Se precisar adentrar em locais com água contaminada usar calças compridas, botas e luvas de borracha. 

Agora você conhece mais sobre esquistossomose. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!