Estação de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE)
As siglas ETA e ETE referem-se a estações de tratamento de água, respectivamente, a de tratamento da água para consumo humano e a de tratamento da água oriunda de esgotos. Embora, três quartos do nosso planeta sejam cobertos por água, menos de 3% é doce e grande parte dessa parcela se encontra em locais de difícil acesso, como geleiras e em regiões subterrâneas.
Exatamente por essas questões, é essencial que seja realizado o tratamento da água poluída e/ou contaminada com elementos químicos, físicos e biológicos. Tais elementos podem ser nocivos para a saúde.
Continue lendo para saber mais sobre as estações de tratamento.
Estação de Tratamento de Água (ETA)
O papel de uma ETA é tratar a água extraída de fontes naturais para o consumo humano. Em geral, esse tratamento é feito seguindo algumas etapas padronizadas. O primeiro passo consiste na captação da água e seu transporte para a estação. Chegando à estação, a água passa pela floculação.
Produtos químicos são adicionados à água nessa etapa com o objetivo de aglutinar os sedimentos presentes na forma de flocos. Essa aglutinação somente é possível através do uso de produtos como cloreto férrico ou sulfato de alumínio. Os sais são adicionados junto com outras substâncias para o controle do pH do meio, formando uma substância de aspecto gelatinoso que irá dar origem aos flocos com as impurezas coloidais.
Quando as partículas já foram totalmente aglutinadas, podem ser decantadas. Na etapa seguinte, os flocos são sedimentados, dando origem à chamada clarificação da água. O tratamento da água não considera somente o seu aspecto físico, também atua na remoção de boa parte da carga biológica por meio de filtração.
O último passo é o da desinfecção, que livra a água da carga biológica restante do processo de filtração. Os principais agentes de desinfecção usados no Brasil são o flúor e o cloro. Segundo dados do IBGE, a operação de limpeza da água atende a demanda de 80% dos brasileiros.
Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)
Uma ETE tem a função de tratar os efluentes industriais e domésticos, em outras palavras, os resíduos que são descartados no fim de um processo. A seguir vamos detalhar mais o que são efluentes domésticos e efluentes industriais.
Efluente doméstico
Os efluentes domésticos são compostos por água e impurezas decorrentes do seu uso. Dentre essas impurezas estão bactérias, matéria orgânica, sólidos dissolvidos, sólidos suspensos, vírus e nutrientes.
Efluente industrial
Nesse caso, temos a água de consumo industrial e impurezas decorrentes do seu uso. Tais impurezas variam conforme o tipo de indústria, podem conter óleos, metais pesados e outras substâncias contaminantes e de caráter tóxico.
Tratamento dos efluentes pelas ETEs
Grande parte dos efluentes, domésticos e industriais, é lançada ao meio ambiente precisando passar por tratamento para que não contamine o solo e os oceanos. Duas características que se destacam nos efluentes são o odor e a cor, bastante desagradáveis para os seres humanos. Essas substâncias podem ser perigosas.
O tratamento de efluentes é fundamental para qualquer estabelecimento que produza um volume mínimo de efluente com algum nível de perigo. Empreendimentos hospitalares e com foco em reações químicas se destacam nessa categoria.
Há diferentes tipos de tratamentos de efluentes industriais, sendo que para cada tipo de efluente há um mais indicado. Os processos de tratamento podem ser físicos, químicos e biológicos.
Processo físico do tratamento de efluentes
Nesse tipo de processo, é feita a remoção de sólidos que se encontram suspensos, sedimentáveis e flutuantes. O mecanismo consiste em realizar separações físicas, como o gradeamento, caixas separadoras de óleos e gorduras, peneiramento, flotação e sedimentação. Também é feita a remoção da matéria orgânica e inorgânica suspensa, reduzindo, dessa forma, a presença de microrganismos.
Processo químico do tratamento de efluentes
O processo se dá pelo uso de produtos químicos, como agentes de floculação, coagulação, oxidação, redução, neutralização de pH e desinfecção em etapas diferentes dos sistemas.
Os poluentes são extraídos através de reações químicas, de maneira a condicionar a mistura de efluentes que passará pelo tratamento de processos subsequentes.
Processo biológico do tratamento de efluentes
Esse tipo de processo objetiva remover a matéria orgânica que se encontra dissolvida e suspensa, convertendo-a em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos) e gases. Esse é um procedimento que reproduz os fenômenos ocorridos na natureza, porém, em um espaço de tempo mais curto.
Outras etapas de tratamento
Há outras etapas de tratamento dentro dos processos explicados acima. Em uma ETE, os efluentes passam por cinco etapas antes que possam ser devolvidos para o meio ambiente e possam ser reutilizados.
Pré-tratamento
Essa é a etapa em que o material mais grosseiro é removido, assim o efluente estará preparado para as etapas seguintes. No pré-tratamento, são usados processos como gradeamento (para reter o material sólido grosseiro) e a caixa de retenção de gordura (retém materiais oleosos). Os procedimentos são necessários para evitar danos nos equipamentos no decorrer do tratamento.
Tratamento primário
Vai um pouco mais além do que o pré-tratamento, uma vez que remove os sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais em flutuação e também matéria orgânica suspensa. Emprega-se o método de decantação simples ou de flotação.
Tratamento secundário
É uma etapa em que o objetivo é remover os sólidos finos da matéria orgânica dissolvida e que estão suspensos. Procedimento bastante usado no tratamento de esgoto, caracteriza-se por formar lagoas aeradas através da suspensão de bactérias heterotróficas que realizam a metabolização do material orgânico.
Tratamento do iodo
Iodo é um subproduto do tratamento de efluente e também leva à remoção da matéria orgânica. Conforme o tipo de efluente inicial e do processo de tratamento, a natureza do iodo varia. O procedimento de tratamento busca a redução do volume e teor de matéria orgânica.
Tratamento terciário
Tendo passado pelo tratamento secundário, o efluente pode ser utilizado para lavar ruas e até para lavar o jardim. Pode ainda passar outro tratamento para reuso interno e sem finalidade potável.
Agora você sabe o que é ETA e ETE! Navegue pelo blog do Hexag Medicina para conferir mais conteúdos informativos!