Está cada vez mais recorrente o uso de insetos predadores para o controle de pragas. O chamado controle biológico de pragas é uma etapa relevante para reduzir o impacto da presença dos insetos e os prejuízos na lavoura. No artigo a seguir, explicaremos como esse controle biológico pode ser feito. 

Controle biológico de pragas: uso de insetos predadores

A prática de controle biológico tem sido cada vez mais utilizada para reduzir as populações de pragas através de inimigos naturais. Geralmente, nesses casos há o envolvimento humano ativo para fazer essa inserção dos insetos de combate às pragas. 

Trata-se de um método em que insetos são utilizados como predadores e parasitoides. Vírus e fungos também podem ser utilizados para o controle de insetos, ervas daninhas ou doenças. Inúmeros indicadores demonstram que o controle biológico de pragas contribui com vantagens ambientais, sociais e econômicas.

O uso de insetos predadores pode se tornar autossustentável e se integra com facilidade ao ambiente de controle. Além disso, consiste em um método com despesa inicial alta, mas que ao longo do tempo oferece um custo baixo. É particularmente útil para evitar pesticidas químicos não adequados. 

Inclusive, esse método faz parte do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Esse termo diz respeito à integração de ferramentas distintas de controle como agentes químicos, agentes biológicos entre outros. 

Tipos de controle biológico

No total, existem três tipos de controle biológico realizados na agricultura que podem contribuir para reduzir as pragas de uma plantação. 

Controle biológico natural

• Caracteriza-se pela soltura de inimigos das pragas existentes na lavoura com o objetivo de controle natural.
• O equilíbrio do ecossistema é mantido.
• O objetivo central é conservar os predadores já existentes no ambiente. 
• Com esse método se evita o uso de produtos químicos que são prejudiciais.
• Porém, é essencial manter as plantas que são hospedeiras longe dos inimigos naturais, assim eles se alimentarão delas quando a praga estiver ausente. 

Controle biológico clássico

• Utilizado especialmente em culturas perenes ou semi-perenes.
• É um controle que funciona a longo prazo e que objetiva o combate de pragas exóticas que precisam ser importadas e colonização de inimigos naturais. 
• Para um resultado efetivo é necessário realizar pequenas liberações de predadores ou parasitoides.
• Dessa forma, são reduzidos os riscos de introdução de organismos indesejáveis com os benéficos. 

Controle biológico artificial

• Os predadores no controle artificial são desenvolvidos em laboratórios e em grande escala.
• É um método mais utilizado pelos produtores para combater as pragas mais rapidamente. 

O controle biológico utiliza diferentes tipos de inimigos naturais, os chamados organismos combatentes ou predadores. O termo predador se deve ao fato de que esses insetos se alimentam das pragas e não oferecem risco ao ecossistema. 

Predadores

Os insetos chamados de predadores são aqueles especializados na escolha das suas presas. Os outros insetos são generalistas. Há insetos que são inimigos naturais de pragas específicas, mas que também podem atacar insetos benéficos. 

Os insetos predadores têm vida livre e necessitam de muitas presas para completar seu ciclo de vida. Esses insetos são maiores que as pragas, por isso as matam e consomem facilmente. Um exemplo de predador muito usado em lavouras é a joaninha, um inseto coleóptero da família das Coccinellidae.

Parasitoide

Os agentes parasitoides são aqueles que possuem um estágio de vida imaturo, ou seja, se desenvolvem sobre ou dentro de um inseto hospedeiro. Esse desenvolvimento dentro do inseto acaba por matá-lo. Também podem ser predadores e têm vida livre. 

O combate da praga é feito com o desenvolvimento dentro ou sobre ela, ocorre a alimentação de fluidos corporais e órgãos. Geralmente, o hospedeiro é morto quando o parasitoide o deixa para se transformar em pupa e então se tornar adulto. Boa parte dos parasitoides é benéfica como as moscas e vespas. 

Entomopatógenos

Há entomopatógenos produzidos em massa que estão disponíveis em formulações comerciais para utilizar em equipamentos de pulverização padrão. Os produtos podem ser chamados ainda de inseticidas microbianos ou bioinseticidas. Dentre esses organismos estão vírus, fungos, bactérias, protozoários e nematoides. 

Muitos dos entomopatógenos são específicos para certos grupos de pragas e estágios da sua vida. Sendo assim, não afetam diretamente insetos benéficos e não tem toxicidade para a vida selvagem ou para o ser humano. 

Vantagens do uso de predadores para controle de pragas

Confira abaixo as principais vantagens do método de insetos predadores para controle de pragas: 

• Menor impacto no ecossistema – na maioria dos casos, o uso de predadores afeta somente a população da praga. 
• Baixo custo de manutenção – após o investimento inicial, esse é um método que costuma oferecer baixo custo. 
• Maior rentabilidade – método que pode se mostrar rentável a longo prazo. Essa é uma tática aplicada somente uma vez. 

Em resumo, o controle de pragas através da introdução de insetos predadores é uma boa estratégia para evitar gerar problemas para o ecossistema e com menor custo.

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