O que é Parasitologia?
Saber o que é parasitologia é essencial para a vida, haja vista que doenças parasitárias fazem parte da história da evolução do ser humano. Conforme a humanidade avançou em conhecimentos, reduziu consideravelmente a incidência de óbitos por doenças infecto-parasitárias, ao passo que viu aumentar a taxa de problemas decorrentes de enfermidades crônico-degenerativas.
Porém, o processo de evolução da área sanitária não se deu na mesma proporção em todas as nações. Países não desenvolvidos e em desenvolvimento ainda são assolados por doenças decorrentes de parasitas devido às más condições de higiene e sanitárias com que vivem. Uma alimentação deficitária, assim como problemas de moradia, é determinante para o aumento das doenças parasitárias.
Continue lendo para entender mais sobre parasitologia e sua relevância.
Afinal, o que é Parasitologia?
Antes de explicar o termo parasitologia, é essencial compreender como doenças infecto-parasitárias são problemáticas para o bem-estar da humanidade. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), em torno de 14% da população do planeta tem algum tipo de doença parasitária.
Embora no Brasil nas últimas décadas se tenha observado uma queda significativa nos óbitos decorrentes de doenças parasitárias, é necessário ressaltar que ainda há uma prevalência elevada. Trata-se de um reflexo direto das condições socioeconômicas a que boa parte da população está exposta.
Os números são mais elevados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, em especial nas faixas etárias extremas, particularmente nos menores de 1 ano de idade. A parasitologia é uma ferramenta que surge como uma aliada para estudar os hospedeiros, parasitas e formas de interação, visando reduzir os problemas por eles causados.
Conceito de Parasitologia
A Parasitologia é área da Biologia dedicada ao estudo de organismos que vivem por meio da relação biológica de parasitismo. Para finalidades didáticas, é objeto de estudo dessa área médica somente a relação existente entre organismos eucariotos espoliadores e o ser humano. Dessa forma, está incluído dentro da parasitologia médica os Helmintos, Protozoários e Artrópodes. Considera-se parasitismo relações íntimas e duradouras.
Essa relação tem como objetivos: proteção e/ou alimento para uma das partes. Isso quer dizer que essa relação tem, necessariamente, algum grau de dependência metabólica em que um hospedeiro oferece nutrientes e condições fisiológicas essenciais para que o parasita possa sobreviver.
Geralmente, o parasita leva a algum dano ao hospedeiro, no entanto, dificilmente ocasiona o seu óbito. Algo bastante lógico, haja vista que o parasita não teria mais benefícios se o hospedeiro falecesse. Se o hospedeiro morrer, pode significar também a morte do parasita.
Evolução dos parasitas
No decorrer dos anos, os parasitas evoluíram por meio de uma série de adaptações morfológicas, biológicas e fisiológicas que fortaleceram a sua relação com os hospedeiros. A área da parasitologia foca em estudar e compreender tais adaptações para evitar maiores prejuízos para o ser humano.
Adaptações morfológicas
No tocante às adaptações morfológicas, os parasitas passaram por degenerações com atrofias e perdas de órgãos. Um bom exemplo disso é a perda da asas pelas pulgas ao longo de sua evolução. Houve outros parasitas que, ao contrário, tiveram hipertrofia de órgãos, particularmente os de fixação, reprodução ou resistência.
Alguns helmintos, por exemplo, desenvolveram uma enzima chamada antiquinase, que atua na neutralização da ação de sucos digestivos, levando-os a resistir à ação dos anticorpos ou macrófagos. Isso permite que resistam à agressão do hospedeiro.
Adaptações biológicas
No âmbito biológico eles reforçaram as suas capacidades de reprodução, passando, então, a produzir quantidades elevadas de ovos, cistos e outras formas infectantes. Isso permitiu que esses parasitas tivessem mais sucesso na perpetuação da espécie, driblando eventuais dificuldades impostas pelo hospedeiro.
Adaptações fisiológicas
Mecanismos de reprodução dos parasitas evoluíram consideravelmente nos últimos anos, com destaque para o hermafroditismo, poliembrionia e partenogênese. Esses mecanismos tiveram papel imprescindível para facilitar a fecundação e, assim, assegurar a reprodução da espécie.
Resposta do hospedeiro
Fatores inerentes ao hospedeiro ou ao parasita podem levar a uma relação sintomática ou assintomática. Dentre esses fatores estão a quantidade de parasitas, a resposta imune do hospedeiro, a virulência e os hábitos de vida do hospedeiro. Isso quer dizer que algumas pessoas podem não apresentar sintomas, ainda que estejam servindo de hospedeiras para parasitas.
Para que fique mais claro, podemos observar o caso de infecção causada por ancilostomídeos. Se forem 10 ancilostomídeos, a doença clínica se manifestará de maneira branda ou nem se manifestará. No entanto, se forem 1.000 ancilostomídeos, então haverá o consumo de uma quantidade elevada de sangue, levando a um episódio de anemia severa.
É interessante observar que os parasitas evoluíram no sentido de causar menos dados aos seus hospedeiros. Trata-se, inclusive, de um meio de seleção natural, pois, quanto mais agressivo for o parasita, menos terá condições de se perpetuar, perdendo o seu hospedeiro. Em caso de morte do hospedeiro, é possível que o parasita também morra.
O papel da Parasitologia
A parasitologia é a área responsável por estudar de forma mais analítica a questão dos parasitas e a relação que eles estabelecem com os hospedeiros. Cabe, ainda, à parasitologia médica estudar o vetor de transmissão e como reduzir a sua incidência.
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