O que são estalactites e estalagmites? Quais as diferenças?
Quando pensamos em cavernas, é natural pensar em estalactites e estalagmites, embora, nem sempre saibamos seus nomes e as diferenças entre ambas as formações. Basicamente, são objetos pontiagudos que despontam horizontalmente no teto (caso das estalactites) e do solo (caso das estalagmites).
Continue a leitura para entender o que são, como se formam e quais são as diferenças entre os dois tipos de formações.
Estalactites e estalagmites: o que são? Como se formam?
Recebe o nome de estalactite as formações pontiagudas que partem do teto e estalagmite as formações pontiagudas que partem do solo. Estalactites e estalagmites são espeleotemas, isto é, se formam através do gotejamento de água pelas fendas das paredes das cavernas de rocha calcária.
Processo de formação de estalactites
Durante o processo de gotejamento, acontece o transporte de parte do calcário. Ao entrar em contato com o ar, há a precipitação de um anel de calcita na base da gota. Enquanto houver água penetrando pela fenda, esse processo continuará.
Cada gota nova dá origem a outro anel de calcita, que se consolida na forma de cone pontiagudo. Essas formações são chamadas de estalactites, partindo sempre do teto da caverna.
Processo de formação de estalagmites
As estalagmites se formam a partir do gotejamento das estalactites. Os pingos oriundos das estalactites caem, alcançando o fundo da caverna. Há a tendência de precipitação, dando origem às estalagmites. Algo interessante de mencionar é que elas costumam ter formas mais grosseiras, sendo mais redondas e menos pontiagudas.
Coluna
Há a tendência de que estalactites e estalagmites se unam, dando origem a um novo espeleotema, que recebe o nome de coluna.
Como crescem os espeleotemas?
Os espeleotemas se originam a partir de rochas sedimentares quimiogênicas que aparecem dentro de cavernas. Esse nome tem origem grega e é a junção das palavras spíleo (caverna) e thema (depósito). A formação de espeleotemas costuma ser um processo longo e contínuo, resultante a precipitação de compostos que estão dissolvidos previamente em água.
O ritmo de crescimento dos espeleotemas varia entre 0,01 mm e 3 mm por ano. É mais comum observar sua incidência em rochas carbonárias (rochas feitas de calcário, rochas de mármore e rochas dolomíticas). O resultado é fortemente influenciado por alguns fatores, como pureza do calcário, quantidade de água, velocidade do gotejamento e temperatura.
Em alguns casos, as estalactites seguem as frestas do teto, de forma que podem se tornar maiores. No Brasil, a maior estalactite já registrada tem 28 metros e está na Gruta do Janelão, em Januária, Minas Gerais, sendo chamada de “Perna de Bailarina”.
Quais são as diferenças entre estalactites e estalagmites?
A diferença essencial entre estalactites e estalagmites é o fato de que as primeiras se formam a partir do teto das cavernas. Por sua vez, as estalagmites se formam a partir do solo das cavernas. As estalagmites se formam a partir do gotejamento das estalactites.
Conheça diferentes tipos de espeleotemas
Dentre os tipos principais de espeleotemas, estão: estalactites, estalagmites, couve-flor, cascatas, colunas, represas de travertino, cortinas e bandeiras e excêntricas. Há subgrupos dentro dos grupos principais que se diferenciam por alguns aspectos. Também vale mencionar que ainda existem inúmeras formações em estudo dentro da área de espeleologia.
Conheça as cinco divisões de espeleotemas
É válido esclarecer que não há um tipo de classificação de espeleotemas aceito universalmente. A classificação mais aceita é aquela que os dispõe em cinco divisões conforme a maneira como ocorre a precipitação dos minerais.
Categoria: depósito de águas circulantes
Enquadram-se nesta categoria espeleotemas que se formam a partir da deposição de minerais presentes em uma solução aquosa que se movimenta através das cavernas, em especial pela força da gravidade. Há três mecanismos de desenvolvimento nessa categoria: escorrimento, turbilhonamento e gotejamento.
São formações que surgem tanto nos tetos como paredes e pisos das cavernas do mundo todo. Destacam-se como exemplos: estalactites, estalagmites, escorrimento de calcita, cortinas, cálices, torres de calcita, travertinos, colunas e trompas.
Categoria: depósito de águas de exudação
Surgem nas cavernas a partir de soluções aquosas que estão lentamente em circulação, se deslocando pelos vazios intercristalinos dos espeleotemas já existentes ou mesmo pelos poros da rocha. São exemplos desse tipo de formação: cabelo de anjo, escudos ou discos, flores, heligmites, pinheiros, folhas, cotonetes e agulhas.
Categoria: depósito de águas estagnadas
São espeleotemas formados a partir da deposição dos minerais existentes nas paredes submersas ou pelos represamentos de água em cavernas. Essa água pode ficar saturada de carbonato por meio da lenta liberação de CO2. São exemplos: pérolas, concreções, clavas, castiçais, vulcões, espogas, plataformas, geôdos e pérolas.
Categoria: depósitos de origem biológica
Entram nesta categoria os espeleotemas originados pela ação de organismos animais ou que apresentam predominância vegetal através da ação de deposição ou erosão. Podem se originar também através da reação microbiológica. São exemplos: espeleofototemas e leite-de-lua.
Categoria: depósitos de origem mista
Surgem da decomposição química em associação à ação simultânea de vários mecanismos de formação. São exemplos: cimentação, anemolites, estalactites esféricas, pata de elefante, mama-de-vaca, entre outras.
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