Na biologia, homologia e analogia são conceitos adaptativos associados a uma evolução pela qual duas ou mais espécies distintas passaram, até se consolidarem em um ambiente específico.

Ao longo do artigo explicaremos ambos os conceitos. Para compreendê-los, é importante saber que o estudo da evolução reúne uma série de evidências e provas que tornam essa teoria inquestionável.

Homologia e Analogia: contextualização

A teoria da evolução é comprovada por uma série de estudos e evidências. A evidência mais relevante diz respeito aos registros fósseis, eles são datados de milhões de anos atrás e demonstram que o planeta já abrigou inúmeras espécies distintas das que existem atualmente. Também permite a realização de estudos a respeito de potenciais parentescos entre espécies da atualidade e outras já extintas.

Essa busca por evidências de parentesco se baseia na análise de traços anatômicos, fisiológicos e morfológicos. As espécies podem se relacionar de duas maneiras evolutivas: divergente e convergente.

Evolução divergente

Ocorre quando uma espécie dá origem a duas ou mais espécies novas devido a vários fatores ambientais e sociais. Esse fenômeno recebe o nome de especiação e acarreta no compartilhamento de semelhanças morfológicas, anatômicas e fisiológicas entre as espécies.

Evolução convergente

Consiste na evolução em que duas ou mais espécies, que não têm nenhum tipo de parentesco ou ancestral em comum próximo, possuem semelhanças estruturais e fisiológicas em decorrência a condições ambientais semelhantes. A semelhança se dá apenas pelas condições ecossistêmicas e não tem origem embrionária em comum.

O que é Homologia?

A homologia consiste na análise de semelhanças biológicas entre organismos decorrente do mesmo ancestral comum. É interessante observar que é um conceito que funciona como uma forte evidência evolutiva. A partir desse estudo é possível determinar a ancestralidade.

As semelhanças morfológicas, anatômicas e fisiológicas e os órgãos entendidos como semelhantes recebem o nome de órgãos homólogos. Eles se caracterizam por terem a mesma origem embrionária, ou seja, descendem do mesmo folheto germinativo. O desenvolvimento desses órgãos é semelhante em espécies distintas. Contudo, mesmo tendo a mesma origem embrionária, não necessariamente desempenham as mesmas funções.

Podemos exemplificar através dos ossos das patas dianteiras de vários vertebrados. Apesar de assumir funções distintas, como a nadadeira de uma baleia, a asa de uma ave ou a mão de um ser humano, apresentam estrutura óssea semelhante. Há evidência de parentesco entre as espécies que apresentam órgãos e estruturas de uma mesma origem embrionária.

Homologia e Irradiação Adaptativa

A Homologia é considerada como uma consequência do processo de evolução divergente, que é também chamada de irradiação adaptativa. Basicamente, esse processo evolutivo dá origem a espécies diferentes, partindo de um ancestral comum. O processo tem início a partir da colonização de um determinado grupo em um ambiente novo.

Nesse caso, o grupo está sujeito a novas condições ambientais. Aqueles que forem mais aptos irão sobreviver. Em um curto período, a irradiação adaptativa forma diferentes espécies. Com o passar do tempo, essas espécies passam a ocupar nichos ecológicos diferentes e realizam processos de adaptação para sobreviver. A irradiação leva à homologia entre as espécies, organismos que possuem semelhanças estruturais.

O que é Analogia?

O conceito de analogia se refere a organismos de diferentes espécies que possuem estruturas biológicas semelhantes, mas que não possuem uma mesma origem embrionária. Para que duas estruturas sejam consideradas como análogas, é necessário que tenham a mesma função ou apresentem semelhanças morfológicas, porém, sem ter relação evolutiva.

Os indivíduos que possuem estruturas análogas não têm nenhum grau de parentesco e nem um ancestral em comum. As estruturas análogas costumam se desenvolver com semelhanças devido a processos evolutivos adaptativos decorrentes de condições do ambiente.

Podemos exemplificar através da semelhança de função entre a asa de um artrópode e a asa de uma ave. As duas estruturas permitem o voo das espécies, no entanto, têm origens embrionárias distintas. Vale ressaltar que uma estrutura pode ser, ao mesmo tempo, análoga e homóloga. Tudo depende do referencial evolutivo que está sendo observado.

Para entender melhor, considere a asa de um ancestral, como o Pterodactyl, de uma ave e de um morcego. Essas estruturas são análogas porque têm a mesma função, mas com origens embrionárias distintas. Também são estruturas homólogas quando observadas como membros superiores.

Tanto o Pterodactyl, quanto a ave e o morcego descendem de um ancestral em comum que tinha membros superiores. No entanto, a adaptação de voo de cada espécie surgiu de maneira independente.

Analogia e Convergência Adaptativa

A Analogia é compreendida como uma consequência da evolução convergente que também recebe o nome de convergência adaptativa. Trata-se do processo evolutivo em que indivíduos que não têm parentesco próximo apresentam estruturas morfológicas, fisiológicas e, em alguns casos, comportamentais, por terem vivido em condições ambientais semelhantes.

As condições ambientais e os nichos ecológicos sobrepostos são os pontos principais desse tipo de evolução. Darwin já havia observado que as condições ambientais selecionam os indivíduos mais preparados. Tais condições também selecionam características mais relevantes para a sobrevivência em determinado ambiente.

Agora você já sabe o que é analogia e homologia! Para conferir mais conteúdos de biologia e outras disciplinas, fique ligado no blog do Hexag Medicina!