Conheça a trajetória de Oswaldo Cruz - Hexag Medicina
05/04/2023 Biologia

Conheça a trajetória de Oswaldo Cruz

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Conheça a trajetória de Oswaldo Cruz

O sanitarista Oswaldo Cruz entrou para a história como um dos principais nomes da saúde pública brasileira do século passado. Trabalhou ativamente na análise de diferentes epidemias e propôs a criação de vacinas e soros. Atuou na erradicação de doenças como febre amarela, varíola e peste bubônica no Rio de Janeiro. Saiba mais.

Biografia de Oswaldo Cruz

No dia 5 de agosto de 1872, nasceu Oswaldo Gonçalves Cruz, na cidade de São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo. Seus pais eram Bento Gonçalves Cruz e Amália Taborda Bulhões Cruz. Oswaldo tinha cinco irmãs. 

Oswaldo Cruz se tornou médico, seguindo os passos de seu pai, que desde 1877 praticava o ofício no Rio de Janeiro, a então capital do Brasil. A clínica de Bento Gonçalves era pequena, mas contava com um número considerável de clientes. Em 1886, Oswaldo Cruz ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

A carreira de Oswaldo Cruz

Oswaldo Cruz concluiu o doutoramento em 1892 encerrando, assim, a sua carreira acadêmica. A tese de Cruz tinha como título “A veiculação microbiana sobre as águas”. O trabalho tinha como foco estudar o papel dos micro-organismos na difusão de doenças.

Quando o pai faleceu, Oswaldo se viu obrigado a assumir a administração da clínica. Nessa fase, ele já contava com um bom laboratório que havia sido presente de seu sogro. Oswaldo Cruz casou-se com Emília da Fonseca. 

Além disso, seu sogro ainda custeou uma viagem para a França em que Oswaldo pode estudar no Instituto Pasteur e no Instituto de Toxicologia. Ainda na França, ele estudou temas como imunologia, bacteriologia, soroterapia, medicina legal e urologia. Em 1899, retornou ao Brasil e montou uma clínica de urologia e um laboratório no Rio de Janeiro. 

Atuação na saúde pública

A primeira vez em que Oswaldo Cruz contribuiu com a saúde pública foi em 1894, antes de viajar para a França. Nesse ano, a região do Vale do Paraíba foi acometida por uma epidemia de cólera. As autoridades sanitárias do Brasil deram início a uma investigação para entender se o problema era realmente a doença bacteriana. 

Segundo os médicos locais, o que estava afetando a região era uma disenteria não contagiosa. Porém, as autoridades resolveram criar o Instituto Sanitário Federal para se certificar. Oswaldo Cruz e Eduardo Chapot-Prévost foram convidados por Francisco Fajardo, chefe do instituto, para analisar a questão.

No seu laboratório particular, Oswaldo Cruz analisou as amostras da região e junto ao colega Chapot-Prévost concluiu haver Vibrio cholerae (agente causador da cólera). Diversas ações de saneamento foram realizadas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para evitar os surtos de cólera. 

Surto de peste bubônica

Em 1899, Oswaldo Cruz recebeu o convite para analisar um possível surto de peste bubônica em Santos, São Paulo. Demonstrando que existia um surto, mobilizou as autoridades locais para produzir o soro antipestoso. Nessa época, esse era o único tratamento existente.

A produção do soro antipestoso levou a criação de suas instituições sanitárias:

  • Instituto Butantã, em São Paulo;
  • Instituto Soroterápico Federal, no Rio de Janeiro. 

Em 1900, as primeiras doses do soro já haviam sido produzidas. Em 1902, Oswaldo Cruz tornou-se diretor do Instituto Soroterápico Federal.

Diretor-Geral de Saúde Pública

Foi em 1903, que Oswaldo Cruz recebeu o convite para assumir a Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP). A oportunidade surgiu a partir do então ministro da Justiça, José Joaquim Seabra. O principal objetivo do seu trabalho deveria ser conter os surtos epidêmicos que acometiam o Rio de Janeiro como:

  • Varíola;
  • Peste bubônica;
  • febre amarela.

O combate a essas doenças era entendido como fundamental e como uma ação que integrava o plano de revitalização da cidade. 

As ações adotadas por Oswaldo Cruz

As medidas de Oswaldo Cruz para combater a febre amarela e a peste bubônica consistiram em combater os vetores das doenças, respectivamente, mosquitos e ratos. Foram formadas brigadas sanitárias para realizar a limpeza da cidade, especialmente nas regiões central e portuária do Rio de Janeiro.

Não era incomum que casas e terrenos fossem invadidas pelos agentes da brigada para a realização da limpeza evitando que água parada se tornasse foco de mosquitos. Os doentes de febre amarela foram isolados para reduzir o número de mosquitos contaminados. 

A população recebia incentivos financeiros para caçar e entregar ratos às autoridades sanitárias. Os proprietários tinham a obrigação de manter suas propriedades limpas e isolar os doentes. 

Revolta da Vacina

A medida mais enérgica e controversa de Oswaldo Cruz foi tomada para combater a varíola. A única forma de combater a doença era através da vacinação, o que se tornou obrigatório. 

A população que não tinha muitas informações e a forma truculenta como os agentes sanitários agiam levou a população a se revoltar pela obrigatoriedade. Em 1904, essa campanha foi responsável por vacinar mais de 87 mil pessoas. Contudo, as coisas saíram de controle em novembro. 

Em 10 de novembro de 1904, estourou a chamada Revolta da Vacina. Nesse episódio histórico a população foi às ruas para se manifestar contra a vacina obrigatória. Foi somente no dia 23 de novembro que as coisas começaram a dar certo. 

Houve confrontos entre as autoridades policiais e a população, o que levou a perda de dezenas de vidas. A vacina deixou de ser obrigatória. Oswaldo Cruz se manteve no cargo até 1909.

Últimos anos de Oswaldo Cruz

A partir de 1909, o sanitarista resolveu focar no Instituto Oswaldo Cruz (antigo Instituto Soroterápico Federal). Em 1910, foi convidado para fazer parte de expedições no Pará e em Rondônia para o combate, respectivamente, da febre amarela e da malária. 

Devido a problemas de saúde, se afastou de suas atividades sanitárias em 1915. Mudou-se para Petrópolis onde se tornou prefeito, mas deixou o cargo em 1917 por questões de saúde. O médico sofria de nefrite (doença renal) e faleceu no dia 11 de fevereiro de 1917. 

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