A corrente filosófica da Escolástica surgiu a partir de uma vertente da Filosofia criada pelos padres filósofos chamada Patrística. No artigo a seguir apresentaremos o conceito, a sua origem, características e principais filósofos.

O que é Escolástica?

A Escolástica é uma corrente filosófica que surgiu a partir da Patrística, vertente da Filosofia desenvolvida pelos padres filósofos. O nome de maior destaque dessa corrente é o de São Tomás de Aquino. 

As escolas surgiram na Europa, no século XII, em paralelo ao desenvolvimento da Teologia. As crianças já recebiam algum tipo de educação na Grécia Antiga, contudo, foi somente na Idade Média que surgiu um sistema escolar semelhante ao atual.  Nessas instituições as crianças aprendiam a escrever, ler, contar e eram catequizadas. 

A Filosofia Escolástica foi introduzida nessas escolas, essa corrente filosófica recorria à base proposta pela Patrística. Os focos dessa corrente eram a dedicação à pesquisa e a reflexão. 

Patrística: origem da Escolástica

Santo Agostinho foi o principal nome da Patrística. Os estudos realizados por ele tinham como objetivo identificar a origem do Bem e do Mal dentro da Teologia Cristã. Ele acreditava que Deus era a origem de todo o Bem, contudo, Ele não era a origem do mal. 

A Patrística foi dominada por pensadores católicos e por isso teve um viés mais especulativo. Com isso a Teologia acabou sendo deixada de lado para o predomínio da Filosofia cristã. 

Com o surgimento da Escolástica, o pensamento foi direcionado para outra lógica, imposta por São Tomás de Aquino. Ele procurava pelos aspectos racionais para que o sagrado e o divino pudessem ser evidenciados. 

O período que se tornou conhecido como Escolástica durou até o final da Idade Média. Esse termo deriva da palavra latina scholasticus cujo significado é “aquele que faz parte de uma escola”. 

Método da Escolástica

A Filosofia cristã conhecida como Escolástica utilizava um método com base num estudo minucioso de algumas obras. Destacam-se dentre essas obras produções de filósofos gregos como Platão e Aristóteles. 

O que foi o Platonismo Medieval?

A concepção de mundo medieval foi bastante influenciada pelo filósofo grego Platão. Ele acreditava que havia uma mistura entre o que é permanente e o que se altera. Dessa forma havia uma distinção dualista entre alma e corpo. 

Inclusive a ideia de alma foi algo preponderante para Platão e para a Teologia, mais especificamente para a fé cristã. A Escolástica estudou intensamente o tema da alma. De acordo com essa corrente filosófica a verdade reside na alma. Deus é a verdade. 

Resumidamente, a teoria de Platão serviu de base para a ideia de que as pessoas possuem uma alma encarnada no corpo. Isso significa que a alma não está necessariamente unida ao corpo, porém, está no seu comando. 

A Filosofia Escolástica repensou a ideia de Platão sobre o mundo ideal onde as ideias chegam a nós no mundo sensível (mundo em que vivemos). De acordo com essa visão, Deus imprime as ideias eternas na alma, as ideias divinas. 

O que foi o Aristotelismo Medieval?

A Escolástica também se dedicou ao estudo minucioso da concepção de mundo desenvolvida por Aristóteles. Segundo o filósofo, o mundo é um conjunto bem organizado em que todas as “paradas” têm seu funcionamento e comportamento estáveis. Para Aristóteles, tudo tem um lugar e uma função de ser. 

Tendo o mundo sido criado de forma organizada e bem estruturada precisou de um arquiteto ou programador. Deus é a entidade apontada como responsável pela criação de tudo e como fruto da mais pura Razão.

A razão foi bastante enfatizada e, para isso, trabalhos de Aristóteles foram recuperados. O resultado foi uma junção entre a doutrina cristã e a teoria aristotélica. A partir desse acontecimento foi definida o que seria a Filosofia da Igreja Católica nos séculos seguintes. 

São Tomás de Aquino: o principal filósofo da Escolástica

Santo Tomás de Aquino (1225-1274) é o principal nome da Filosofia Escolástica. Ele era membro da Ordem dos Dominicanos e professor da Universidade de Paris. Foi aluno de Santo Alberto Magno. 

Bastante interessado em Aristóteles, Aquino desenvolveu muitas de suas teorias no filósofo grego. A produção de Aquino tem grande importância para a Igreja Católica até hoje em dia. 

A Escolástica entrou em decadência após o período dominado pela Filosofia desenvolvida por Tomás de Aquino. Novas teorias e correntes filosóficas nasceram enfraquecendo o poder da Igreja. A Escolástica deixou de ser a parte central da Filosofia e passou a ser um campo de estudo específico.

Principais filósofos da Escolástica

Além de Santo Tomás de Aquino, houve outros nomes de destaque nessa corrente filosófica, saiba quem foram eles abaixo:

• Anselmo de Cantuária (1033-1109) – destacou-se em áreas como ontologia e existência de Deus. Formulou o argumento ontológico da existência de Deus. 
• Santo Alberto Magno (1193-1280) – teve significativa influência em disciplinas científicas. É conhecido por conciliar a filosofia aristotélica e a teologia cristã. 
• Guilherme de Ockham (1285-1347) – ofereceu grande contribuição à lógica, teologia e filosofia política. Desenvolveu o princípio “Navalha de Ockham”. 
• Pedro Abelardo (1079-1142) – deu ênfase à importância da lógica e da razão para entender a fé. 
• João Duns Escoto (1266-1308) – conhecido por suas visões sobre univocidade, amor de Deus e infinitamente misericordioso. 
• Alexandre de Hales (1185-1245) – tornou-se conhecido por tentar reconciliar a teologia cristã e a filosofia aristotélica. 
• Pietro Pomponazzi (1462-1525) – conhecido por suas controvérsias a respeito da imortalidade da alma. 

Conclusão

A Escolástica era uma corrente filosófica que visava transformar o conhecimento religioso tomando por base a Filosofia grega. Não se tratava de uma corrente que desejava compreender o mundo assim como os gregos fizeram. Porém, produziu conhecimento para reafirmar o pensamento dominante do período. 

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