O que é ética? Explorando sua conexão com a liberdade e valores
A ética é uma disciplina inserida dentro da filosofia cujo objetivo é entender a forma como o ser humano deve agir. A base para esse entendimento é a análise da moral, costumes e hábitos de uma sociedade. Continue lendo para entender mais o conceito e sua conexão com a liberdade e valores.
O que é ética?
A ética é a área da filosofia que visa compreender como o ser humano deve agir em relação aos costumes e moral de uma sociedade. Para essa definição, a ética evita o senso comum e procura estabelecer uma visão questionadora. Moderadamente, procura estabelecer o certo e o errado. A linha entre bem e mal pode ser tênue.
Há uma ligação íntima entre moral e ética, sendo esta um pilar da boa convivência social. Preceitos éticos contribuem para o bom funcionamento das relações assim como das instituições sociais.
Ética e moral: qual a diferença?
Em linhas gerais, podemos dizer que a moral é o costume e o hábito enquanto a ética é uma filosofia da moral. Sendo assim, a ética seria uma tentativa de criar uma “ciência” moral.
A moral:
- Expressa hábitos e costumes de uma sociedade, local e comunidade localizada no espaço e tempo;
- Design a conduta individual das pessoas.
A ética:
- Busca identificar, selecionar, tratar e estudar a moral ou as várias morais de forma imparcial, laica, organizada e racional;
- Atua entendendo a moral e julgando-a através da razão para definir se está certa ou não.
O que é a ética para a filosofia?
A ética é um saber antigo relacionado à filosofia, muito além de um simples corretor de atitudes e posturas. Foi a partir de Sócrates, filósofo grego antigo, que o interesse se desviou da natureza para as ações humanas e o resultado delas. Depois de Sócrates, a filosofia passou a focar em temas relativos à sociedade, política e moral.
A filosofia moral, que posteriormente seria chamada de ética, surgiu com a problematização sobre a moral e o convívio das pessoas. O filósofo grego Aristóteles foi o primeiro a sistematizar a ética. Ele fundou uma teoria ética baseada em um tipo de espécie de guia moral das ações para alcançar a felicidade.
Modelos éticos
Os filósofos helenistas como os cínicos, os epicuristas e estoicos apresentaram visões de vida que podem ser entendidas como modelos éticos. Contudo, são modelos de ética prática, uma vez que passam da fronteira de especulação intelectual da filosofia. O foco está nas ações do dia a dia.
Subordinação à vontade de Deus
A ação humana para a filosofia, durante a escolástica, estava baseada na subordinação à vontade de Deus. Por um longo período não houve mudanças nos estudos voltados para a ética. Porém, durante o Renascimento, Nicolau Maquiavel propôs uma teoria de poder em que a ética estava dissociada da política.
Ética na modernidade
Novos estudos sobre ética foram desenvolvidos apenas no fim da Modernidade, durante o período iluminista da Europa. As questões políticas voltaram a ser o centro do debate e a ética passou a ser entendida como uma necessidade para controlar as ações das pessoas.
A ética kantiana
Durante esse período, o filósofo iluminista Immanuel Kant redigiu seu livro intitulado “Fundamentação da metafísica dos costumes”. Nessa obra ele apresenta uma teoria ética pensada milimetricamente.
Para Kant a ética era um sistema complexo baseado no dever. Assim uma ação apenas é ética quando está de acordo com o dever e está empenhada pelo dever. Para o sistema de ética kantiano não é admissível qualquer desvio da norma como ação moralmente válida. Essa ação seria encontrada através do chamativo imperativo categórico.
Exercício de Kant
Kant acreditava que o ser humano deveria fazer um exercício antes de partir para a ação. O exercício é simples e consiste em pensar se a ação em questão pode ser considerada boa ou correta em qualquer situação em que for realizada.
Se a resposta for sim, então essa é uma ação moralmente correta. Contudo, se a resposta for não, então a ação é moralmente condenável. Cabe ao indivíduo fazer essa avaliação para poder realizar ações éticas.
Utilitarismo
No século XIX, outras teorias foram desenvolvidas para tentar explicar a moral e a ética. Dentre essas teorias, o utilitarismo é uma das que mais se destaca. Foi criada pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham. O filósofo inglês John Stuart Mill finalizou as definições dessa teoria.
De acordo com o utilitarismo, a moralidade de uma ação não está relacionada à ação em si, mas à sua finalidade e nos resultados esperados. Então, mesmo ações que inicialmente seriam moralmente condenáveis, como o furto e a mentira, poderiam ser aceitas. Isso se elas fossem realizadas para alcançar um bem maior.
A ética e a sua conexão com a liberdade e valores
Ser ético significa, resumidamente, agir de acordo com a moral. Porém, nem sempre a moral está certa. Cabe a ética verificar a validade das ações morais. Agir com ética não é algo que pode ser ensinado através de uma fórmula ou modelo pronto. Por isso, a ética está fortemente ligada à liberdade e aos valores.
O indivíduo avalia as possibilidades que tem e quais são as mais indicadas para realizar os seus objetivos de acordo com seus valores. Todo mundo tem a liberdade de agir com ética ou não. A ideia central está em fazer o certo sem se desviar dos seus valores e sem causar prejuízos para outras pessoas.
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