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26/03/2024 Física

Saiba mais sobre a descoberta da radioatividade

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Saiba mais sobre a descoberta da radioatividade

Em 1896, o cientista francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908) deu início a descoberta da radioatividade a partir de estudos anteriores sobre os raios X. No artigo a seguir, iremos explicar como os raios X foram descobertos e como eles se relacionam com o conceito de radioatividade. 

A descoberta da radioatividade: conheça a história

O cientista Antoine Henri Becquerel deu início a investigação e descoberta dos fenômenos radioativos, em 1896. As suas investigações desses fenômenos utilizaram de base os estudos anteriores sobre os raios X.

A descoberta dos raios X se deu acidentalmente pelo físico alemão Wilhelm Konrad Röntgen (1845-1923). Esse novo tipo de raio permitia “ver” a parte interna do corpo humano. Por não conhecer a natureza desses raios, esse cientista os nomeou como raios X.

A descoberta dos raios X

Röntgen trabalhava em seu laboratório quando descobriu a existência do que viria a ser chamado de raios X. Havia uma ampola de Crookes, tubo de vidro com gases armazenados a baixas pressões. 

Na extremidade do tubo, havia dois eletrodos (peças metálicas ligadas a uma fonte elétrica externa). Dessa forma, havia uma diferença de potencial, uma corrente elétrica passava pelos gases armazenados dentro do tubo. 

Cobrindo a ampola de Crookes havia um papel-cartão preto, as luzes do laboratório estavam apagadas. Quando Röntgen ligou a ampola percebeu que uma tela recoberta de platinocianeto de bário (substância fluorescente) começou a brilhar. 

Após realizar diversos testes, o cientista não teve dúvidas, os raios provenientes da ampola estavam atingindo o platinocianeto de bário. O físico notou ainda que os raios não eram desviados por campo elétrico. Além disso, esses raios podiam sensibilizar uma chapa fotográfica. 

Prêmio Nobel

Em 1901, Röntgen foi laureado com o Prêmio Nobel de Física pela descoberta dos raios X. É importante esclarecer que embora os raios X sejam radiações, eles não são equivalentes à radioatividade.

Esses raios são ondas eletromagnéticas de alta energia cujo comprimento de onda varia no intervalo aproximado de 10-11 a 10-8 m (0,1 a 100 Å). Eles resultam da colisão entre os elétrons, isto é, são originados fora do núcleo do átomo. Por sua vez, a radioatividade consiste em radiações emitidas de núcleos atômicos instáveis. 

O papel dos raios X para a descoberta da radioatividade

Em 1896, Becquerel, com base na descoberta de Röntgen, deu início ao teste de uma hipótese. Ele acreditava que substâncias fosforescentes e fluorescentes eram capazes de emitir raios X. 

As substâncias fosforescentes emitem luz visível após a absorção de energia de outra fonte. Porém, diferente das substâncias fluorescentes, continuam emitindo luz durante algum tempo, ainda que a fonte de energia tenha sido desligada.

O teste consistiu em deixar ao sol amostras de sulfato duplo de potássio e uranila di-hidratada. Essas amostras de minério de urânio foram então colocadas em contato com um filme fotográfico que estava envolvido por um invólucro preto. O objetivo era que essas amostras impressionassem o filme emitindo então os raios X.

Outro acidente

Durante a realização desses testes, começou uma temporada de chuvas em Paris. Diante da impossibilidade de deixar as amostras ao sol, Becquerel as guardou em uma gaveta escura. Nessa gaveta havia alguns filmes virgens protegidos por um papel preto. Mais uma vez, um fato acidental levou a uma descoberta de suma importância. 

O cientista revelou as chapas fotográficas em 1° de março de 1896, ele esperava que as imagens estivessem ruins pela falta de exposição ao sol. No entanto, para sua surpresa, o que aconteceu foi o oposto. As silhuetas tinham grande nitidez, Becquerel concluiu que o processo ocorreu no escuro.

Dentre as descobertas feitas por Becquerel também estava a de que a radiação emitida pelo urânio também ionizava gases convertendo-os em condutores. Nesse ponto da história da descoberta da radioatividade entra em cena o casal Pierre Curie (1859-1906) e Marie Curie (1867-1934).

Radioatividade

Pierre Curie e Marie Curie trabalharam junto a Becquerel na descoberta de que a propriedade observada pelo último pertencia ao urânio. Essa conclusão se deu a partir da observação de que todos os minérios de urânio emitiam raios capazes de impressionar o filme. 

O nome radioatividade foi atribuído por Marie Curie para a propriedade observada no urânio. O casal Curie teve grande importância para o desenvolvimento de estudos a respeito da radioatividade.

Rádio e Polônio

Marie Curie, em abril de 1898, observou a existência de um componente mais ativo que o urânio em seus minerais naturais. Juntamente ao marido, ela trabalhou incessantemente por três anos. Eles utilizaram 1400 litros de pechblenda ou uranita (UO2), um minério de urânio, nesses estudos.

Em 1902, o casal Curie isolou átomos de dois elementos químicos radioativos. Eles haviam descoberto dois novos elementos: rádio e polônio. O nome rádio foi escolhido porque esse novo elemento era 2 milhões de vezes mais radioativo que o urânio.

O segundo elemento foi chamado de polônio em homenagem ao país natal de Marie, a Polônia. Marie Curie, Pierre Curie e Antoine-Henri Becquerel, em 1903, dividiram o Prêmio Nobel de Física pelos estudos que desenvolveram na área da radioatividade. 

Contribuição de Rutherford

Algum tempo depois, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) identificou, por meio de experimento, que a radioatividade se origina no núcleo. Em 1908, Rutherford foi laureado com o Prêmio Nobel de Química pelos seus estudos sobre a desintegração de elementos e a química das substâncias radioativas. 

Agora você conhece mais sobre a história da descoberta da radioatividade. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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