África: por que é o continente mais pobre? - Hexag Medicina
30/05/2022 Geografia

África: por que é o continente mais pobre?

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
África: por que é o continente mais pobre?

A África possui inúmeras fontes naturais de riquezas, no entanto, ainda assim é o continente mais pobre do planeta. O PIB somado de todo esse continente é equivalente a US$ 2,1 trilhões, menos do que o PIB da Índia, por exemplo, que é de US$ 2,2 trilhões. O estado norte-americano da Califórnia apresenta PIB mais elevado, ficando na casa de US$ 2,4 trilhões.

Mas, por que a África e o continente mais pobre? Continue lendo e compreenda as razões que levaram a essa situação.

Por que a África é o continente mais pobre?

Há uma série de razões que levaram o continente africano à condição de mais pobre do mundo, com destaque para fatores históricos e políticos que desencadearam conflitos armados na região. 

A chamada África subsaariana (parte do continente situada ao sul do Deserto do Saara e composta por 48 estados) apresenta os menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta. Para se ter uma ideia, dos 20 primeiros lugares dessa lista, 19 pertencem ao continente.

Quase um quarto da população do continente se encontra em situação de desnutrição, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda segundo a ONU, somente 31% da população do continente tem acesso à internet. Comparativamente, na América do Sul, o número é de 65% da população conectada. 

A seguir apresentaremos com mais detalhes os principais motivos que levaram o continente africano a essa difícil situação de pobreza e como há sinais de possíveis mudanças no futuro.

1. O colonialismo no continente africano

A situação de extrema pobreza do continente africano tem suas origens no colonialismo europeu, que se iniciou no século XV e perdurou até o século XIX. Entre os anos de 1884 e 1885, foi realizada a Conferência de Berlim com o intuito de dividir os territórios do continente entre os países europeus. 

O processo colonialista extraiu muitas riquezas naturais do continente e atrasou o desenvolvimento e organização política das nações. Um fato importante de pontuar é que grande parte dos países apenas conquistou a sua independência na segunda metade do século XX. 

2. Tráfico de pessoas

Entre os séculos XV e XIX, houve intenso tráfico de pessoas, 10 milhões de africanos foram retirados à força do seu lar para serem vendidos para trabalhar como escravos nas colônias europeias na América. 

A economia do continente africano foi seriamente prejudicada com esse comércio, uma vez que impediu a formação de grupos étnicos de maior porte. As estruturas políticas também foram enfraquecidas de forma que não se desenvolveram como deveriam. Não é coincidência que os países africanos mais pobres, atualmente, são aqueles de onde se retiraram mais pessoas para serem escravizadas. 

3. Divisão geográfica desastrosa

Lembra que citamos a divisão do continente africano feita na Conferência de Berlim? Essa distribuição aleatória de territórios não considerou as divisões sociais e culturais dos povos locais que já existiam há séculos.

Essa divisão fez com que povos fossem separados, inimigos precisassem conviver à força e aliados se separassem. Há muitos países africanos sem a mínima coesão étnica exatamente por essa divisão.

Provavelmente, você já reparou que há fronteiras desenhadas como retas nos mapas do continente. Esse desenho retilíneo é resultado dessa divisão arbitrária feita pelos países europeus. E a parte mais triste da história é que as divisões desastrosas foram feitas propositalmente, já que os conflitos eram usados como forma para manter os povos fragilizados e divididos.

4. Abundância de conflitos internos

Um dos principais fatores que contribuíram para o subdesenvolvimento do continente africano foi a existência de inúmeros conflitos internos. As nações europeias saíram enfraquecidas da Segunda Guerra Mundial e foi nesse contexto que muitos países africanos aproveitaram para lutar por sua independência. 

Com a saída dos colonizadores, teve início uma verdadeira desordem de fronteiras. Um cenário que favoreceu a eclosão de inúmeros conflitos e guerras entre povos rivais pelo poder.

Na década de 1960, por exemplo, ocorreu a Guerra Civil Nigeriana. Nos anos 1980, teve início a luta armada do Exército de Resistência do Senhor contra o governo de Uganda. Desde 1991, acontece também a Guerra Civil da Somália. Esses são só alguns exemplos de conflitos bélicos no continente. 

5. O Apartheid na África do Sul

Uma das heranças mais cruéis deixadas pelo colonialismo foi o regime do Apartheid na África do Sul. Em 1948, o Partido Nacional chegou ao poder e isso levou a criação de uma série de leis que institucionalizaram o racismo na África do Sul, levando à segregação da população negra. 

Nesse regime, os negros tiveram seus direitos bastante reduzidos e os brancos passaram a ter acesso a muito mais oportunidades. O Apartheid foi abolido somente em 1991.

Durante esse período sombrio, a economia sul-africana foi bastante prejudicada, pois não formou mão de obra qualificada, sofreu duras sanções da ONU e ainda precisou investir recursos no combate aos opositores. 

A situação caminha para uma mudança na África?

O continente africano tem uma história repleta de reveses, no entanto, ao que tudo indica, isso caminha para uma mudança. No ano de 2017, cinco das 20 economias que apresentaram maior crescimento econômico eram da África. Em parte, esse resultado é reflexo do aumento da chegada de imigrantes que teve início na segunda metade do século XX.

O Congresso dos Estados Unidos aprovou, em 2000, o Ato de Oportunidade e Crescimento Africano. Esse ato eliminou tarifas de milhares de produtos advindos da África Subsaariana. A China também estreitou seus laços com o continente. Estima-se que até 2035, a África terá a maior força de trabalho do mundo.

Agora você conhece os fatores que levaram a África a ser o continente mais pobre do mundo.

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