Recebe o nome de desertificação o fenômeno de degradação física e química dos solos resultado, principalmente, da ação do homem. Dentre as principais causas desse processo prejudicial ao solo estão práticas agrícolas inadequadas, mineração, uso intensivo do solo, entre outras. 

O que é desertificação?

Desertificação é o nome atribuído ao processo gradual de esgotamento da capacidade produtiva do solo numa região específica. Essa área vai se transformando em um deserto. De acordo com a definição da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, a desertificação é um fenômeno de degradação do solo em áreas:

• Áridas;
• Semiáridas;
• Subúmidas. 

Esse processo que torna o solo inapto a produtividade é consequência de diferentes fatores, com destaque para as atividades antrópicas. 

Desertificação no Sahel

A região do Sahel está situada ao sul do deserto do Saara e representa o exemplo mais significativo de processo de desertificação em curso atualmente. Os principais fatores que contribuem para essa preocupante realidade são:

• Remoção da vegetação nativa;
• Intensa exploração do solo;
• Características climáticas da região (predominantemente semiárido).

Esse processo está sendo chamado de avanço do Saara. Acredita-se que a área de deserto da região aumentou 10% entre 1920 e 2020. Essa desertificação segue avançando.

Desertificação no mundo

Esse fenômeno acontece especialmente em regiões de climas árido, semiárido e subúmido que apresentam estações secas. Há mais de 110 países, atualmente, sob o risco de desertificação, isso corresponde a mais de 12 milhões de hectares de terra. Mais de 200 milhões de pessoas vivem nessas áreas sujeitas à desertificação. 

Confira abaixo as principais localidades acometidas pela desertificação atualmente: 

• Sudoeste dos Estados Unidos;
• Norte do México; 
• Norte da África (Sahel);
• Parte da região Sul da África; 
• Oriente Médio;
• Ásia Central (com maior intensidade das áreas próximas do Mar de Aral como Cazaquistão e Uzbequistão); 
• Austrália;
• Porções da Península Ibérica e áreas mediterrâneas; 
• Chile;
• Brasil (falaremos mais no tópico abaixo). 

Desertificação no Brasil

O processo de desertificação está presente no Brasil, especialmente no Nordeste. Nessa região o clima predominante é o semiárido com extensos períodos de estiagem. Entre 2012 e 2017, ocorreu uma das piores secas da história da região, os índices pluviométricos foram baixíssimos. 

Atualmente, em torno de 16% do território nacional está suscetível à desertificação. Estão sob esse risco os estados do Nordeste e alguns estados do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). A Caatinga e o Cerrado são os principais biomas acometidos. 

Causas da desertificação

A desertificação é um fenômeno resultante de diferentes causas dentre as quais se destacam:

• A vulnerabilidade dos solos;
• Condições climáticas;
• Fenômenos climatológicos e atmosféricos, como o El Niño, que pioram a seca por prolongarem os períodos sem chuva;
• Mudanças climáticas em curso que intensificam os eventos extremos além de aumentarem a temperatura da Terra; 
• Atividades antrópicas (ações humanas).

Atividades antrópicas

As atividades antrópicas são as principais responsáveis pelo processo de desertificação, uma vez que:

• Aumentam a remoção da vegetação do solo;
• Fragilizam a estrutura do solo;
• Catalizam o processo de desertificação. 

Dentre as atividades antrópicas que potencializam o processo de desertificação se destacam as atividades econômicas intensivas. Essas ações humanas são muito prejudiciais aos solos e geram os processos de degradação. Confira abaixo os principais processos que resultam na desertificação: 

• Queimadas;
• Manejo inadequado do solo;
• Desmatamento;
• Uso exagerado de agrotóxicos; 
• Atividade de mineração;
• Avanço das monoculturas e pecuária intensiva; 
• Irrigação irregular. 

Como acontece o processo de desertificação?

A desertificação é um fenômeno que acontece gradativamente através da remoção da cobertura vegetal e pelo uso inadequado do solo. Esses fatores atuam removendo a proteção natural do solo contra o calor intenso e o impacto direto da água de chuvas fortes. Isso significa que esses fatores fragilizam a estrutura que já é vulnerável.

O substrato vai se tornando mais seco e rochoso, isso torna mais difícil a penetração da água nas camadas mais profundas do solo. Com isso, também se dificulta o desenvolvimento de uma nova cobertura vegetal. O solo vai se tornando mais suscetível a processos erosivos. 

A desertificação se dá tanto pela degradação da estrutura física do solo quanto pela remoção de nutrientes do mesmo. A composição química do solo é transformada devido a pouca quantidade de matéria orgânica disponível, falta de água e uso exacerbado de fertilizantes e agrotóxicos. 

Consequências da desertificação

O processo de desertificação é altamente prejudicial aos ecossistemas, população das áreas de entorno e para a economia. Abaixo listamos as principais consequências desse processo de degradação do solo: 

• Intensificação do processo de secas;
• Ocorrência de chuvas concentradas e intensas (que tem potencial de destruição); 
• Solos inférteis e improdutivos; 
• Salinização do solo;
• Redução da disponibilidade de água potável; 
• Aumento do êxodo rural e emigração; 
• Aumento da fome devido a impossibilidade de cultivar alimentos e criar animais; 
• Desequilíbrio ambiental que pode reduzir a biodiversidade (fauna e flora); 
• Mais suscetibilidade do solo ao processo de erosão. 

Agora você conhece mais sobre o processo de desertificação, suas causas e suas consequências. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!