Entenda sobre a questão da imigração e dos refugiados em todo o mundo
Os refugiados são um tipo específico de migrantes, essas pessoas são obrigadas a fugir do seu país para escapar de perseguições de diferentes naturezas. Deslocamentos em massa têm se tornado mais frequentes, especialmente a partir de 2015, devido a conflitos bélicos e guerras.
Em situações drásticas se mostra necessário buscar asilo em países vizinhos ou distantes. O migrante refugiado foi reconhecido na década de 1950. Continue lendo para entender melhor essa questão que gera grande debate a respeito da imigração.
Refugiados ou migrantes?
Aquele que se muda de país devido a uma escolha pessoal, sem que haja qualquer tipo de ameaça, é um migrante. Geralmente, os migrantes buscam por melhores condições econômicas e qualidade de vida.
Por sua vez, os refugiados são indivíduos que saem de seu país de origem em decorrência de ameaças de diferentes naturezas. Normalmente, o refugiado começa se deslocando internamente em seu país procurando um local que seja mais seguro.
A partir do momento em que ele deixa seu país devido à insegurança generalizada é necessário solicitar asilo no país em que se abrigou. O refugiado passa a ter o status de “solicitante de asilo”. Nem sempre esse pedido é aceito.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019, havia em torno de 68 milhões de refugiados no mundo. Desse número:
- 40 milhões eram deslocados internos;
- 25 milhões eram refugiados;
- Três milhões eram solicitantes de asilo.
Refugiados na Europa
Em 2015, cerca de um milhão de pessoas entraram no território europeu, um pico histórico. Esse número impressionante era formado por sírios que fugiram da guerra em seu país e também por pessoas fugindo da fome e da pobreza de países africanos.
Nos anos seguintes, o número de refugiados na Europa foi reduzido pelas medidas adotadas pelos países do bloco como:
- Fechamento de fronteiras;
- Acordo entre a Itália e a Guarda Costeira da Líbia (país em que eram realizadas viagens clandestinas à Europa);
- Acordo entre a União Europeia e Turquia (para cada refugiado sírio devolvido à Turquia, outro refugiado do território turco seria levado à Europa).
Causas da crise dos refugiados
Há milênios, há crises humanitárias decorrentes de processos de migração em massa. Ao longo da história da humanidade ocorreram diferentes situações em que populações precisaram fugir de guerras, fome e perseguições.
A partir da década de 1950, passou a existir o status de refugiado pautado em uma legislação internacional. De acordo com essas regras, os refugiados são aqueles que migram em decorrência de um conflito violento como perseguição étnica ou guerra civil, por exemplo.
Então, as causas de uma crise de refugiados devem estar relacionadas a contextos violentos de ameaça à vida. Crises decorrentes da fome e pobreza são consideradas migratórias. Logo, a crise de refugiados só pode ser chamada assim se tiver como causa perseguição ou guerra.
Refugiados climáticos
Nos últimos anos, está em pauta o surgimento de uma nova categoria, a dos refugiados climáticos. Nesse caso, as pessoas fogem de seus países de origem em decorrência de catástrofes naturais resultantes das mudanças climáticas. Essa categoria ainda não foi reconhecida pela ONU e nem por outras organizações internacionais.
Refugiados no Brasil
O número de estrangeiros residentes no Brasil chegou a aproximadamente um milhão em 2019. Esse número equivale a menos de 0,5% da população do país. Houve três ondas migratórias no Brasil na última década:
- Dos haitianos (a partir de 2010);
- Dos sírios (a partir de 2015);
- Dos venezuelanos (a partir de 2018).
Embora o Brasil seja o maior e mais populoso país da América do Sul, possui um fluxo migratório relativamente pequeno em comparação a outras nações. Em 2018, ano de intensificação do movimento migratório da Venezuela, o Brasil recebeu em torno de 455 mil venezuelanos. O Peru recebeu 506 mil e a Colômbia 1,1 milhão.
Consequências da crise dos refugiados
O fluxo migratório em massa, que se intensificou desde 2015, acarreta consequências, tanto positivas quanto negativas. Quando a imigração se dá por situações normais é bastante proveitosa a troca cultural entre os povos. Contudo, num contexto de conflito armado é natural que as consequências negativas se sobressaiam.
Aumento do nacionalismo
Do ponto de vista político, nesse tipo de cenário há o aumento do nacionalismo nos países que recebem grande volume de imigrantes e refugiados. Mais cadeiras do parlamento europeu foram ocupadas por partidos ultranacionalistas. Inclusive, alguns desses partidos conquistaram o governo central como na Ucrânia, Polônia e Hungria.
Em 2018, o governo eleito tinha como promessa de campanha impedir o desembarque de navios clandestinos. O fechamento dos portos italianos manteve tanto os navios de migrantes e refugiados quanto os navios de organizações internacionais à deriva. Havia crianças, idosos e pessoas enfermas a bordo.
Xenofobia
As populações locais apresentam temores como:
- Perda de empregos para os refugiados;
- Redução do acesso a serviços estatais pelo aumento do número de usuários;
- Possível queda da qualidade desses serviços;
- Aumento do pagamento de impostos.
Esses temores contribuem para o surgimento de focos de xenofobia, a aversão a estrangeiros. Isso pode levar a manifestações individuais de intolerância e preconceitos e também ao aumento da hostilidade na forma de grupos supremacistas.
Outra perspectiva
Inicialmente, o grande fluxo de pessoas pode representar pressão sobre a rede de proteção do governo e dificuldades no mercado de trabalho. Contudo, se o governo local trabalhar de forma eficiente para a distribuição desse contingente pode alcançar ganhos significativos.
É importante observar que os refugiados tem potencial para a atração de novos mercados para os países que os recebem. A longo prazo, os eventuais efeitos negativos da presença dos refugiados podem ser resolvidos.
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