Saiba quais foram os principais acidentes nucleares da história
Ao longo da história, alguns acidentes nucleares tiveram grande impacto para a humanidade. No artigo a seguir listaremos os principais acontecimentos dessa natureza, segundo critérios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A AIEA foi criada em 1990 e se trata de uma escala para mensurar a gravidade dos acidentes.
Conheça os principais acidentes nucleares
A seguir, listamos os principais e piores acidentes nucleares da história, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica.
Acidente de Chernobyl (1986) – Ucrânia (ex-URSS)
O acidente ocorreu próximo da cidade de Pripyat, situada na antiga República Socialista Soviética da Ucrânia. Um teste estava sendo realizado no sistema do reator 4 da central nuclear da usina de Chernobyl, no dia 26 de abril de 1986. Sucessivas explosões liberaram na atmosfera terrestre um grande volume de partículas radioativas.
Esse volume foi 400 vezes maior do que aquele liberado pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos em Hiroshima, no Japão, em 1945. O acidente contaminou mais de 200.000 km² de terra. A ONU acredita que mais de 5.000 casos de câncer ocorridos na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia podem estar relacionados ao desastre.
Fukushima Daiichi (2011) – Japão
A usina nuclear de Fukushima Daiichi foi danificada, em março de 2011, devido a um terremoto seguido de um tsunami. Os danos ocasionaram um acidente de nível 7 na escala INES. Esse foi o segundo pior acidente da história.
Os sistemas de energia e segurança da usina foram destruídos pela ação das ondas gigantes. Houve perda do resfriamento e colapsos de três reatores. Esse desastre também ocasionou:
- Vazamentos radioativos,
- Contaminação das águas;
- Remoção em massa de trabalhadores e moradores das regiões próximas.
Esse acidente fez com que mais de 60 mil pessoas fossem removidas a força de suas casas. Ainda estão sendo estudadas as consequências desse acidente bem como as medidas para desmontar a central. Esse processo pode levar anos.
Kyshtym (1975) – Rússia
Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim, a URSS decidiu investir em programas de desenvolvimento de usinas e armas atômicas. O objetivo era fazer frente aos Estados Unidos nessa corrida nuclear.
Dentre as unidades construídas estava a central Mayak, localizada próxima à cidade de Kyshtym. A mão de obra utilizada para a construção dessa usina foi a de centenas de prisioneiros de guerra. O processo para erguer a estrutura foi realizado rapidamente e assim não houve muito investimento em segurança.
Em 29 de setembro de 1975, houve uma falha no sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos nucleares. Esse problema levou a uma explosão de grande potência que liberou toneladas de material radioativo na atmosfera.
As partículas liberadas nessa explosão contaminaram Mayak e as cidades próximas. Acredita-se que aproximadamente 100.000 pessoas tiveram que deixar as suas casas. O ocorrido ficou conhecido como “O Desastre de Kyshtym” porque a sede da tragédia não fazia parte do território soviético oficialmente.
Three Mile Island (1979) – Estados Unidos
Um colapso parcial de um reator na usina nuclear de Three Mile Island, próximo da cidade de Harrisburg, na Pensilvânia, levou a um acidente nuclear. É importante pontuar que esse é o acidente nuclear mais grave da história dos Estados Unidos.
Para aliviar a pressão do reator, uma válvula foi aberta, porém, a combinação de falhas humanas e técnicas, resultou no não fechamento da válvula. Assim ocorreu o vazamento de água fervente dentro do núcleo que já se encontrava superaquecido.
O controle do acidente evitou que houvesse mortos ou feridos dentre os trabalhadores e moradores da região. No entanto, alguns gases radioativos foram liberados na atmosfera.
Windscale (1975) – Reino Unido
A Inglaterra decidiu construir uma bomba atômica após o fim da Segunda Guerra Mundial. A cidade escolhida para essa construção foi Windscale. No dia 10 de outubro de 1975, houve uma falha técnica que deu início a um incêndio em um dos reatores centrais. Materiais radioativos foram liberados nas áreas do entorno.
Para evitar que algo mais grave acontecesse, os dutos de saída de ar do reator foram selados e os cartuchos de combustível foram removidos. O segundo reator foi desligado. Acredita-se que a radiação pode ter sido responsável por dezenas de casos de câncer.
Tokaimura (1999) – Japão
Em 1999, ocorreu o primeiro desastre nuclear do Japão, nas instalações de urânio de Tokaimura. A região é a sede da indústria nuclear japonesa há décadas e está localizada a 140 km de Tóquio.
Em 30 de setembro de 1999, funcionários da fábrica de reprocessamento utilizaram mais elemento radioativo do que era necessário para o preparo do combustível nuclear. Esse combustível foi utilizado em um reator que estava inativo há mais de um ano.
Teve início uma reação nuclear descontrolada que levou dois funcionários a óbito e expôs outros colaboradores a níveis elevados de radiação. Em torno de 200 moradores da região em torno foram impactados por doses variadas de radiação.
Goiânia (1987) – Brasil
Goiânia, a capital do estado brasileiro de Goiás, entrou para a história dos grandes eventos radioativos em 13 de setembro de 1987. Parte de um equipamento de radiologia contendo uma cápsula de Césio-137 foi encontrada em meio a escombros e revendida para um ferro velho. A máquina tinha chumbo, metal que possui bom valor financeiro.
Quando o equipamento foi desmontado, a luminescência do césio chamou a atenção das pessoas. Moradores da região receberam pedaços do material e isso levou a contaminações e mortes.
Agora você conhece os principais acidentes nucleares da história. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!