O marco inicial do Arcadismo em Portugal aconteceu, em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana em Lisboa. Esse movimento artístico foi posterior ao Barroco e teve como inspiração a Arcádia Italiana, fundada em 1690. Continue lendo para saber mais sobre o movimento.

Arcadismo em Portugal

Em 1756, foi fundada a Arcádia Lusitana, em Lisboa, assim teve início o Arcadismo em Portugal. O arcadismo lusitano teve como inspiração a Arcádia Italiana, fundada em 1690. Esse movimento artístico é posterior ao Barroco. 

É importante pontuar que a Arcádia era uma academia literária que reunia escritores que se dedicavam a apresentar um estilo novo para substituir o barroco. Com o viés de ser o oposto do barroco, o arcadismo se caracteriza por ser uma arte menos rebuscada e extravagante. 

O arcadismo teve fim, em 1825, quando o poema “Camões”, de Almeida Garrett foi publicado dando início ao movimento seguinte: o Romantismo. Os poemas foram o grande destaque da produção árcade portuguesa, Bocage era um dos principais representantes. 

Fundadores

Os fundadores da Arcádia Lusitana foram:

• Cruz e Silva;
• Teotónio Gomes de Carvalho;
• Manuel Nicolau Esteves Negrão.

O fim da Arcádia Lusitana se deu em 1776 e em seu lugar foi criada a Nova Arcádia, em 1790, em Lisboa. 

Principais conceitos do Arcadismo em Portugal 

O Arcadismo também pode ser chamado de Setecentismo ou Neoclassicismo. Essa escola literária estava focada na apresentação de um estilo de vida simples e bucólica, bem diferente dos grandes centros urbanos. O movimento propõe a busca pelo equilíbrio e retorno aos clássicos, os seus principais conceitos são: 

• Locus Amoenus (lugar ameno);
• Inutilia Truncat (cortar o inútil);
• Fugere Urbem (fuga da cidade);
• Carpe Diem (aproveite o momento);
• Aurea Mediocritas (equilíbrio de outro). 

Contexto histórico Arcadismo em Portugal 

O Arcadismo é uma escola literária que surgiu, no século XVIII, em meio aos ideais iluministas. Conhecido como “Século das Luzes”, esse século ficou marcado por um grande avanço e desenvolvimento científico, tecnológico e social. A cultura europeia foi bastante influenciada por esse desenvolvimento. 

Portugal esteve sob o controle da Espanha, desde 1580, tendo conquistado sua independência após a Guerra da Restauração (1640-1668). Dessa forma, essa era uma fase de profunda renovação e transformações no país. 

Foram realizadas reformas importantes na reestruturação do país nas esferas econômica, social e política que se refletiram também em áreas como a educação. Essas mudanças foram determinantes para impulsionar o espírito de renovação e desenvolvimento dos estudos científicos. 

O movimento árcade deixa de lado a religiosidade, bastante destacada no barroco, e foca na razão. A produção dessa fase é marcada pelo contraste com a produção barroca, algo que era importante para os adeptos do arcadismo. 

Características do Arcadismo em Portugal

O movimento árcade em Portugal, assim como em outras partes da Europa, marcou a passagem de uma linha de pensamento com foco religioso para outra mais racional. Foi um movimento de grande desenvolvimento industrial no velho continente, o que se refletiu em sua produção artística.

A produção do arcadismo português deixou em segundo plano as ideias religiosas e explicações sem embasamento científico. A ideia central desse movimento artístico era fazer um contraponto ao barroco, movimento anterior que estava fortemente embasado na religião. 

Confira abaixo as principais características do Arcadismo em Portugal: 

• Linguagem mais simples, diferente do rebuscamento do barroco; 
• Objetividade e racionalismo; 
• Exaltação da natureza e do simples; 
• Descarte do supérfluo; 
• A poesia foi a maior força literária do movimento; 
• Retorno aos valores greco-romanos (cultural clássica); 
• Bucolismo (vida no campo);
• Pastoralismo;
• Uso de pseudônimos; 
• Críticas à burguesia e aos centros urbanos. 

Autores e Obras do Arcadismo em Portugal 

A poesia foi a forma de expressão literária que mais se destacou no Arcadismo Português. Alguns poetas tiveram um papel fundamental no desenvolvimento desse movimento em terras lusitanas. Os principais autores do arcadismo português foram:

• “Vieira Defendido”, “Arte Poética ou Regras da Verdadeira Poesia”, “Cartas Poéticas e Críticas (…) de Poesia (…) e Poetas” – Francisco José Freire (1719-1773); 
• “Obras Poéticas”, “Teatro Novo” e “Assembleia ou Partida” – Pedro António Correia Garção (1724-1772); 
• “Obras Poéticas” (dois volumes da obra completa) – Domingos dos Reis Quita (1728-1770); 
• “O Hissope”, “Odes Pindáricas”, “A Degolação do Baptista” – António Dinis da Cruz e Silva (1731-1799); 
• “Obras Poéticas” (seis volumes) – Marquesa de Alorna (1750-1839); 
• “Morte de D. Ignez de Castro”, “Elegia”, “Idílios Marítimos” – Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805); 
• “Miscelânea Curiosa e Proveitosa”, “Passeio”, “Amantes” – Nicolau Tolentino de Almeida (1740-1811). 

Curiosidade sobre o Arcadismo em Portugal

Boa parte dos poetas do arcadismo português utilizou pseudônimos para assinar as suas obras, confira alguns deles abaixo:

• Teotônio Gomes de Carvalho usou o pseudônimo “Tirse Menteo”; 
• Cruz e Silva assinou obras com seu apelido artístico, “Elpino Nonacriense”; 
• Manuel Nicolau Esteves Negrão usava o pseudônimo “Elmano Sincero”. 

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