Características do Primeiro Reinado no Brasil
Recebe o nome de Primeiro Reinado o período em que o Brasil foi governado por D. Pedro I, o primeiro imperador do país. Essa fase começou no dia 7 de setembro de 1822 e chegou ao fim no dia 7 de setembro de 1831. Continue lendo para saber mais sobre essa fase histórica da nação.
O que foi o Primeiro Reinado?
Iniciado com a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, o Primeiro Reinado chegou ao fim em 7 de setembro de 1831. O término dessa fase é marcado pela abdicação de Dom Pedro I.
Foi um período marcado pelas disputas entre o Imperador e a elite agrária. Os conflitos regionais do Nordeste e da Cisplatina também foram eventos marcantes desse período. Durante o Primeiro Reinado, o Brasil construiu sua base como Estado e nação.
Características do Primeiro Reinado
- O regime de governo do Primeiro Reinado era uma monarquia constitucional.
- O chefe de Estado era Dom Pedro I.
- Os principais produtos exportados eram o algodão, o tabaco e o açúcar.
- A economia também estava baseada fortemente no comércio de pessoas escravizadas.
- Houve o início da busca pela construção de uma identidade própria do país.
- O Brasil deixou de ser parte do Reino português e passou a se ver como nação independente.
Política do Primeiro Reinado
Uma assembleia de deputados foi reunida assim que as batalhas pela independência chegaram ao fim na Bahia. O objetivo era redigir uma Constituição para o novo país. Houve diversas discussões a respeito do texto constitucional e, em 1823 uma versão do projeto foi apresentada ao Imperador.
Porém, como nesse texto havia a redução dos poderes imperiais, D. Pedro I resolveu fechar a Assembleia e iniciar a produção de uma nova Constituição. Em 1824, uma nova Constituição foi outorgada.
Essa Carta Magna instituía o Poder Moderador, este seria exercido pelo imperador se houvesse conflito entre os poderes legislativo, executivo e judiciário. Muitos brasileiros entenderam o Poder Moderador como uma forma de o Imperador concentrar os poderes do governo.
Confederação do Equador
Como resposta ao Poder Moderador, algumas províncias do Nordeste se uniram para fundar a Confederação do Equador. Faziam parte dessa confederação:
- Pernambuco;
- Ceará;
- Piauí;
- Rio Grande do Norte;
- Alagoas;
- Sergipe.
A Confederação do Equador declarou guerra ao império, em 1824. Esse conflito tinha como objetivo a separação das províncias do Brasil. A Confederação foi militarmente derrotada.
Guerra da Cisplatina e o surgimento do Uruguai
Em 1825, ocorreu a chamada Guerra da Cisplatina. O conflito consistiu na disputa pela Província da Cisplatina, entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata.
O Brasil foi militarmente derrotado, mas não reconhecia que o território integrasse a Argentina. Para resolver esse impasse, foi criado um Estado independente, que recebeu o nome de Uruguai.
A economia durante o Primeiro Reinado
No Brasil, eram comercializados produtos cujo preço de exportação apresentavam queda como açúcar, tabaco e algodão. O crescimento da comercialização do café levou ao desenvolvimento do chamado “ouro verde”.
Porém, nem mesmo esse crescimento foi suficiente para evitar a crise econômica. Os elevados custos com os conflitos fez com que o governo precisasse recorrer a empréstimos junto a Inglaterra.
A crise do Primeiro Reinado
O descontentamento da população e das elites com o governo aumentou consideravelmente devido aos conflitos e à crise econômica. Em paralelo, em 1826, o falecimento de D. João VI, rei de Portugal, criou outro impasse. D. Pedro I não havia renunciado aos seus direitos de herdeiro do trono português.
Dessa forma, mesmo sendo Imperador do Brasil, ele assumiu como rei de Portugal passando a se chamar D. Pedro IV. D. Miguel, irmão do imperador, não aceitou essa atitude e deu início a uma longa disputa.
Tentando chegar a um acordo com o irmão, D. Pedro I abdica do trono português em favor de sua filha mais velha, Maria da Glória. A proposta era a de que D. Miguel se casasse com ela e assim também ascendesse ao trono. A condição era a de que ele deveria respeitar a Constituição que vigorava em Portugal.
Quando Dona Maria da Glória chegou a Portugal encontrou a recusa de D. Miguel ao casamento. O irmão de D. Pedro I subiu ao trono português e desrespeitou a Carta Magna.
A Noite das Garrafadas
No Brasil, a imagem de D. Pedro I estava bastante prejudicada e o descontentamento levou a protestos nas ruas. A Noite das Garrafadas foi um dos acontecimentos mais marcantes dessa fase. O evento ocorreu entre os dias 13 e 15 de março de 1831 nas ruas do Rio de Janeiro.
Tratou-se do embate entre portugueses que não aceitavam a separação do Brasil de Portugal e os brasileiros. D. Pedro I retornava de uma visita à província de Minas Gerais, onde buscou apoio, quando foi recebido com uma grande confusão. Os brasileiros reclamavam do seu governo.
Ministério dos Marqueses
Diante da violência nas ruas, D. Pedro I decidiu formar um ministério constituído apenas por brasileiros, o “Ministério dos Marqueses”. O objetivo era acalmar os ânimos, mas isso não foi suficiente.
Outro fator que contribuiu para aumentar a crise foi o assassinato do jornalista Líbero Badaró, em 1930. Havia a suspeita de que o Imperador tinha ordenado o crime pelo fato de o profissional da imprensa ser forte crítico do governo.
Abdicação
A situação de D. Pedro I estava bem complicada com sua divisão entre o trono brasileiro e o português. Além disso, havia revolta nas ruas e parte do Exército contra a figura do imperador. Nesse cenário, ele decidiu abdicar ao trono do Brasil em favor do seu filho e herdeiro, D. Pedro II, que tinha apenas cinco anos de idade.
A Constituição previa a formação de uma Regência até a maioridade do Imperador. D. Pedro I partiu então para a Europa onde ajudou a restaurar o trono para sua filha, Maria da Glória.
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