Conheça os aspectos da história africana: tráfico negreiro e imperialismo - Hexag Medicina
11/08/2023 História

Conheça os aspectos da história africana: tráfico negreiro e imperialismo

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Conheça os aspectos da história africana: tráfico negreiro e imperialismo

O tráfico negreiro e o imperialismo são dois aspectos de grande impacto na construção da história africana. No artigo a seguir apresentaremos esses dois tópicos com mais detalhes. 

História africana: tráfico negreiro

O tráfico negreiro foi realizado entre os séculos XV e XIX. Essa atividade consistia na compra de prisioneiros africanos em regiões litorâneas da África para posterior escravização dos mesmos nos continentes europeu e americano. 

Comércio África-América

O gerenciamento do tráfico negreiro era feito por seis países:

  • Inglaterra;
  • Portugal;
  • Espanha;
  • França;
  • Países Baixos;
  • Dinamarca.

A exploração de escravizados africanos era comercialmente justificada pelas nações responsáveis. Basicamente, a alegação era de que somente assim era possível manter os preços baixos de produtos como açúcar, café, arroz, fumo, pedras preciosas e metais. 

Deslocamento

Essa migração forçada foi responsável pelo deslocamento de 12,5 milhões de africanos. Estima-se que um terço deles foi para a América Portuguesa. Tratou-se do maior deslocamento involuntário de pessoas de toda a história. 

Devido às más condições de higiene dos navios, 12,5% desse total não conseguiu completar a travessia com vida. Havia a proliferação de doenças e a imposição de duros castigos físicos aqueles que se rebelavam. 

Descoberta do Novo Mundo

A descoberta do continente americano permitiu que a produção de vários itens, essenciais para a Europa, fosse ampliada. Porém, a mão de obra disponível não era suficiente. 

Houve a tentativa, sem sucesso, de escravização das populações indígenas presentes no novo território. Os imigrantes livres e os prisioneiros enviados para a América não eram o suficiente para preencher as necessidades de produção. Dessa forma, foi o trabalho forçado dos africanos escravizados que permitiu a prosperidade europeia. 

Rotas

O transporte dos escravizados foi realizado por várias rotas saindo da África. Havia rotas para a Europa passando pelas ilhas do Atlântico e Mar Mediterrâneo, antes mesmo do início da exploração comercial em larga escala. 

A maior parte, 80%, dos cativos retirados a força da África, foi absorvida pelo setor açucareiro. Dois pontos se destacavam nas rotas: o do norte e o do sul. O ponto do norte era constituído por expedições que partiam da Europa e da América do Norte. As partidas do ponto do sul eram o Brasil. 

Portos que mais recebiam escravizados africanos:

  • Rio de Janeiro (Brasil);
  • Salvador (Brasil);
  • Recife (Brasil);
  • Londres (Inglaterra);
  • Liverpool (Inglaterra);
  • Bristol (Inglaterra);
  • Nantes (França). 

Principais pontos de partida na África:

  • Senegâmbia;
  • Costa do Barlavento;
  • Serra Leoa;
  • Costa do Ouro;
  • Golfo do Benim;
  • África Centro-Ocidental. 

Proibição

O tráfico de escravizados foi proibido, inicialmente, na própria Europa. Nesse período surgiu uma intensa batalha ideológica. Porém, alguns historiadores acreditam que foram os elevados preços da mão de obra escravizada que levou ao fim da exploração. Era um momento de crescente industrialização. 

Em 1807, o tráfico negreiro foi considerado ilegal pelos ingleses e pelo governo dos Estados Unidos. A partir de 1810, o governo da Inglaterra proibiu diretamente o tráfico, 10% da sua esquadra passou a ser usada para interceptar navios negreiros. 

Em 1850, o governo brasileiro proibiu o tráfico através da Lei Eusébio de Queirós. Contudo, a abolição da escravatura somente foi efetivada em 1888 por meio da Lei Áurea. 

História africana: o imperialismo

No decorrer do século XIX, o continente africano passou por um forte processo de imperialismo europeu. Para se ter uma ideia, até o ano de 1876, somente 10,8% do território africano estava sob o controle de colonizadores. Em 1900, esse número já havia saltado para 90,4% do território. 

Inicialmente, os colonizadores europeus estavam espalhados ao longo da costa com fortes postos comerciais que permitiam o tráfico de escravizados. França e Grã-Bretanha começaram com as primeiras dominações em larga escala. 

Imperialismo na África

  • Em 1832, a França ocupou a Tunísia. Na sequência ocupou o Marrocos e assim foi criada a África Ocidental Francesa. 
  • Em 1882, a Grã-Bretanha ocupou o Egito, o Sudão e o sul da África com o objetivo de expandir seu território. 
  • Em 1876, Leopoldo II, rei da Bélgica, ocupou a área do atual Congo. A região permaneceu sob seu domínio até 1908, quando foi vendida ao governo belga. 

Imperialismo na África: estratégias de dominação

Foram utilizadas como estratégias de dominação, negociações políticas, a religião e manobras militares. Os chefes tribais faziam acordos comerciais com os europeus. Em troca de armas, os africanos forneciam produtos da terra para os colonizadores. 

Com o objetivo de dominação territorial, os europeus se aliavam a tribos e participavam de guerras entre diferentes povos. Dessa forma, garantiam acesso a mais terras e aliados mais poderosos. 

Religião e ideologia

A religião foi amplamente utilizada como uma forma de reforçar a ideia de que áreas em que havia politeísmo eram inferiores. Houve um intenso processo de demonização, por parte dos missionários, dos deuses e costumes africanos. 

A exploração das riquezas naturais africanas foi embasada em teorias raciais como o darwinismo social e o mito do fardo do homem branco. O argumento de que os africanos eram “bárbaros” foi muito trabalhado para convencê-los de que deveriam contribuir com os europeus.

Partilha da África

Em 1885, houve o ápice do imperialismo com o acordo selado na Conferência de Berlim. Esse acordo oferecia liberdade comercial para todos os países em algumas áreas. A reunião serviu ainda para definir fronteiras do território africano dividido em 50 estados.

Divisões étnicas tradicionais não foram levadas em consideração pelos termos do acordo. Isso levou a um impacto catastrófico para as nações. Inclusive é por isso que alguns países africanos ainda vivem sob intensa rivalidade étnica. Essa partilha está entre as justificativas para a deflagração da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Descolonização e o neocolonialismo 

Embora tenha ocorrido o processo de descolonização africana, estudiosos acreditam que a exploração desse território não acabou, apenas mudou. Mesmo com Estados soberanos ainda há forte dependência dos antigos colonizadores. Essa relação é chamada de neocolonialismo. 

Nesse artigo você conheceu dois aspectos importantes da história africana. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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