O que foi a Conjuração Mineira?
A Conjuração Mineira foi um movimento ocorrido em Minas Gerais, no final do século XVIII, que visava à independência de Minas da Coroa Portuguesa. Esse episódio histórico é também conhecido como Inconfidência Mineira.
Continue lendo para saber mais sobre esse movimento e suas consequências.
Entenda o que foi a Conjuração Mineira
Durante o período do Brasil Colônia, houve diversos movimentos de indivíduos insatisfeitos com a exploração da Coroa Portuguesa. Esse movimento é considerado o mais importante dessa fase, ainda que não tenha tido êxito. Os planos dos conspiradores nem chegaram a ser postos em prática.
Como começou a Conjuração Mineira?
Nessa época, Minas Gerais era a capitania mais rica do país devido à atividade mineradora. A elite mineira estava descontente com a exploração da Coroa Portuguesa. A extração de ouro, prata e pedras preciosas chamava muita atenção de Portugal que buscava formas de se beneficiar cada vez mais com essa riqueza.
Lisboa, a capital de Portugal, foi devastada por um terremoto em 1755. Para reconstruir a cidade, o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro, decidiu aumentar os impostos pagos pela Colônia.
Os colonos, que já estavam descontentes, ficaram ainda mais insatisfeitos e desenvolveram planos para conquistar a independência de Minas Gerais. Foi então que a elite mineira se juntou para conspirar contra Portugal.
Esse grupo de conspiradores era composto por fazendeiros, comerciantes, integrantes da Igreja Católica e profissionais de destaque. Porém, o membro que se tornou o símbolo do movimento, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) não fazia parte da elite. Ele era militar e o apelido “Tiradentes” se devia ao fato de ele ter sido dentista amador.
Motivos de insatisfação dos inconfidentes
Conheça os principais motivos de insatisfação dos inconfidentes.
Altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa
Os inconfidentes (ou conjuradores) estavam muito insatisfeitos com o aumento dos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa. Eles entenderam que Minas tinha condições financeiras de se manter sem precisar da interferência de Portugal. A partir de então eles começaram a conspirar visando tornar Minas Gerais uma república independente.
Governo de Minas
Outro fator que gerava grande insatisfação nos conjuradores era o governador de Minas Gerais, na década de 1780, Luís da Cunha Meneses. Sua gestão beneficiava seus amigos, era corrupta e se caracterizava pelo abuso de poder. No final da década de 1780, o Visconde de Barbacena passou a ocupar o cargo de governador de Minas.
Quinto
Nesse período, era cobrado um imposto chamado “quinto”, que nada mais era do que 20% de todo o ouro extraído na Capitania. O Visconde de Barbacena assumiu o cargo com a meta de arrecadar um piso mínimo anual de 100 arrobas de ouro. Se essa meta não fosse alcançada, o governador deveria aplicar uma medida chamada “derrama”.
A derrama estabelecia que se o teto mínimo de 100 arrobas não fosse alcançado, a população da Capitania deveria arcar com o restante. Os conjuradores decidiram agir movidos pela possibilidade de que essa cobrança fosse feita. Inclusive o seu plano deveria ser colocado em prática no dia da cobrança de impostos em Vila Rica.
Objetivos da Conjuração Mineira
A Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira não foi colocada em prática. Aconteceram somente reuniões onde o grupo debateu sobre suas insatisfações e como agir. Os pontos abordados nessas reuniões foram:
– Romper com Portugal e proclamar a República de Minas Gerais;
– Desenvolver manufaturas (algo proibido nesse período para manter a Colônia dependente da Coroa Portuguesa);
– Construir Universidades (também era proibido);
– Perdoar as dívidas da elite mineira.
Os conjuradores discordavam apenas a respeito da libertação dos escravos. Como muitos dos conspiradores eram donos de minas de extração de ouro, dependiam dessa mão de obra e não queriam perdê-la. Essa pauta foi deixada de lado devido à falta de concordância.
Consequências da Conjuração Mineira
Em 1789, Joaquim Silvério dos Reis, que frequentava as reuniões, denunciou os conjuradores para a Coroa Portuguesa. Ele fez um acordo em que em troca das informações teria suas dívidas perdoadas. Todos os membros denunciados foram presos. Após três anos houve a sentença de pena de morte para onze dos participantes.
Porém, passado algum tempo, dez deles foram perdoados e receberam como condenação apenas o exílio. Dos onze condenados, apenas Tiradentes foi enforcado em 1792. Após o enforcamento, o corpo dele foi esquartejado e as partes espalhadas por toda Vila Rica como um aviso para que não houvesse novos movimentos.
Estima-se que Tiradentes foi o único participante do movimento a ter sido condenado à morte por não ser integrante da elite. Ele não tinha amigos poderosos para intervir por ele. Há também relatos de que ele foi o único que não negou fazer parte da Conjuração Mineira nos interrogatórios.
A imagem de Tiradentes foi usada, em 1889, quase cem anos após sua morte, como representação de um herói nacional pelos republicanos. Afinal, ele lutou e perdeu a vida por buscar a independência de Portugal.
Agora você já sabe o que foi a Conjuração Mineira. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog do Hexag Medicina!