Crise de 1929: entenda o que foi e quais foram os seus impactos
A Crise de 1929 começou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York e se tornou uma crise econômica em escala global. Também chamada de Grande Depressão, foi um momento de decadência do liberalismo econômico. Continue lendo para saber mais sobre essa crise e seus impactos.
O que foi a Crise de 1929?
Em 1929, logo após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, teve início uma crise financeira sem precedentes em escala mundial. Também conhecida como Grande Depressão, essa crise acarretou altas taxas de desemprego e desabastecimento.
Em 1933, o republicano Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos Estados Unidos apresentando um plano de recuperação da economia, o New Deal. A solução se baseava em maior participação do Estado na economia. Essa crise impactou a economia do mundo.
No Brasil, os reflexos da crise atingiram a produção cafeeira que entrou em colapso. A oligarquia paulista do café estava no poder e o enfraquecimento do seu poder econômico abriu espaço para a Revolução de 1930.
Contexto histórico da Crise de 1929
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) deixou a Europa devastada e as principais potências com seu poderio econômico abalado. Os Estados Unidos, por sua vez, se tornaram a principal nação capitalista assumindo a liderança mundial.
Os norte-americanos viviam uma fase de prosperidade no começo da década de 1920, totalmente o oposto dos europeus. A euforia dessa bonança levou a superprodução e o consumo desenfreado. Nesse contexto de prosperidade financeira, o acesso ao crédito foi ampliado.
American Way of Life
O estilo de vida europeu era o modelo a ser seguido até a Primeira Guerra Mundial. Após a devastação deixada pelo conflito, ganhou destaque o chamado “American Way of Life” (jeito americano de viver). Esse era o novo padrão de felicidade e se baseava em:
- Consumo exacerbado, especialmente de eletrodomésticos;
- Exaltação do prazer;
- Sensação de que a euforia seria eterna.
Especulação
Os Estados Unidos, que vivia tempos prósperos, emprestou muito dinheiro para a reconstrução dos países europeus prejudicados pela guerra. A ideia de que nada poderia abalar o poder da economia norte-americana, fez com que muitos estadunidenses investissem seu dinheiro no mercado financeiro. A especulação monetária aumentou.
Houve aumento considerável das ações das empresas na Bolsa de Valores. Basicamente, os investidores compravam as ações para depois revender, assim se criava uma sensação de prosperidade que não era real.
O governo não fiscalizava as ações na bolsa de valores. O poder estava nas mãos do Partido Republicano que adotava política liberal e a não intervenção do Estado na economia. Não havia regulação do crédito concedido aos consumidores internos e nem do empréstimo feito para os países europeus, condições não eram exigidas.
Causas da Crise de 1929
- Manutenção do ritmo acelerado da produção norte-americana;
- Oferta de crédito sem a exigência de garantia de pagamento;
- Especulação financeira;
- Falsa sensação de prosperidade que disfarçava a situação financeira real.
Quebra da Bolsa de Valores de Nova York
Conhecida como a Quinta Feira Negra, a data de 24 de outubro de 1929, foi marcada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Os investidores colocaram à venda 12 milhões de ações, isso produziu pânico generalizado no mercado financeiro.
O movimento de venda de ações só cresceu nos dias seguintes, as ações foram ainda mais desvalorizadas. A prosperidade e a euforia haviam acabado nos Estados Unidos e isso afetaria o resto do mundo. A crise produziu grande pobreza, desespero e desemprego.
Impactos da Crise de 1929
- Redução das importações e exportações dos Estados Unidos;
- Redução dos empréstimos internacionais;
- Queda do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos;
- Falência de bancos e empresas;
- Queda da produção industrial.
Recessão econômica na Europa
A redução dos empréstimos internacionais fez com que os Estados Unidos deixassem de financiar a recuperação dos países europeus. Logo, a crise chegou ao velho continente também, o que acarretou uma grave recessão econômica. O desemprego aumentou e isso se refletiu em greves e manifestações sociais.
Financiamento de grupos extremistas
Visando manter a ordem social e acabar com as greves, industriais europeus passaram a financiar grupos extremistas. Dentre esses grupos se destacam os fascistas na Itália, sob a liderança de Benito Mussolini e os nazistas na Alemanha, liderados por Adolf Hitler.
New Deal
Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos Estados Unidos, em 1933, com a promessa de acabar com a crise econômica que levou milhões à pobreza. O New Deal, seu plano de ação, propunha o oposto dos seus antecessores.
A solução para a crise do liberalismo foi a intervenção direta do Estado na economia. Assim, as atividades bancárias e a construção de obras públicas passaram a ser fiscalizadas. Também foi uma forma de gerar emprego para os desempregados.
As consequências da Crise de 1929 no Brasil
A exportação de café era a principal atividade econômica brasileira, no final dos anos 1920. Os principais compradores da produção cafeeira nacional eram os Estados Unidos. Os latifundiários produziam em grande escala para atender a demanda. Contudo, com a Crise de 1929, a economia americana passou a importar menos café.
A produção cafeeira brasileira foi desvalorizada no mercado externo. O governo brasileiro comprou as sacas estocadas para aguardar a valorização. No entanto, essa medida não obteve sucesso. A solução encontrada foi investir na indústria de base e iniciar o processo de industrialização do Brasil.
As oligarquias do café (São Paulo) e do leite (Minas Gerais), que se revezavam no poder, saíram enfraquecidas. Esse cenário abriu espaço para a Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder.
Agora você conhece mais sobre a Crise de 1929. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!