Entenda o que foi a Revolução Constitucionalista de 1932
A Revolução Constitucionalista de 1932 entrou para a história como o último conflito armado de grande porte ocorrido no Brasil. É também conhecido como Revolução de 1932 e Guerra Paulista. Continue lendo para saber mais.
O que foi a Revolução Constitucionalista de 1932?
Em 1932, houve um grande levante contra o governo de Getúlio Vargas. O conflito armado recebeu o nome de Revolução Constitucionalista, mas também é conhecido como Revolução de 1932 ou Guerra Paulista.
Esse movimento foi engendrado pelas elites paulistas que desejavam retomar o poder político que perderam com a Revolução de 1930. Os revoltosos desejavam a convocação de eleições e a promulgação de uma Constituição. Anualmente, o dia da Revolução Constitucionalista é celebrado no dia 9 de julho, no estado de São Paulo.
Revolução ou revolta?
Muitos historiadores não concordam com o uso do termo “revolução” para o movimento constitucionalista de 1932. Eles acreditam que a nomenclatura é inadequada porque o movimento foi planejado pelas elites. Então o termo “revolta” estaria mais alinhado com o perfil do movimento.
Principal motivação
O movimento constitucionalista de 1932 ocorreu no estado de São Paulo. Em linhas gerais, foi uma resposta à Revolução de 1930 que pôs fim a autonomia dos estados, que era assegurada pela Constituição de 1891. Os revoltosos exigiam que o Governo Provisório elaborasse uma nova Constituição e eleições presenciais.
A mobilização pela Revolução Constitucionalista
Em 9 de julho de 1932, Pedro de Toledo (1860-1935), então interventor (cargo equivalente a governador) liderou o início da revolta. A população foi mobilizada através de uma ampla campanha realizada através de rádios e jornais.
Mais de 200 mil pessoas se voluntariaram, sendo 60 mil combatentes. A população se engajou no movimento. Do lado do governo Vargas, 100 mil soldados partiram para o enfrentamento dos paulistas.
Os combates militares
Os paulistas acreditavam que teriam o apoio de Minas Gerais e do Rio de Grande do Sul. Porém, os dois estados decidiram não aderir à causa. São Paulo planejava uma ofensiva rápida contra a capital do país, porém, se viu cercado pelas tropas federais antes.
Para tentar conter as tropas de Vargas, os revoltosos apelaram à população. Solicitaram que lhe fosse doado ouro para a compra de armamentos e alimentos para os combatentes.
Os combates se estenderam de 9 de julho a 4 de outubro de 1932, ao todo foram 87 dias. Os últimos embates ocorreram dois dias após a rendição paulista. As tropas paulistas se renderam ao líder das tropas federais no dia 2 de outubro de 1932, na cidade de Cruzeiro. No dia 3 de outubro de 1932, foi assinada a rendição.
Causas da Revolução de 1932
A Revolução de 1930, alçou Getúlio Vargas ao poder e depôs o então presidente Washington Luís (1869-1947). Esse movimento impediu a posse do paulista Júlio Prestes (1882-1946), que deveria ser o sucessor de Luís.
Os paulistas apoiaram Vargas, mesmo tendo perdido a hegemonia política, pois acreditavam que ele convocaria eleições presidenciais e para a Constituinte. Contudo, o tempo passou e as convocações não foram realizadas.
Além disso, os paulistas não gostaram do fato de Vargas ter retirado os governadores dos estados e nomeado interventores que eram próximos a ele. Havia o desejo dos paulistas de ter o direito de eleger o próprio interventor, porém, isso somente aconteceria após a conclusão da nova constituição.
O ato do dia 23 de maio
No dia 23 de maio de 1932, ocorreu, no centro de São Paulo, um ato político favorável às eleições. A polícia reprimiu o movimento que culminou na morte de quatro estudantes: Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo. Esse fato causou grande revolta e as iniciais dos nomes das vítimas (M.M.D.C.) se tornou um dos símbolos do movimento.
Os participantes da Revolução de 1932
Dentre os revoltosos que organizaram o movimento estavam:
- Fazendeiros;
- Estudantes universitários;
- Comerciantes;
- Profissionais liberais.
Os participantes tinham como principal objetivo a convocação de eleições.
Consequências da Revolução Constitucionalista
- O saldo oficial de mortos foi de 934. Porém, as estimativas não oficiais eram de até 2200 falecidos.
- Mesmo tendo sido derrotado no campo de batalha, o movimento teve êxito político. A luta por uma nova constituição se fortaleceu.
- Em 1933, foram realizadas eleições.
- O civil Armando Sales (1887-1945) se tornou governador do estado, em 1935.
- Em 1934, a Assembleia Constituinte foi reunida para dar início a nova Carta Magna do Brasil. Ela foi promulgada no mesmo ano.
- No entanto, essa constituição vigorou por pouco tempo. Ela foi suspensa, em 1937, pelo golpe que instituiu o Estado Novo.
- O dia 9 de julho é celebrado, anualmente, em todo o estado de São Paulo.
- A Revolução Constitucionalista é lembrada em diversos monumentos.
- O Obelisco do Ibirapuera é um monumento funerário do movimento. Ele abriga os restos mortais dos que morreram na Revolução.
- Nesse monumento estão os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
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