Entendendo o conflito entre Israel e Palestina
O conflito entre Israel e Palestina envolve questões bastante complicadas. Por isso, não há uma resposta curta e simples sobre o motivo dessa rivalidade que já dura várias décadas e que vem colocando fim a tantas vidas. Ao longo deste artigo, iremos explicar todo o contexto envolvido nesse conflito. Siga a leitura para entender melhor.
Conflito entre Israel e Palestina: como tudo começou?
Tudo começou no início do século XIX, com o fortalecimento do chamado sionismo, um movimento nacionalista que tinha como objetivo a criação de um Estado para reunir todos os judeus do mundo e colocar fim à perseguição sofrida por eles. Podemos dizer que essa iniciativa surgiu como uma resposta ao antissemitismo, que estava em crescimento na época na Europa.
A grande questão era: onde esse Estado seria construído? As opções eram: Argentina, Uganda e Birobidjan (região da Sibéria localizada na fronteira entre Rússia e China). Entretanto, muitos sionistas defendiam que o Estado deveria ficar no local onde existiu o reino histórico de Israel, que era conhecido como Palestina.
Trata-se de uma faixa de terra que possui cerca de 400 quilômetros de extensão e que está localizada entre o Vale do Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo. A grande questão é que essa região não estava, digamos, disponível para ser ocupada, além de ser considerada sagrada também por cristãos e muçulmanos.
Um ponto importante a ser considerado é que, quando a Palestina começou a ser considerada para a construção do Estado judeu, a área fazia parte do Império Otomano. Havia uma pequena comunidade judaica nessa região, contudo, a maior parte da população era formada por árabes.
Impactos da Primeira Guerra Mundial
De 1914 a 1918, aconteceu a Primeira Guerra Mundial, conflito que envolveu a maior parte das nações do mundo. Uma de suas consequências foi a derrota do Império Otomano, que teve seus territórios divididos entre as potências europeias que saíram como vencedoras e coube ao Reino Unido o controle sobre a região da Palestina.
Em 1917, o governo britânico deu um passo importante, demonstrando seu apoio ao movimento sionista através da chamada Carta de Balfour. Nela, Arthur James Balfour (então secretário do país para assuntos estrangeiros) declarou ao Barão Rothschild (líder da comunidade judaica do Reino Unido) que o governo britânico apoiava a criação de um lar nacional para o povo judeu na região da Palestina. A condição era que os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas que habitavam a região fossem mantidos.
O início dos conflitos entre judeus e palestinos
Assim, nas décadas de 1920 e 1930 muitos judeus se estabeleceram nessa região. Além disso, nos anos seguintes, muitos daqueles que conseguiram fugir do holocausto foram para lá. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, a população judia da Palestina somava seiscentos mil, número equivalente a cerca de metade da população árabe do território.
Com o passar do tempo, judeus e palestinos começaram a entrar em conflito e a situação foi ficando cada vez mais complicada. Então, na tentativa de solucionar essa questão, a ONU – Organização das Nações Unidas propôs um plano que consistia na criação de dois Estados independentes, um árabe e outro judeu, com um regime diferenciado para Jerusalém.
Os judeus aceitaram a proposta apresentada pela ONU, mas os palestinos não concordaram em abrir mão de seu território. Assim, embora o plano tenha sido aprovado e demonstrava ser uma solução para o problema, nunca foi realmente implementado.
Fundação do Estado de Israel
Em 14 de maio de 1948, dois acontecimentos geraram uma reviravolta na situação. O primeiro deles foi o fim do Mandato Britânico na Palestina. Já o segundo evento foi a proclamação do Estado de Israel por David Ben-Gurion, primeiro chefe de governo de Israel. Em seguida, cinco países árabes declararam guerra ao país que acabava de ser criado, eram eles: Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria.
Depois de um ano de conflito, Israel venceu a guerra e expandiu seu território, ocupando também a área ocidental de Jerusalém. Ao mesmo tempo, a Jordânia ocupou a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém, o Egito ficou com Gaza e os palestinos continuaram sem um país.
Consequências da guerra árabe-israelense
A guerra árabe-israelense terminou em 1949 e, apesar de tanto tempo ter se passado, existem duas principais consequências que perduram até hoje. A primeira delas é o grande número de pessoas, de ambos os lados, que ficaram desalojadas, em sua maioria palestinas. Atualmente, cerca de cinco milhões de pessoas, filhas e netas de palestinos, vivem em campos de refugiados.
A segunda consequência é a divisão do território palestino em duas partes: a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza, que são dois territórios que não possuem ligação por terra entre si. Esse é um problema que parece estar longe do fim e que, a cada ataque, faz com que muitas vidas sejam perdidas.
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