A expansão marítima europeia ocorreu entre os séculos XV e XVII. Foi determinante para tirar a Europa da crise em que o continente mergulhou nos séculos XIV e XV. Foi ainda um momento de grande desenvolvimento de atividades comerciais entre diferentes continentes.

Para que as Grandes Navegações acontecessem foi preciso o desenvolvimento de uma série de conhecimentos geográficos além de contato com outras culturas. Continue lendo para saber mais sobre o tema. 

Expansão marítima europeia: conheça os principais fatores

No período da expansão marítima europeia, havia a necessidade de ampliar as possibilidades comerciais do Velho Continente. Abaixo listamos os principais fatores que impulsionaram as Grandes Navegações. 

Centralização do poder político e formação do Estado Nacional

As Grandes Navegações se tornaram possíveis a partir da centralização do poder político e da formação de um Estado Nacional. Essa centralização permitiu estabelecer uma complexa estrutura de navios, armas, navegadores, entre outros, essencial para o empreendimento marítimo. 

Rei e burguesia aliados

Para ter uma frota de navios preparados para os desafios dos oceanos era imprescindível contar com recursos financeiros. Assim surgiu a aliança rei-burguesia. 

Desenvolvimento técnico

As Grandes Navegações demandaram grande desenvolvimento técnico da área náutica. Para que esse empreendimento audacioso fosse possível foi necessário desenvolver instrumentos como o astrolábio e a bússola e conhecimentos como a cartografia. Embarcações, como as naus e caravelas, capazes de resistir as longas viagens, também foram criadas nesse período. 

Necessidades econômicas 

A Europa passava por um momento crítico em que precisava aumentar a produção de alimentos, pois sua população crescia muito rápido. Também era preciso acabar com o monopólio das cidades italianas do Mediterrâneo e encontrar novas fontes de metais preciosos. 

Questões religiosas

Para expandir o alcance do cristianismo, a Igreja Católica precisava de pagãos para converter. 

Como a expansão marítima europeia aconteceu em diferentes nações?

Entenda como a expansão marítima se deu em diferentes países do continente europeu. 

Portugal

Portugal foi um dos países com mais fatores favoráveis que contribuíram para o seu sucesso nas Grandes Navegações. Com uma localização geográfica privilegiada para as navegações, o país ainda vivia um momento de paz interna. A burguesia mercantil portuguesa estava fortalecida. 

O país ainda tinha formado um Estado Nacional sólido e tinha uma política centralizada. A primeira dinastia portuguesa, a Dinastia de Borgonha (surgida a partir de 1143) tinha como seu foco a expansão do território interno. 

Entre os anos de 1383 e 1385, ocorreu a Revolução de Avis, movimento político essencial para a centralização política do país. Surgiu uma forte aliança entre a burguesia mercantil e D. João, o mestre da Ordem de Avis. A Dinastia de Avis focou na expansão externa do país. 

Espanha

Em 1469, a Espanha se tornou um Estado Nacional por meio do casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. O navegador Cristóvão Colombo se colocou à disposição dos reis da Espanha, em 1492. 

Américo Vespúcio, em 1504, declara que Colombo descobriu um continente até então desconhecido, o Novo Mundo. Entre 1519 e 1522, Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo. 

A disputa por territórios entre Espanha e Portugal

Portugal e Espanha desenvolveram grande rivalidade no contexto da expansão marítima. Para evitar conflitos de grande porte, as duas nações ibéricas concordaram em assinar um acordo. Essa proposta foi feita pelo Papa Alexandre VI, em 1493. No entanto, inicialmente Portugal discordou de algumas proposições.

Foi somente em 1494, que Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas. Esse documento dividia as terras recém-descobertas e aquelas que poderiam ser descobertas. Outros países europeus não reconhecem esse documento como sendo oficial, uma vez que também queriam uma parte do Novo Mundo. 

França, Inglaterra e Holanda

Esses três países demoraram a centralizar a sua política e isso levou a um processo de expansão marítima tardio. França e Inglaterra, durante 1337 e 1453, estiveram envolvidas no conflito que ficou conhecido como Guerra dos Cem Anos. Quando esse período conflituoso teve fim, ambas as nações estavam com dificuldades internas. 

A Inglaterra enfrentou entre os anos de 1455 e 1485 a Guerra das Duas Rosas, uma guerra civil. Na França, houve uma série de conflitos durante o reinado de Luís XI, entre os anos de 1461 e 1483. Somente após superar esses problemas, Inglaterra e França deram início ao seu processo de expansão marítima. 

A Holanda, por sua vez, teve seu processo de centralização política tardio por ter sido um feudo espanhol. Os holandeses aproveitaram o período de enfraquecimento da Espanha para conquistar a independência de sua nação e assim iniciaram as suas navegações. 

Consequências históricas da expansão marítima europeia

As Grandes Navegações representam um salto grandioso na história da humanidade. Houve amplo desenvolvimento de conhecimento sobre a geografia do planeta e o estabelecimento de uma relação comercial entre diferentes continentes. 

As cidades italianas do Mediterrâneo que dominavam o mercado foram à falência devido à ampliação de horizontes. Houve o deslocamento do eixo econômico mundial do mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. O Sistema Colonial teve início.

As nações europeias iniciaram o processo de retirada de metais preciosos da América, utilizando mão de obra escrava. Essa parte da história foi regida pelo eurocentrismo (hegemonia de povos europeus). Teve início a consolidação social do capitalismo por meio do acúmulo primitivo de capitais. 

Agora você sabe o que foi a expansão marítima europeia. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog do Hexag Medicina!