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04/04/2023 História

Saiba quem foi Luís Carlos Prestes

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Saiba quem foi Luís Carlos Prestes

Luís Carlos Prestes teve grande importância na política brasileira do século passado. Começou sua trajetória como militar e posteriormente se tornou um revolucionário tendo lutado contra os governos oligárquicos da Primeira República. 

A partir da década de 1930 se tornou marxista e empreendeu forte oposição ao governo de Getúlio Vargas. Teve um relacionamento amoroso com a revolucionária alemã Olga Benário. Continue lendo para saber mais. 

Biografia de Luís Carlos Prestes

Em 3 de janeiro de 1898, Luís Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Seu pai, Antônio Pereira Prestes, era um militar que construiu uma carreira de sucesso no exército. Sua mãe, Leocádia Felizardo Prestes, era filha de um comerciante rico. 

Com o falecimento do pai na primeira década do século passado, Luís e seus quatro irmãos foram criados só pela mãe, que passou a trabalhar como professora. A infância de Prestes foi marcada por dificuldades financeiras. 

Carreira militar

Buscando melhorar de vida ingressou na carreira militar através do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Formou-se engenheiro militar em 1920. Chegou a conquistar a patente de capitão, porém, aderiu ao movimento tenentista. 

Esteve envolvido no preparo da Revolta do Forte de Copacabana, em 1922. Como punição foi enviado para o Rio Grande do Sul e após dois anos pediu demissão. Trabalhou como engenheiro numa cidade do estado após deixar o exército. 

Tenentismo 

Pouco tempo depois, se tornou o líder do 1º Batalhão Ferroviário, em um movimento tenentismo gaúcho. Além de enfrentar o cerco das tropas do governo marcharam até o estado do Paraná para auxiliar os tenentistas paulistas rebelados. 

As ações ousadas dos militares revoltosos do Rio Grande do Sul e São Paulo encontraram alinhamento aos ideais tenentistas. O tenentismo consistia num grupo grande de oficiais jovens que acreditava no uso de ação armada para modernizar o país. 

Para os tenentistas era urgente combater o domínio político das oligarquias e acabar com as fraudes eleitorais. Prestes buscou unir os tenentistas gaúchos aos paulistas para que acontecesse uma marcha pelo país para lutar contra o governo do presidente Artur Bernardes.

Coluna Prestes

A proposta de Prestes foi aceita pelo grupo e assim nasceu o que ficou conhecido como “Coluna Prestes”. Tratou-se de um movimento de tenentistas rebelados que atravessou o Brasil entre os anos de 1925 e 1927. 

O nome de Prestes ganhou repercussão e ele passou a ser chamado de “Cavaleiro da Esperança”. Foi uma das principais lideranças da Coluna junto a Miguel Costa e Isidoro Lopes. 

Números da Coluna Prestes:

  • O movimento era formado por 1.500 homens mal armados;
  • Juntos marcharam 25.000 quilômetros enfrentando o Exército;
  • Atravessaram treze estados para manter a luta contra Artur Bernardes.

Estratégias

A Coluna concentrou suas ações numa “guerra de movimento” e utilizou táticas de guerrilha, pois não tinha condições de vencer num confronto direto. No decorrer de dois anos, a Coluna não perdeu uma única batalha. Porém, não tinha apoio popular. 

Havia grande pânico por parte das populações das cidades do interior do país quando a Coluna chegava pelo receio de saques e massacres. Porém, a Coluna tinha por hábito registrar com um recibo de pagamento tudo o que era recolhido para quando fosse instituído o governo revolucionário. 

Socialismo

Não contando com recursos suficientes para manter suas ações, a Coluna Prestes, acabou fracassando mesmo tendo invencibilidade. Em 1927, os membros da coluna encerraram o movimento. Prestes se exilou na Bolívia tendo trabalhado durante algum tempo na Bolivian Company Limited.

Em seguida, ele morou algum tempo na Argentina e no Uruguai. Nessa fase ele se dedicou ao estudo da teoria marxista. Em 1930, Prestes foi convidado para integrar a Aliança Liberal. A ideia era ter uma chapa eleitoral forte para derrotar Júlio Prestes.

Além de recusar, ele criticou os ex-companheiros que aceitaram fazer parte do projeto. Ainda em 1930, ele publicou o “Manifesto de Maio” em que ficava clara a sua aproximação com o socialismo

Moscou

Tendo contato constante com os comunistas, Prestes foi convidado para se mudar para Moscou, na União Soviética, pela Internacional Comunista. Ele morou em Moscou até meados de 1935 quando decidiu retornar ao Brasil. Desejava se engajar no combate ao fascismo que crescia através do movimento integralista. 

Intentona Comunista

Prestes se juntou à Aliança Nacional Libertadora (ANL), grupo de viés socialista que tentava lutar contra o fascismo. Ele se tornou o Presidente de Honra da ANL. Em sua viagem de retorno ao Brasil, conheceu a revolucionária alemã Olga Benário. Os dois iniciaram um relacionamento amoroso.

A ANL cresceu rapidamente, nos primeiros meses de 1935 já contava com milhares de filiados. Sentindo-se ameaçado, Vargas colocou o partido na ilegalidade. Os membros da ANL realizaram uma insurreição para derrubar o governo de Vargas em novembro de 1935. 

O levante entrou para a história como a “Intentona Comunista”. O movimento foi um fracasso e duramente contido pela polícia. Quase todos foram presos e torturados, inclusive Prestes e Olga. 

A prisão de Prestes e Olga

Em 5 de março de 1936, Prestes e Olga foram presos. Ele foi condenado a 47 anos de prisão. Ela foi deportada para a Alemanha, mesmo estando grávida de Prestes. Além disso, é importante citar que Olga era judia e foi enviada para a Alemanha Nazista. 

Anita Leocádia, filha do casal, nasceu em 1936 na prisão de Barnimstrasse. Após uma campanha internacional, o governo alemão decidiu devolver a criança para a família do pai no Brasil. Em 1942, Olga foi morta em um campo de concentração. Prestes apenas conheceu a filha em 1945 quando recebeu anistia. 

Vida política

Foi um grande apoiador da democratização do Brasil a partir da década de 1940. Quando a ditadura começou, em 1964, precisou se exilar para evitar a perseguição dos militares. Teve um relacionamento amoroso com a revolucionária alemã Olga Benário. Voltou ao Brasil na década de 1980 e faleceu em março de 1990. 

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