Os movimentos operários surgiram, no Brasil, durante a Primeira República e objetivavam fortalecer a luta dos trabalhadores. Havia a busca pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas e criação de melhores condições de trabalho. Continue lendo para saber mais. 

Os movimentos operários no  Brasil

Os movimentos operários no Brasil são movimentos sociais que nasceram da luta dos trabalhadores brasileiros por melhores condições de trabalho. Um movimento social se caracteriza pela formação de um grupo de pessoas unidas pela luta de causas sociais comuns. 

Existem diferentes movimentos sociais, atualmente, em nosso país como o movimento negro, o movimento feminista, entre outros. O início do desenvolvimento do movimento operário brasileiro ocorreu durante a Primeira República. Nessa fase, os trabalhadores do Brasil se uniram para reivindicar seus direitos.

Dentre as solicitações estavam: 

• Redução da jornada de trabalho;
• Fim do trabalho infantil;
• Melhores condições no ambiente de trabalho;
• Aumento salarial. 

Entidades 

Os movimentos operários são movimentos muito diversos que apresentam diferentes entidades responsáveis por representar os trabalhadores, como: 

• Sindicatos;
• Centrais sindicais;
• Federações sindicais. 

Cada instituição apresenta diferentes posicionamentos políticos, reivindicações, ideologias e estratégias. No momento atual, o movimento operário brasileiro passa por uma crise. Os sindicatos vêm apresentando queda de filiados. Em 2012, havia 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados, atualmente esse número é de 9,1 milhões. 

Contexto histórico dos movimentos operários brasileiros

Em 1785, um alvará foi expedido proibindo a existência de fábricas no Brasil. Dessa forma, nosso país não teve manufaturas e fábricas até o começo do século XIX. Somente em janeiro de 1808, o alvará foi revogado por Dom João VI. 

As primeiras fábricas do Brasil foram construídas nos anos seguintes com foco em produtos simples como velas, garrafas, alimentos, sabão. A Tarifa Alves Branco, aprovada em 1844, era um imposto de importação que variava de 30% a 60% do valor do produto importado. 

Os produtos importados passaram a custar muito caro e a produção interna foi impulsionada. Nas novas fábricas criadas, escravos e trabalhadores assalariados trabalhavam lado a lado. Com jornadas de trabalho de mais de 12 horas diárias, as fábricas tinham muitos acidentes e condições precárias. 

O movimento abolicionista e os movimentos operários

Inicialmente, os movimentos operários não despertaram tanto interesse dos trabalhadores pelo fato de haver muitos escravos atuando nas fábricas. A luta em evidência era a de busca pela abolição. 

Em meados do século XIX, o movimento abolicionista ganhou força e a mão de obra escrava passou a ser substituída por imigrantes. Muitos vinham da Europa e tinham experiência no movimento operário em seus países de origem. O movimento operário se iniciou após a abolição da escravidão (1888) e a Proclamação da República (1889).

Como o movimento operário brasileiro teve início?

Considera-se que o movimento operário somente teve início, no Brasil, após a abolição da escravidão. O período da Primeira República é considerado como um período de nascimento do movimento operário brasileiro.

Primeiras greves

Nos anos 1850, a indústria gráfica do Rio de Janeiro era a principal do país. Os três jornais com maior fluxo de vendas eram:

• Jornal do Commercio;
• Diário do Rio de Janeiro;
• Correio Mercantil. 

Os trabalhadores dos três jornais se organizaram, em 1858, em uma greve, foi a primeira a repercutir no Brasil. A exigência dos trabalhadores gráficos incluía:

• Aumento salarial;
• Redução da jornada de trabalho. 

Os grevistas passaram a publicar um jornal próprio no segundo dia de greve. O periódico era distribuído gratuitamente e apresentava para a população os motivos da greve. Embora a greve tenha acabado apenas alguns dias depois, sem aumento de salário ou redução da jornada, inspirou outros movimentos. 

Primeiros sindicatos

Em 1873, a Associação dos Funcionários de Tipografia da Capital foi fundada no Rio de Janeiro. Esse é considerado como um dos primeiros sindicatos do Brasil. A União Beneficente dos Operários da Construção Naval foi fundada, em 1884, sendo uma das primeiras entidades a usar o termo operário. 

As ideologias

Boa parte dos membros tinha uma ideologia socialista e defendia que os trabalhadores deveriam buscar o poder por meio de uma revolução violenta. Havia ainda os que defendiam que os trabalhadores chegariam ao poder através de instituições democráticas. Em 1892, fundaram o Partido Operário Socialista.

Havia ainda membros do movimento operário que eram anarquistas e defendiam que os trabalhadores deveriam agir contra o Estado e os patrões. Os anarco-sindicalistas acreditavam na realização de uma grande greve nacional. A produção toda do país seria paralisada.

Greve de 1917: a primeira grande greve

A primeira grande greve aconteceu no Brasil, em 1917. Uma manifestação operária foi abafada em julho daquele ano, a repressão foi feita pela cavalaria da polícia. O trabalhador anarquista de origem espanhola, José Martinez, faleceu no incidente. O enterro do trabalhador levou milhares de pessoas ao cemitério do Araçá. 

Houve comoção Cotonifício Crespi, na Mooca, em São Paulo e assim uma greve foi iniciada. Quase todas as fábricas da cidade foram paralisadas pelos trabalhadores nos dias seguintes. A notícia se espalhou por outros estados como Paraná e Rio de Janeiro. Muitos trabalhadores entraram em greve. 

Essa foi considerada a primeira greve geral do Brasil e durou quase um mês. Os trabalhadores conquistaram algumas reivindicações como:

• Anistia aos grevistas;
• Aumento salarial.

Porém, reivindicações como fim do trabalho infantil e jornada de oito horas não foram alcançadas. Em 1917, ocorreu na Rússia a primeira revolução operária sob a liderança dos bolcheviques. O movimento operário brasileiro foi influenciado, no começo da década de 1920, pelas ideias socialistas. 

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