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21/02/2024 História

O movimento sufragista do início do século XX

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
O movimento sufragista do início do século XX

O movimento sufragista nasceu na Inglaterra, no século XIX, mas se espalhou pelo mundo no século XX. Tinha como reivindicação direitos políticos para as mulheres, ou seja, que elas pudessem votar e ser votadas. Continue lendo para saber mais.  

Contexto histórico do movimento sufragista

O movimento sufragista reivindicava o direito ao voto para as mulheres. Desenvolveu-se no contexto da chamada primeira onda do feminismo, na segunda metade do século XIX. Havia reivindicação por outros direitos políticos, jurídicos e sociais.  

A Europa vivia um momento de consolidação dos Estados modernos, passava por inúmeras transformações sociais, culturais e políticas. A Revolução Industrial e a Revolução Francesa fomentaram muitas dessas mudanças.

Nesse contexto, ocorreu a chamada primeira onda do feminismo, um grupo de ativistas passou a buscar por igualdade jurídica entre os gêneros. Além disso, o grupo também visava o direito ao voto e o direito ao divórcio para as mulheres. A reivindicação pelo voto feminino foi a principal bandeira do movimento nesse período. 

Feministas liberais

As feministas da primeira onda são chamadas de feministas liberais, pois eram mulheres de classe média ou classe média alta, que eram donas de propriedades. Por isso, tinham como motivação não serem oprimidas pelos homens da mesma classe. 

Para as mulheres de classe média, o foco da luta era alcançar a igualdade de oportunidades no treinamento profissional. As mulheres pobres desse período tinham extenuantes jornadas de trabalho, dessa forma tinham outra vivência. O ponto de partida para buscar por direitos era diferente. 

Busca por direitos políticos

Independente da classe social, todas as mulheres desse período enfrentavam dificuldades pela falta de direitos políticos. Mary Wallstone Craft publicou o artigo “Reivindicação dos direitos da mulher”, na Inglaterra, em 1792. Craft e outras teóricas publicaram artigos advogando pela participação feminina na política e na educação.

Em 1897, a educadora Millicent Fawcett fundou a União Nacional Pelo Sufrágio, agremiação de grande importância na luta sufragista. No Reino Unido, houve a união das pautas da luta sufragista e do movimento operário contra a exploração das mulheres. 

Suffragettes

O grupo conhecido como suffragettes era uma dissidência do movimento britânico sufragista pacífico. A líder do grupo era Emmeline Pankhurst que pregava como principais ferramentas de militância:

  • Propaganda;
  • Desobediência civil;
  • Atividades não violentas.

Posteriormente, as atividades violentas passaram a fazer parte dos métodos utilizados pelas suffragettes. O lema do grupo era “Ações, não palavras”, na prática, significava que elas estavam dispostas a ser presas ou dar a vida pela causa. Em 1903, o grupo fundou a agremiação Women’s Social and Political Union. 

Da Inglaterra para o mundo

Em 1913, a professora Emily Davison se jogou na frente do cavalo do rei Jorge V, durante uma corrida. Isso resultou na sua morte e assim ela se tornou mártir do movimento sufragista. 

Esse evento marcou a luta sufragista e foi decisivo para propagá-lo para o resto do mundo. Além de alcançar outros países da Europa, o movimento sufragista chegou aos Estados Unidos ganhando novo fôlego. 

Primeiros países a garantir voto feminino 

  • Nova Zelândia – foi o primeiro país do mundo a garantir o direito ao voto para as mulheres, em 1893. 
  • Finlândia – o segundo país a garantir o voto feminino, em 1906. Teve as primeiras parlamentares eleitas, em 1907. 
  • Inglaterra – o voto feminino foi garantido em 1918, mas apenas para donas de propriedades. Em 1928, passou a vigorar o sufrágio universal. 

O movimento sufragista de 1920

Em 3 de março de 1913, aconteceu a primeira Marcha das Mulheres, em Washington, pelo direito ao voto. Esse é um marco histórico do surgimento do movimento feminista, nos Estados Unidos. Britânicas e norte-americanas protagonizaram esse movimento que se espalhou pelo globo.

Havia forte resistência da classe política e da sociedade da época. A justificativa era a de que o aumento de direitos femininos poderia abalar a instituição familiar. O movimento sufragista, nos Estados Unidos, se uniu a luta contra a escravidão

O voto feminino foi aprovado, nos Estados Unidos, em 1920, mas as mulheres podiam se candidatar desde 1788. Porém, o direito ao voto para mulheres e homens negros só se tornou realidade em todos os estados do país, em 1960. 

O movimento sufragista no Brasil

No Brasil, há registro de reivindicações ao voto feminino já nos tempos do Império. Nísia Floresta publicou, em 1832, um artigo intitulado “Direitos das mulheres e injustiças dos homens”. Nesse texto, ela defendia que as mulheres deveriam ter acesso igualitário aos direitos políticos e à educação. 

A primeira associação feminina em busca de direitos políticos do Brasil foi fundada, em 1910, no Rio de Janeiro. A professora e indigenista Leolinda de Figueiredo Daltro era a líder do movimento. A agremiação se chamava Partido Republicano Feminino. 

A Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, uma segunda associação, foi fundada na década de 1920. Posteriormente foi chamada de Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Bertha Lutz, a principal líder, se aliou ao movimento feminista internacional. 

A história do voto feminino no Brasil 

O Parlamento brasileiro recebia propostas de emendas constitucionais e leis para o voto feminino, desde 1917. Juvenal Lamartine, aliado à causa, ao assumir o cargo de governador do Rio Grande do Norte, em 1927, ampliou o direito ao voto para as mulheres.

Alzira Soriano foi a primeira mulher eleita prefeita do país, na cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte, em 1928. O movimento sufragista ganhou força após 1927. Uma subcomissão legislativa para propor mudanças na lei eleitoral foi formada por Getúlio Vargas, em 1930. A líder dessa subcomissão foi Bertha Lutz. 

O voto feminino

Inicialmente, em 1931, a proposta era que apenas mulheres que tivessem renda poderiam votar. As sufragistas foram contrárias a essa proposta e protestaram. Em 1932, foi aprovada a nova lei eleitoral que designava que poderiam votar, todas as mulheres:

  • Brasileiras;
  • Maiores de 21 anos;
  • Alfabetizadas;
  • Assalariadas. 

O sufrágio para todas as mulheres ocorreu em 1965. Em 1985, ocorreu o sufrágio para pessoas analfabetas. 

Agora você conhece o movimento sufragista. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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