O que é liberalismo econômico?
A principal característica do liberalismo econômico é a defesa da não-intervenção do Estado na economia. A doutrina também é a favor da livre concorrência, da propriedade privada e do câmbio livre. O principal representante dessa corrente de pensamento, surgida no século XVIII, é Adam Smith (1723 -1790). Continue lendo para saber mais.
O que é liberalismo econômico?
O liberalismo econômico surgiu no século XVIII, momento em que os Estados Nacionais estavam se formando. Um grupo de pensadores da época fazia duras críticas ao que era considerado como uma intervenção excessiva do Estado na economia. Tal intervenção não deixava espaço para a livre-iniciativa.
Havia forte oposição entre as ideias dos liberais e dos mercantilistas e fisiocratas. Os últimos defendiam o controle do Estado na economia por meio de impostos elevados, monopólios e proteção aos grêmios de profissões. Dentre as principais características do liberalismo econômico estão a defesa da não-intervenção do Estado na economia, o incentivo à livre concorrência e valorização da propriedade privada.
Há uma frase que resume os princípios liberais que é: “Laissez Faire, Laissez Passer” (Deixai fazer, deixai passar). Os liberais entendem o indivíduo como sendo o agente econômico e, por esse motivo, acreditam que o Estado não deve interferir na economia. De acordo com o liberalismo, a existência de muitas regras atrapalha a movimentação econômica dos indivíduos.
Segundo essa doutrina, os eventuais desajustes serão corrigidos naturalmente pelo mercado. Logo, o mercado é autorregulador. Ao Estado caberia o papel de manter a ordem, preservar a paz e proteger a propriedade privada.
Livre concorrência
Um dos pilares do liberalismo econômico, a livre concorrência consiste basicamente na liberdade do comércio produzir, precificar e controlar a qualidade da sua produção. De acordo com o pensamento liberal, o próprio mercado – através da sua lei de oferta e procura – seria responsável por ajustar a demanda e o valor das mercadorias, sem que fosse necessária a intervenção do Estado.
Câmbio livre
A função do câmbio livre, de acordo com o liberalismo econômico, é levar à queda das tarifas alfandegárias que acarretam o protecionismo.
Vantagem comparativa
Trata-se de uma corrente de pensamento liberal que acredita que cada nação deveria se especializar apenas nos artigos que possui capacidade de produção com vantagem a partir da comparação com outras nações. Esse método levaria a um tipo de divisão internacional do trabalho, sendo que cada nação criaria e manteria uma tradição produtiva de acordo com as suas capacidades.
Para que fique mais claro, daremos um exemplo: imagine o país Y que possui boas condições para o plantio de soja e trigo. O rendimento da soja, comparativamente com o trigo, é mais elevado. Logo, o país Y deveria abrir mão de plantar trigo para se dedicar somente ao cultivo de soja.
No contexto do século XVIII, quando ainda havia as colônias, essa doutrina afirmava que determinados países deveriam focar apenas nos produtos agrícolas, enquanto outros deveriam investir na industrialização.
Conheça os principais pensadores do liberalismo econômico
Havia muitos pensadores de cunho liberal no século XVIII, momento em que a doutrina nasceu. Veja quem eram os principais pensadores do liberalismo econômico.
Adam Smith (1723-1790)
O escocês Adam Smith é tido como o pai do liberalismo e o fundador dessa escola clássica de pensamento econômico.
Thomas Malthus (1776-1834)
Outro nome de grande relevância para o liberalismo econômico foi Thomas Robert Malthus. Ele focou seu trabalho no estudo do crescimento das populações e na capacidade dos recursos naturais de atender as demandas das mesmas. Malthus acreditava que os recursos cresciam em proporções aritméticas e a população crescia em proporções geométricas.
Dessa forma, seriam os desastres naturais, as epidemias e as guerras reguladores das necessidades de consumo alinhados com o tamanho populacional. O pensamento dele foi publicado em 1798 em “Ensaio Sobre o Princípio da População” e ficou conhecido como Teoria Malthusiana.
David Ricardo (1772-1823)
O filósofo David Ricardo se tornou um nome relevante para o liberalismo econômico pelo fato de ter exposto a teoria da vantagem comparativa que defendia a divisão do comércio internacional de acordo com as possibilidades de cada nação. De acordo com o inglês, isso tornaria as transações mais justas e sem a necessidade da criação de barreiras alfandegárias.
Levando essa teoria para o âmbito das empresas, Ricardo também acreditava que haveria vantagens competitivas pela diferenciação de produtos e serviços, políticas favoráveis para o empreendimento ou detenção do monopólio do mercado.
Críticas ao liberalismo econômico
O marxismo empreendeu severas críticas aos liberais durante o século XIX. De acordo com os marxistas, o liberalismo econômico era o grande responsável pela concentração de riquezas pela burguesia e a extrema pobreza da classe operária.
Essa corrente de pensamento perdeu força depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi um momento em que as economias nacionais precisaram se reorganizar a partir do Estado. A escola econômica predominante desse período foi o keynesianismo.
Neoliberalismo
Nas décadas de 1980 e 1990, as ideias liberais voltaram à tona sob o nome de neoliberalismo. Nessa corrente há a defesa da privatização, abertura do mercado interno e redução do número de funcionários públicos. Tais ideias foram aplicada no mundo, inclusive no Brasil, por meio do governo de Fernando Henrique Cardoso.
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