O que Martinho Lutero defendia?
Martinho Lutero é o que podemos chamar de revolucionário, pois realizou uma grande mudança em uma área que possui um peso muito grande para uma parcela significativa da sociedade, a religião. Se deseja saber mais sobre esse tema e descobrir o que Martinho Lutero defendia, é só continuar a leitura.
O que Martinho Lutero defendia? Quem foi ele?
Martinho Lutero viveu entre os anos de 1483 e 1546, foi um monge agostiniano e professor de teologia em Wittenberg, na Saxônia, um dos 16 estados federados da Alemanha. Quando tinha por volta de 33 anos de idade, ele deu início a um evento histórico que ficou conhecido como Reforma Protestante.
Tudo começou com a insatisfação de Lutero com uma prática que era bastante comum na igreja católica da época, a venda de indulgências. Basicamente, as pessoas pagavam para ter o que acreditavam ser a salvação espiritual. Em seus estudos de teologia, ele concluiu que o que poderia salvar um pecador era sua fé e a misericórdia de Deus, e não doações em dinheiro ou benfeitorias feitas para a igreja.
Assim, se convenceu de que o grande objetivo do cristianismo era a conexão dos fiéis com Deus, o que deveria acontecer através da oração, sem qualquer relação financeira. Inclusive, ele passou a defender que não era necessário nenhum tipo de intermediário, como a igreja ou um padre, para a construção desse laço, uma ideia bastante radical para a época.
As 95 Teses de Martinho Lutero
As ideias de Martinho Lutero foram registrada em um documento escrito por ele, em 1517, que contava com 95 teses que tratavam sobre sua opinião contrária em relação à venda de indulgências aos fiéis pela igreja católica.
Popularmente, a história ficou marcada como o episódio em que ele fixou com pregos um documento com as suas teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. Contudo, a verdade é que não há provas ou registros concretos de que isso tenha realmente acontecido. Inclusive, o próprio Lutero confirmou apenas que enviou as teses para o arcebispo local.
Independentemente da forma com a qual as 95 teses chegaram até a igreja, é fato que ali se iniciou a Reforma Protestante e, consequentemente, uma grande revolução na igreja, que se dividiu entre a ala que se manteve leal ao Papa Leão X e outra, que começou a protestar contra ele.
Vale dizer que as teses não eram exigências e sim pontos que Lutero acreditava que precisavam ser discutidos. De qualquer maneira, foram palavras que deram início a muitas mudanças, inclusive relacionadas a questões sociais.
Veja, a seguir, três dos principais pontos levantados na lista das 95 teses escritas por Martinho Lutero.
Vender indulgências para financiar a construção da Basílica de São Pedro é errado.
A construção da Basílica de São Pedro, localizada no Vaticano, começou em 1506 e foi concluída em 1626. Lutero acompanhou exatamente o início da obra e a arrecadação de fundos e afirmou que todos os valores doados pelos cristãos estavam sendo destinados para o que ele chamou de “basílica insaciável”.
Uma de suas teses defendia que os cristãos deveriam se preocupar em construir templos vivos, não igrejas em locais fixos, especialmente em uma região tão distante quanto o Vaticano e que a maioria dos alemães não poderia visitar.
Lutero completou, ainda, que o Papa deveria construir a basílica com o seu próprio dinheiro, pois era mais rico do que o Creso (um dos mais conhecidos reis da antiguidade) e vendê-la para dar o dinheiro aos pobres.
O Papa não tem poder sobre o Purgatório.
Nessa tese, Lutero se referiu à prática do Papa de conceder indulgência aos fiéis que faziam doações em dinheiro para a igreja. Com base em seus estudos, ele concluiu que o pontífice não tinha jurisdição sobre o purgatório, que é o nome dado para o processo de purificação pelo qual as almas passariam antes de chegar ao reino dos céus.
Ele afirmou que se o Papa tivesse mesmo esse poder de libertar as pessoas do purgatório, poderia fazer isso com todas, esvaziando um lugar tão temido pelos cristãos em nome do amor e não apenas ao receber doações.
Comprar indulgências dá às pessoas uma falsa sensação de segurança e põe em risco sua salvação.
Esse verdadeiro comércio de indulgências que se tornou comum na época era, de acordo com Lutero, perigoso, porque dava às pessoas a falsa ideia de que elas estavam com a sua ida aos céus garantida, deixando de valorizar ações verdadeiramente importantes.
Nessa tese, o ponto apresentado por ele era de que aqueles que gastavam seu dinheiro com indulgências em vez de ajudar os pobres, não recebiam a indulgência do Papa e sim a indignação de Deus.
Assim, podemos concluir que o que Martinho Lutero defendia era a volta às origens da religião, a valorização da fé, da conexão com Deus e a ajuda aos pobres, colocando fim ao chamado comércio de indulgências.
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