Papel moeda no Brasil: saiba as transformações que circularam na economia brasileira
A história do papel moeda no Brasil se desenvolve paralelamente a história da própria economia do nosso país. No artigo a seguir iremos apresentar com mais detalhes as transformações pelas quais essa matéria-prima passou. Boa leitura!
A história do papel moeda no Brasil
Para entender como surgiu o papel moeda no Brasil é essencial compreender o desenvolvimento da economia nacional. As transações comerciais em nosso país, principalmente no período colonial, ocorriam através de:
- Escambo – negociação em que mercadorias são trocadas;
- Uso de moedas de metal cunhadas em prata e ouro.
A economia brasileira conseguiu se manter baseada nessas modalidades até o século XVIII, pois não contava com atividades tão complexas. Porém, ao longo do século XIX ficou evidente que era necessário resolver a questão das poucas moedas em circulação.
Segundo estimativas, a riqueza que circulava nesse período ficava em torno da cifra de dez milhões de réis. A chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, levou à abertura dos portos e isso criou a urgência de modernizar o sistema monetário da colônia.
Banco do Brasil
O rei português D. João VI ordenou que fosse criado o Banco do Brasil. A missão da instituição financeira era a de desenvolver a emissão de papel moeda. Para isso deveria adotar a proporcionalidade com o lastro oferecido pela quantidade de ouro dos cofres públicos.
Assim, a quantidade de dinheiro presente no mercado seria sustentada pelas reservas que estavam sob o controle do governo. Em 1820, D. João VI retornou a Portugal e isso mergulhou a economia brasileira numa grave crise econômica.
Desvalorização
O rei português não somente voltou para Portugal com sua família como também levou embora as reservas financeiras disponíveis no Brasil. Esse cenário levou a grande desvalorização do papel moeda brasileiro e a um processo inflacionário que estagnou o desenvolvimento econômico do país.
Inúmeras revoltas eclodiram durante o Primeiro Reinado e no Período Regencial devido a essa trava no desenvolvimento da economia. Durante o Segundo Reinado, a economia deu sinais de uma possível recuperação com base no desenvolvimento:
- Da economia cafeeira;
- Do setor de transportes;
- Da tímida industrialização.
Problemas econômicos
Mesmo com esse cenário potencialmente positivo, o Brasil ainda enfrentava dificuldades por ter buscado empréstimos no exterior e manter sua economia baseada na agroexportação. A moeda brasileira passou por um sistemático processo de desvalorização.
Desenvolvimento do processo de fabricação do papel moeda
A monetarização da economia tornou necessário que o processo de fabrico do papel moeda fosse aprimorado. No começo, o papel moeda era feito com o molde de “cartas”, elas eram preenchidas de próprio punho.
Nesse modelo, a moeda era difícil de manusear e estava facilmente suscetível a falsificação. As moedas, então, passaram por modificações para poderem ser usadas numa escala cada vez maior.
O desenvolvimento de métodos de impressão cada vez mais modernos permitiu que o papel moeda fosse enriquecido ao longo do tempo. Assim pudemos contar com um material mais leve, resistente e com recursos de segurança.
De “réis” para “cruzeiro”
Em 1889, ocorreu a proclamação da República, no entanto, foi apenas em 1942 que a moeda deixou de ser “réis” para se tornar “cruzeiro”. Ao longo do século XX, passando por instabilidades econômicas, o papel moeda brasileiro foi modificado para reestruturar o mercado interno.
De “cruzeiro” para “cruzeiro novo”
A grande desvalorização do cruzeiro levou o governo a substituí-lo pelo “cruzeiro novo”, em 1967. Porém, apenas três anos depois dessa mudança, o cruzeiro foi novamente adotado.
De “cruzeiro” para “cruzado”
Novamente diante de uma grande desvalorização, em 1986, o governo brasileiro substituiu a moeda. O cruzeiro deu lugar para o “cruzado”. Porém, não suportando os índices inflacionários exponenciais, o governo, mais uma vez, alterou a moeda. Assim nasceu o “cruzado novo” com valorização de 1000%.
Real
O governo somente conseguiu chegar a um quadro econômico mais ou menos estável, em 1994, ao adotar um plano ousado de valorização monetária. A partir desse ano a moeda brasileira passou a ser o “real”, moeda que se mantém até hoje em nosso sistema financeiro.
Do que é feito o papel moeda brasileiro?
O papel usado para fabricar notas de dinheiro é constituído por três camadas sobrepostas. A lâmina do meio é feita de 100% algodão, como algumas roupas que usamos em nosso dia a dia. Já as camadas externas são feitas, normalmente, de pasta de madeira.
Línter
A fibra mais curta do algodão se chama línter e é obtida somente no último corte do caroço. Para isso o caroço entra três vezes na máquina de corte, isso leva a fibras cada vez menores.
O línter fica rente ao caroço, por esse motivo sai somente no terceiro corte, ele é o ingrediente principal da camada do meio da nota. A camada do meio das notas de dinheiro é a que recebe as medidas mais importantes de segurança para dificultar a falsificação.
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