Papel moeda no Brasil: saiba as transformações que circularam na economia brasileira - Hexag Medicina
21/03/2023 História

Papel moeda no Brasil: saiba as transformações que circularam na economia brasileira

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Papel moeda no Brasil: saiba as transformações que circularam na economia brasileira

A história do papel moeda no Brasil se desenvolve paralelamente a história da própria economia do nosso país. No artigo a seguir iremos apresentar com mais detalhes as transformações pelas quais essa matéria-prima passou. Boa leitura!

A história do papel moeda no Brasil

Para entender como surgiu o papel moeda no Brasil é essencial compreender o desenvolvimento da economia nacional. As transações comerciais em nosso país, principalmente no período colonial, ocorriam através de:

  • Escambo – negociação em que mercadorias são trocadas;
  • Uso de moedas de metal cunhadas em prata e ouro

A economia brasileira conseguiu se manter baseada nessas modalidades até o século XVIII, pois não contava com atividades tão complexas. Porém, ao longo do século XIX ficou evidente que era necessário resolver a questão das poucas moedas em circulação.

Segundo estimativas, a riqueza que circulava nesse período ficava em torno da cifra de dez milhões de réis. A chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, levou à abertura dos portos e isso criou a urgência de modernizar o sistema monetário da colônia. 

Banco do Brasil

O rei português D. João VI ordenou que fosse criado o Banco do Brasil. A missão da instituição financeira era a de desenvolver a emissão de papel moeda. Para isso deveria adotar a proporcionalidade com o lastro oferecido pela quantidade de ouro dos cofres públicos.

Assim, a quantidade de dinheiro presente no mercado seria sustentada pelas reservas que estavam sob o controle do governo. Em 1820, D. João VI retornou a Portugal e isso mergulhou a economia brasileira numa grave crise econômica.

Desvalorização

O rei português não somente voltou para Portugal com sua família como também levou embora as reservas financeiras disponíveis no Brasil. Esse cenário levou a grande desvalorização do papel moeda brasileiro e a um processo inflacionário que estagnou o desenvolvimento econômico do país.

Inúmeras revoltas eclodiram durante o Primeiro Reinado e no Período Regencial devido a essa trava no desenvolvimento da economia. Durante o Segundo Reinado, a economia deu sinais de uma possível recuperação com base no desenvolvimento:

  • Da economia cafeeira;
  • Do setor de transportes;
  • Da tímida industrialização. 

Problemas econômicos

Mesmo com esse cenário potencialmente positivo, o Brasil ainda enfrentava dificuldades por ter buscado empréstimos no exterior e manter sua economia baseada na agroexportação. A moeda brasileira passou por um sistemático processo de desvalorização.

Desenvolvimento do processo de fabricação do papel moeda

A monetarização da economia tornou necessário que o processo de fabrico do papel moeda fosse aprimorado. No começo, o papel moeda era feito com o molde de “cartas”, elas eram preenchidas de próprio punho.

Nesse modelo, a moeda era difícil de manusear e estava facilmente suscetível a falsificação. As moedas, então, passaram por modificações para poderem ser usadas numa escala cada vez maior. 

O desenvolvimento de métodos de impressão cada vez mais modernos permitiu que o papel moeda fosse enriquecido ao longo do tempo. Assim pudemos contar com um material mais leve, resistente e com recursos de segurança. 

De “réis” para “cruzeiro”

Em 1889, ocorreu a proclamação da República, no entanto, foi apenas em 1942 que a moeda deixou de ser “réis” para se tornar “cruzeiro”. Ao longo do século XX, passando por instabilidades econômicas, o papel moeda brasileiro foi modificado para reestruturar o mercado interno.

De “cruzeiro” para “cruzeiro novo”

A grande desvalorização do cruzeiro levou o governo a substituí-lo pelo “cruzeiro novo”, em 1967. Porém, apenas três anos depois dessa mudança, o cruzeiro foi novamente adotado.

De “cruzeiro” para “cruzado”

Novamente diante de uma grande desvalorização, em 1986, o governo brasileiro substituiu a moeda. O cruzeiro deu lugar para o “cruzado”. Porém, não suportando os índices inflacionários exponenciais, o governo, mais uma vez, alterou a moeda. Assim nasceu o “cruzado novo” com valorização de 1000%.

Real

O governo somente conseguiu chegar a um quadro econômico mais ou menos estável, em 1994, ao adotar um plano ousado de valorização monetária. A partir desse ano a moeda brasileira passou a ser o “real”, moeda que se mantém até hoje em nosso sistema financeiro. 

Do que é feito o papel moeda brasileiro?

O papel usado para fabricar notas de dinheiro é constituído por três camadas sobrepostas. A lâmina do meio é feita de 100% algodão, como algumas roupas que usamos em nosso dia a dia. Já as camadas externas são feitas, normalmente, de pasta de madeira. 

Línter

A fibra mais curta do algodão se chama línter e é obtida somente no último corte do caroço. Para isso o caroço entra três vezes na máquina de corte, isso leva a fibras cada vez menores. 

O línter fica rente ao caroço, por esse motivo sai somente no terceiro corte, ele é o ingrediente principal da camada do meio da nota. A camada do meio das notas de dinheiro é a que recebe as medidas mais importantes de segurança para dificultar a falsificação. 

Gostou de saber mais sobre o papel moeda e a evolução da economia brasileira? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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