Quem foi Paulo Freire?
Paulo Freire (1921-1997) é um dos nomes mais importantes da educação. O pedagogo foi responsável pelo desenvolvimento de um método inovador de ensino. Ele acreditava que a educação era determinante para transformar positivamente a sociedade. Continue lendo para conhecer mais sobre sua trajetória e pensamentos.
Saiba quem foi Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco. Formado pela Faculdade de Direito do Recife e Universidade Federal de Pernambuco, o educador brasileiro é considerado como um dos maiores pensadores da pedagogia mundial.
A principal característica do pensamento de Freire é ser contra a visão tradicional da educação, em que ocorre a mera transferência de conhecimento. No modelo convencional, o professor é o detentor da sabedoria e o aluno é aquele que recebe essa bagagem cultural.
O método proposto por Paulo Freire se baseia no diálogo entre professores e alunos. Dessa forma, o aprendizado seria resultante da observação das necessidades reais cotidianas dos estudantes. Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997, em São Paulo, capital.
O método proposto por Paulo Freire
Paulo Freire acreditava que a educação era uma ferramenta essencial para transformar a sociedade. Diversos alunos do pedagogo, após serem alfabetizados, passaram a refletir sobre o modelo de trabalho e a necessidade de ter direitos.
Eles então passaram a cobrar a inserção de artigos trabalhistas na Constituição Brasileira, com vista em obter direitos, como dias de descanso, férias e proteção para o caso de doença ou desemprego.
Ele chamava de “educação bancária” o método em que o professor era visto como o detentor do conhecimento e o aluno um simples receptáculo dessa sabedoria. O pedagogo acreditava que para ensinar era crucial conhecer a experiência do aluno, entender de onde ele partia.
Observando os conhecimentos prévios do aluno, o professor conseguiria instigá-lo a querer aprender e realizar mudanças práticas na sua vida. A base do método educacional de Paulo Freire é o diálogo. Havia troca de hierarquias, pois professor e alunos eram vistos como iguais.
O Plano de Alfabetização de Paulo Freire
Em 1963, Paulo Freire, juntamente com outros educadores, conseguiu o feito de alfabetizar 300 adultos em Angicos, interior do Rio Grande do Norte, em apenas 40 horas. Os discentes eram trabalhadores dos canaviais locais que, devido à alfabetização, adquiriram direito ao voto.
A relevância do plano de ensino de Paulo Freire foi reconhecida e ele inspirou o Plano Nacional de Alfabetização. O plano foi criado por meio de um decreto assinado pelo então presidente João Goulart, contudo, não foi adiante devido à interrupção da democracia pela ditadura militar, em 1964.
Uma curiosidade a respeito do trabalho desenvolvido por Paulo Freire é que o incentivo e financiamento iniciais foram dos Estados Unidos, por meio da Aliança para o Progresso. Os norte-americanos acreditavam que a alfabetização era importante para afastar o comunismo da América Latina. Os militares, ao tomarem o poder, consideraram o projeto de Freire perigoso, pois dava às camadas mais pobres acesso ao conhecimento.
Pedagogia da Autonomia: quais são as suas lições?
O livro “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa”, de 1996, reúne as questões mais relevantes abordadas pelo trabalho de Paulo Freire ao longo de sua vida. Há nessa obra propostas práticas de como os professores podem incentivar a independência dos seus alunos. Esse livro foi a última publicação antes do falecimento do pedagogo, em 1997.
Paulo Freire ressalta que ensinar não deve se resumir na transferência de conhecimento. De acordo com o educador, é necessário que os professores valorizem e respeitem a experiência individual de cada aluno ao longo do processo de aprendizagem. Nessa obra, ele também menciona o quanto é importante integrar na sociedade os menos favorecidos, aqueles que não puderam acessar o estudo formal.
Por fim, Freire explicita que tão importante quanto formar indivíduos em termos educativos é formá-los eticamente. Os alunos devem aprender a refletir criticamente sobre a sociedade.
Método de ensino de Paulo Freire
Paulo Freire, em 1962, sistematizou o seu sistema de ensino com foco principal em adultos analfabetos. O método era diferente do que havia sido feito até então, por abarcar conhecimentos de diferentes áreas, como comunicação, psicologia e didática. Nesse plano, havia ênfase para o fato de não utilizar somente um método e nem ficar preso a somente um material didático.
Cada grupo de analfabetos deveria ser compreendido como um universo à parte. O ensino deveria ser realizado observando as necessidades reais das pessoas. A sugestão era de que os professores descobrissem quais eram as palavras mais presentes no cotidiano dos alunos. Também era importante descobrir quais eram as questões mais recorrentes na vida dessas pessoas.
Tomando por base esse levantamento de vocabulário, era possível iniciar o processo de aprendizado. Os alunos precisavam se sentir motivados a aprender e, para isso, precisavam ver resultados da alfabetização em seu dia a dia.
A Pedagogia do Oprimido
A obra “A Pedagogia do Oprimido” é considerada como a obra mais importante de Paulo Freire. A conclusão da escrita desse livro se deu em 1968, durante o exílio de Freire no Chile.
Nesse texto, ele defende a relevância da educação para as camadas mais populares da sociedade. O pedagogo acreditava que somente com conhecimento as pessoas poderiam se libertar das condições que o sistema social lhes impunha.
A obra aponta a relação entre opressores e oprimidos e como a dinâmica social contempla alguns e condena outros. Esse livro tem grande importância até hoje, sendo a terceira obra mais citada dentro das ciências humanas em escala global. Devido a esse livro, Freire foi convidado a ser professor visitante na Universidade de Harvard.
Instituto Paulo Freire
Em 12 de abril de 1991, foi criado o Instituto Paulo Freire. Em setembro de 1992, o instituto tornou-se uma fundação oficial. Atualmente, o Instituto possui membros em mais de 90 países com a função de espalhar a mensagem do pedagogo.
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