Quais as principais características do realismo?
Neste artigo iremos mostrar quais as principais características do realismo, movimento estético que dominou o mundo ocidental no final do século XIX. Esse movimento nasceu como uma oposição ao individualismo e à subjetividade destacados no movimento artístico anterior, o romantismo.
O realismo se caracteriza pela busca de uma representação mais verossímil da realidade por escritores, pintores, dramaturgos, músicos e escultores. Os artistas realistas prezam pela objetividade em suas obras, tendo atenção para as situações do dia a dia. Continue lendo para saber um pouco mais sobre as características predominantes do movimento.
Quais as principais características do realismo?
O movimento artístico do realismo se caracteriza pela sua busca de representar de forma fidedigna a realidade, como uma oposição à subjetividade do romantismo. Confira, a seguir, quais são as principais características desse movimento.
Oposição às características românticas
O realismo nasceu como um movimento de oposição ao romantismo, sendo contrário às suas características mais marcantes, como o individualismo, a subjetividade, a idealização da vida e fuga da realidade. Os artistas realistas almejavam através de suas obras demonstrar a realidade de forma palpável, diferente dos esforços românticos.
Realidade retratada de forma fidedigna
Para os realistas, os temas mais relevantes eram aqueles que tinham relação com a realidade social e do dia a dia. Esses artistas prezavam por retratar de forma mais fidedigna os aspectos da realidade, ou seja, o cotidiano por vezes massacrante, relações amorosas infiéis ou, ainda, questões sociais.
Objetividade
Os realistas prezavam por mais objetividade em suas obras, o retrato da sociedade era feito de uma forma mais fiel e sem idealizações. A subjetividade do romantismo era completamente deixada de lado. É possível perceber, por exemplo, que as obras literárias realistas descrevem personagens e cenários com o máximo de objetividade.
Materialismo e cientificismo
Esse movimento artístico nasceu em um período marcado pela agitação social, política e cultural. O movimento foi influenciado diretamente pela revolução de ideias que acontecia no período.
O pensamento científico-filosófico estava em alta, sendo marcado por correntes, como determinismo, positivismo, darwinismo, socialismo e liberalismo. Havia, também, maior apreço pelas coisas materiais, o materialismo estava ligado à ideia de progresso.
Foco no presente
O foco do realismo era apresentar uma realidade contemporânea de acordo com a veracidade dos fatos. A grande preocupação era apresentar a realidade contemporânea analisando, compreendendo, criticando e transformando a realidade.
Linguagem detalhada
Os escritores realistas utilizavam uma linguagem cheia de detalhes, fazendo ricas descrições dos ambientes e dos personagens. A linguagem culta, direta, clara e objetiva era bastante valorizada.
Temáticas sociais, urbanas e cotidianas
Escritores realistas se preocupavam em abordar em suas obras temas cotidianos, urbanos e sociais. A realidade era apresentada tal qual como era, sem a idealização romântica. O cotidiano massacrante e a realidade das cidades era representada.
Críticas a instituições sociais e valores burgueses
As obras literárias românticas são marcadas por críticas acentuadas aos valores burguesas e às instituições do período, como a igreja e o casamento. Dentre os temas mais abordados pelo realismo estão o casamento por interesse, o egoísmo, a hipocrisia, a falsidade, adultérios e a fraqueza do homem diante das instituições.
Denúncias sociais
A literatura realista estava focada em denunciar os problemas sociais, econômicos, culturais e políticos do período. Há forte exploração de temas relacionados com esse universo, como a miséria, a exploração, a pobreza, a corrupção, entre outros.
Personagens comuns sem idealização
No romantismo, os personagens tinham fortes traços de integridade e coerência, sendo idealizados. A escola literária realista seguiu pelo caminho oposto, apresentando personagens reais e sem idealização.
Os personagens centrais eram pessoas comuns que tinham defeitos, ambições, fraquezas e interesses. Os escritores realistas se dedicavam a investigar e compreender o comportamento humano.
Aspectos psicológicos aprofundados
O aprofundamento psicológico dos personagens foi um recurso bastante utilizado pelos escritores realistas. A ideia era aproximá-los da realidade, evitando idealizações. Uma das características mais trabalhadas foi a introspecção humana, objetivando expor o viés psicológico dos personagens. As narrativas realistas têm um ritmo mais lento, uma vez que acompanham o tempo psicológico dos personagens.
Romances documentais
Os romances documentais ganharam grande força durante o movimento literário do realismo, pois visavam retratar a realidade tal qual ela era. Essas obras denunciavam a realidade social do período, assim como documentavam a mesma. Os espaços sociais e os costumes da época foram descritos com grande minúcia como uma parte relevante da obra.
Realismo na literatura
A publicação da obra “Madame Bovary” (1857), de Gustave Flaubert, é considerada o marco inicial do realismo literário. No Brasil, a obra inaugural do movimento foi “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis. Os principais nomes da literatura realista no Brasil foram: Machado de Assis (1839-1908), Visconde de Taunay (1843-1899) e Raul d’Ávila Pompeia (1863-1895).
O começo do realismo em Portugal se deu em 1865, com a Questão Coimbrã, uma disputa entre dois grupos literários distintos: ultrarromânticos e defensores do Realismo. Os principais nomes do realismo português foram: Cesário Verde, Guerra Junqueiro e Eça de Queirós.
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