Saiba o que foi Revolta da Armada
A Revolta da Armada foi um levante organizado pela Marinha que exigia maior participação dos marinheiros na recém-instaurada república brasileira. O conflito se estendeu entre os anos de 1891 e 1894. Continue lendo para saber mais.
O que foi a Revolta da Armada?
A Revolta da Armada recebeu esse nome por ter sido liderada pela Marinha, que nessa época era conhecida como Armada. O levante ocorreu no Rio de Janeiro entre os anos de 1891 e 1894. A principal exigência era de que os marinheiros tivessem maior participação nas decisões da república brasileira.
Esse levante ocorreu durante os dois primeiros governos republicanos, a chamada República da Espada, referência ao fato de ambos os presidentes serem militares. Após serem derrotados, os marinheiros partiram do Rio de Janeiro para o Sul do Brasil onde se uniram para a Revolução Federalista.
Contexto histórico da Reforma da Armada
Os marinheiros eram contra a forma arbitrária com que os militares governavam o país durante os dois primeiros mandatos presidenciais. Levantaram-se contra o fechamento do Congresso por parte do Marechal Deodoro da Fonseca e o descumprimento das leis pelo marechal Floriano Peixoto. Também almejavam maior participação na república.
Esse foi um período que evidenciou a ruptura entre os republicanos, muitos eram contrários à arbitrariedade dos militares. Em linhas gerais, os republicanos estavam divididos em dois grupos:
- Um grupo que defendia um governo constitucional com base na lei e na ordem cujos poderes fossem legalmente estabelecidos;
- Outro grupo que era favorável à concentração dos poderes nas mãos do presidente como forma de consolidar o novo regime.
Quais eram os objetivos da Reforma da Armada?
- Maior participação da Marinha no governo presidencial;
- Combate ao autoritarismo do presidente da república;
- Estabelecimento de um governo constitucional que cumprisse as leis e tivesse respeito pelas instituições.
Primeira Revolta da Armada (1891)
Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente do Brasil, eleito pelo Congresso Nacional, em 1891. Militar do Exército, ele foi o líder do movimento que proclamou a República, em 15 de novembro de 1889. A sua eleição ocorreu logo após a promulgação da Constituição de 1891.
Os primeiros conflitos entre Deodoro da Fonseca e o Congresso surgiram já nos primeiros meses do governo. Os parlamentares não concederam plenos poderes ao presidente e isso foi entendido como um empecilho para a consolidação da república. O então presidente ordenou, em 3 de novembro de 1891, que o Congresso fosse fechado.
Essa ação totalmente arbitrária levou à Primeira Revolta da Armada. Navios que patrulhavam a baía da Guanabara foram aprisionados pelos marinheiros que aderiram ao movimento. Bombas foram lançadas no Rio de Janeiro e o governo revidou. Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo e os revoltosos encerraram o conflito.
Segunda Reforma da Armada (1892-1894)
O marechal Floriano Peixoto, vice-presidente, assumiu assim que Deodoro da Fonseca renunciou. Porém, como a renúncia ocorreu antes de o governo completar dois anos, era necessário convocar novas eleições, de acordo com a Constituição de 1891. No entanto, Floriano Peixoto ignorou esse fato e permaneceu no cargo presidencial.
Generais do Exército redigiram e assinaram um manifesto exigindo que a Constituição fosse cumprida. Os militares que endossaram esse documento que exigia novas eleições foram presos. Então em 1892, eclodiu a Segunda Revolta da Armada, a exigência era que Floriano Peixoto cumprisse as regras.
Busca pelo poder
Os revoltosos desejavam alcançar o poder além de combater o autoritarismo do governo. Eles atacaram Niterói e o Rio de Janeiro, então capital federal. Diante da situação, o status de capital foi transferido para Petrópolis, em 1894.
Ao perceber que seriam inevitavelmente derrotados, os revoltosos partiram da baía da Guanabara para Desterro, cidade do Sul que atualmente é Florianópolis. Eles se engajaram na luta da Revolução Federalista.
Intervenção dos Estados Unidos na Revolta da Armada
Os Estados Unidos tiveram participação nas duas Revoltas da Armada. A intervenção na primeira ficou restrita ao campo diplomático, pois os norte-americanos pressionaram Deodoro da Fonseca para renunciar.
Por sua vez, na segunda Revolta da Armada, em 1892, os Estados Unidos enviaram navios para ajudar no combate dos revoltosos. Floriano Peixoto contou com esse apoio para derrotar os rebeldes. Os governistas tiveram ao seu lado uma frota que foi essencial na derrota dos revoltosos.
Revolta da Armada e Revolução Federalista
O começo da República foi marcado pelo rompimento entre os republicanos, havia um grupo que discordava da arbitrariedade dos dois primeiros governos. Parte dos descontentes pegou em armas para derrubar os presidentes autoritários.
A Revolução Federalista foi outro exemplo de luta pelo poder republicano e defesa da autonomia dos estados. Quando perceberam que seriam derrotados, os revoltosos da Segunda Revolta da Armada partiram para o Sul do Brasil para se unir aos federalistas.
Consequências da Revolta da Armada
- Gerou a ruptura entre os republicanos;
- Apoiadores da república se afastaram do governo por discordar de como tudo estava sendo conduzido;
- A república arbitrária e centralizadora se consolidou através da vitória de Floriano Peixoto.
Agora você sabe mais sobre a Revolta da Armada. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!