Saiba como o ciclo do café se desenvolveu no Brasil e quais suas características
O Ciclo do Café foi um ciclo econômico do Brasil, ocorrido entre os séculos XIX e XX, em que o produto líder de exportações foi o grão. O bom desempenho da produção cafeeira contribuiu para uma série de mudanças econômicas, culturais e políticas no país. Continue lendo para saber mais sobre esse período.
O que foi o Ciclo do Café no Brasil?
Esse ciclo econômico, desenvolvido entre os séculos XIX e XX, se caracterizou por ter o café como principal produto de exportação. Vários países compravam o café brasileiro nesse período. A produção cafeeira impulsionou o desenvolvimento das estruturas de transporte e de trabalho no Brasil.
Contexto histórico do Ciclo do Café
- Em 1727, o café chegou ao Brasil por meio de comerciantes estrangeiros.
- Em 1760, o grão foi introduzido no Rio de Janeiro.
- Contudo, foi somente a partir de 1830 que teve início a produção em larga escala, no Vale do Paraíba.
- O Ciclo do Café se desenvolveu entre os anos de 1830 e 1930, aproximadamente.
- O café se popularizou no mundo, no começo do século XIX, período da expansão da Segunda Revolução Industrial da Inglaterra.
- O estado de São Paulo tornou-se o maior produtor nacional de café devido ao seu solo e clima favoráveis.
- A produção de café foi tão grande no Brasil, que chegou a ser negociada como commodity na Bolsa de Valores de Nova York.
Ciclo do café: características e funcionamento
No Brasil, a produção do café se concentrou em duas áreas diferentes: Vale do Paraíba e Oeste Paulista.
Vale do Paraíba
O ápice da produção cafeeira dessa região se deu entre os anos de 1830 e 1870. O comando dessa região estava nas mãos dos Barões do Café. Esse grupo, também chamado de Elite Tradicional, era formado por membros da elite açucareira e mineradora.
O trabalho era realizado pela mão de obra escravizada africana. Os modelos de transporte mais utilizados nessa região eram de origem animal, especialmente as tropas de burros.
Oeste Paulista
O auge dessa área se deu entre os anos de 1840 e 1930. Tornou-se essencial investir em inovações devido à distância do Oeste Paulista dos principais portos exportadores (Santos e Rio de Janeiro). Essa região apresentava produção mais abundante devido à chamada “terra roxa”.
Para aproveitar todo o potencial produtivo local, foram geradas soluções inovadoras e industriais como a construção de rodovias que cortavam todo o estado. Assim a produção era transportada para os portos.
O papel do Ciclo do Café na industrialização brasileira
A economia brasileira passou por mudanças quando a produção de café do Oeste Paulista se expandiu. A elite do café dessa região decidiu diversificar os seus investimentos, ou seja, não se concentrou somente no reinvestimento dos recursos. Esse grupo investiu em ferrovias, indústrias e bancos.
No entanto, o processo de industrialização desse período não transformou a economia nacional em industrial. A evolução industrial se concentrou em setores específicos como têxteis e metalúrgicos, que atendiam a demandas do café.
A economia industrial somente se desenvolveu a ponto de superar o café a partir do século XX. A industrialização foi mais marcante nos governos de Wenceslau Brás (1914–1918) e Getúlio Vargas (1930–1945).
Qual foi a importância do Ciclo do Café para o Brasil?
O ciclo do café foi relevante para o Brasil em diferentes aspectos, confira abaixo:
- O protagonismo internacional obtido pelo Brasil, esse produto foi o primeiro a gerar esse status.
- Desenvolvimento de núcleos urbanos importantes no Oeste Paulista como Rio Claro, Campinas, Araraquara, São Carlos e Ribeirão Preto.
- Contribuiu para o desenvolvimento de linhas ferroviárias e companhias ferroviárias como a São Paulo Railway Company e a Companhia Paulista.
- Adoção de mão de obra imigrante, especialmente a italiana, como resposta ao processo de desmonte da escravidão africana no Brasil.
Consequências do ciclo do café
- Formação de núcleos urbanos;
- Modernização da economia nacional;
- Desenvolvimento da malha ferroviária no estado de São Paulo;
- Investimentos em negócios como indústrias, bancos e melhorias urbanas.
Crise do ciclo do café
Esse ciclo econômico entrou em crise quando o café perdeu sua importância no âmbito nacional, algo que aconteceu por regiões. A partir de 1870, o café entrou em crise no Vale do Paraíba e assim o Oeste Paulista superou essa região. Em 1930, foi a vez do Oeste enfrentar sua grande crise.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, contribuiu para a intensificação da crise. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. O fim definitivo desse ciclo econômico aconteceu com a Revolução de 1930 que alçou Getúlio Vargas ao poder.
Resumo sobre o ciclo do Café
- O Ciclo do Café se desenvolveu entre os séculos XIX e XX.
- A década de 1930 foi marcada por um grande desenvolvimento econômico em que o café foi o produto de maior destaque.
- Os imigrantes estrangeiros trouxeram o café para o Brasil em 1727.
- As áreas mais importantes de cultivo do café estavam localizadas no estado de São Paulo: Vale do Paraíba e Oeste Paulista.
- A região do Vale do Paraíba era comandada pelos Barões do Café e utilizava mão de obra escravizada da África.
- No Oeste Paulista, o comando era da burguesia cafeeira que utilizou mão de obra imigrante.
- As primeiras ferrovias brasileiras foram construídas para o transporte e escoamento do café.
- A “terra roxa” (solo paulista) se mostrou bastante favorável para o cultivo de café.
- O Ciclo do Café está ligado ao processo de industrialização brasileira.
- O café foi responsável por modernizar a economia brasileira.
- A crise desse ciclo está relacionada à crise de 1929.
- Esse ciclo econômico chegou ao fim com a Revolução de 1930.
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