Saiba o que foi o apartheid na África do Sul e a luta pelos direitos civis
O regime de segregação racial existente na África do Sul, entre 1948 e 1994, é chamado de Apartheid. No artigo a seguir explicaremos com mais detalhes o que foi esse regime e como ele desencadeou a luta pelos direitos civis no país africano.
O que foi o Apartheid?
O Apartheid foi um regime de segregação racial implementado na África do Sul, entre os anos de 1948 e 1994. Tal regime foi instaurado pelo Partido Nacional, partido de extrema-direita baseado em ideais supremacistas. O fim desse regime discriminatório se deu durante a presidência de Frederik de Klerk.
Ao longo dessas quase cinco décadas, o Apartheid, ficou marcado por inúmeras leis de segregação. Uma minoria de brancos privilegiados foi alçada ao tipo da sociedade sul-africana.
A população negra era proibida de circular livremente. Essas pessoas viviam isoladas em lugares chamados de bantustões e seu acesso a direitos básicos era precário.
Apartheid: leis segregacionistas
O regime do Apartheid estabeleceu a existência de quatro raças na África do Sul: brancos, negros, asiáticos e mestiços. Uma ampla legislação foi desenvolvida para discriminar a população negra. Acredita-se, que durante o período desse regime, foram criadas 300 leis segregacionistas.
Confira abaixo algumas dessas medidas contra a população negra:
- Tinha a limitação de só poder estar nas grandes cidades.
- Para circular em núcleos urbanos, era necessário ter um passe.
- Era obrigatória a identificação racial nos documentos pessoais.
- Boa parte da população negra foi obrigada a morar em zonas chamadas bantustões.
- As pessoas enviadas para os bantustões perdiam a cidadania sul-africana.
- Tinham acesso precário ou nenhum acesso à saúde, educação e outros direitos básicos.
Pessoas de uma mesma família podiam receber classificações raciais diferentes, sendo então separadas. Os negros eram enviados para os bantustões, lugares com a oferta de serviços básicos precários. Na década de 1970, foi estabelecido que a educação seria exclusivamente em inglês ou africânder.
Contexto histórico do Apartheid
- Os colonizadores holandeses (chamados de bôeres) iniciaram a ocupação do território sul-africano em meados do século XVII.
- Holandeses e britânicos disputaram intensamente a região entre os séculos XVIII e XIX.
- O domínio britânico foi consolidado no início do século XX.
- A colonização europeia se baseou na exploração dos recursos naturais da África do Sul e da população nativa, especialmente pela escravização.
- Práticas de segregação e discriminação se consolidaram nesse período de domínio europeu.
- Em 1910, foi criada a União Sul-Africana pelos britânicos.
- As populações brancas de origem britânica ou holandesa se uniram para controlar a população negra.
- Nesse contexto, surgiu o Partido Nacional. Era formado por holandeses ou descendentes de holandeses praticantes do cristianismo reformado (calvinista).
- Diversas medidas segregacionistas se fortaleceram na África do Sul.
- Devido a Segunda Guerra Mundial, muitos homens brancos foram para a linha de frente das batalhas. Muitas vagas ficaram disponíveis para os negros.
- No entanto, o racismo impedia a população negra de trabalhar na cidade, salvo com autorização e ocupando cargos de baixa especialização.
- Houve um grande fluxo de negros se mudando para os centros urbanos.
- A comunidade negra passou a se organizar politicamente na luta contra o racismo.
- Parte da população branca do país passou a apoiar o Partido Nacional, liderado por Daniel François Malan, um pastor reformado.
- Malan defendia o Apartheid.
- O Partido Nacional conquistou o maior número de cadeiras no Parlamento sul-africano das eleições gerais de 1948.
- Malan se tornou o primeiro-ministro da África do Sul.
O Apartheid e a luta pelos direitos civis na África do Sul
O regime do Apartheid era mantido com base na censura das informações e da repressão violenta por parte das forças policiais. Populações negras que se manifestavam pacificamente eram constantemente massacradas.
Contudo, houve intensa resistência da população negra do país através de grupos como o Congresso Nacional Africano (CNA). Um dos nomes de destaque do CNA foi o do advogado sul-africano Nelson Mandela.
O partido e Mandela defendiam que a resistência deveria acontecer através da desobediência civil. Em outras palavras, ações pacíficas deveriam ser colocadas em prática para demonstrar a insatisfação com a legislação de segregação.
Resistência armada
A posição pacífica foi abandonada pelo CNA e por Mandela, após o massacre de Sharpeville. Ao todo, 69 pessoas negras foram assassinadas pela polícia sul-africana. A nova estratégia foi se tornar uma resistência armada contra o Apartheid.
O CNA foi banido do país pelo governo. Em 1962, Nelson Mandela foi preso e passou 27 anos encarcerado. A liberdade só foi obtida com a transição para o fim do Apartheid.
O fim do Apartheid
O fim desse regime de segregação racial foi decorrente do isolamento internacional da África do Sul e da possibilidade de uma guerra civil. O presidente Frederik Willem de Klerk negociou os termos de uma transição pacífica para o fim do regime, entre os anos de 1990 e 1993. Em 1994, o processo foi concluído.
Resumo sobre Apartheid
- O Apartheid foi um regime de segregação racional existente na África do Sul, entre os anos de 1948 e 1994.
- Esse termo tem origem no idioma africânder e significa “separação”.
- Iniciou a partir das eleições gerais de 1948 em que o Partido Nacional, de extrema-direita, obteve o maior número de cadeiras no Parlamento.
- Esse regime estabeleceu diversas leis segregacionistas na África do Sul.
- Teve fim durante a presidência de Frederik Willem de Klerk, com o apoio de Nelson Mandela.
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