Saiba quem foi Luís Gama
Luís Gama era filho de uma mulher africana livre e de um pai branco, que o vendeu como escravo. Porém, ele conquistou sua liberdade e se tornou um reconhecido jornalista, rábula (aquele que tinha permissão de advogar sem formação no período imperial) e escritor. Foi também abolicionista, continue lendo para saber mais.
Biografia de Luís Gama
Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu no dia 21 de junho de 1830, em Salvador, Bahia. Sua mãe era uma mulher livre originária da Costa da Mina, na África. Seu pai era um homem branco fidalgo de origem portuguesa. Tudo o que se sabe sobre a vida do jornalista foi relatado por ele mesmo em uma carta autobiográfica.
Embora nunca tenha revelado o nome do pai, o jornalista disse que se tratava de um homem de uma das famílias mais importantes de Salvador. Sobre a mãe, ele afirmou que seu nome era Luísa Sahin.
Ela teria se envolvido na Revolta dos Malês, em 1835, e na Sabinada, em 1837. Por isso precisou fugir de Salvador para o Rio de Janeiro. Após a fuga, Luís Gama nunca mais soube da mãe, porém, ele a procurou pela vida toda.
Vendido como escravo
Luís Gama, sendo filho de uma africana livre, também era livre por direito. Contudo, aos 10 anos de idade, ele foi vendido como escravo pelo próprio pai. A venda foi a forma que o fidalgo encontrou para conseguir dinheiro e quitar suas dívidas de jogo.
Depois da venda, ele passou pelo Rio de Janeiro e São Paulo. O dono de São Paulo tentou vender Luís durante a sua adolescência, mas sua origem baiana pesava como um fator negativo. Os escravizados da Bahia eram mal vistos devido a movimentos como a Revolta dos Malês.
Alfabetização
Ao longo da vida como escravizado, começou a ser alfabetizado e assim obteve as provas de sua liberdade. Ele fugiu e conseguiu essa comprovação, não se tem registros de que forma isso ocorreu. A alfabetização foi um marco na vida de Luís Gama.
A vida profissional de Luís Gama
Luís Gama tornou-se um renomado jornalista e escritor. Além disso, também atuou como rábula, um advogado sem formação acadêmica, mas que tinha permissão para atuar na área. Dotado de muitos talentos, Gama foi autodidata tendo aprendido os ofícios sozinho.
Contudo, antes de se tornar jornalista, ele se alistou no exército como praça, função que exerceu até 1854. Nesse ano, ele foi dispensado do serviço militar por insubordinação contra um oficial que o tratava sem o devido respeito.
Entre os anos de 1856 e 1868, ele trabalhou na Secretaria de Polícia, porém, foi demitido devido a questões políticas. Pesquisas recentes encontraram mais informações sobre os trabalhos de escritor de Luís Gama. Em 1859, ele publicou o livro “Primeiras Trovas Burlescas” e também redigiu uma série de poemas de qualidade reconhecida.
Luís Gama e o abolicionismo
Luís Gama se tornou um dos principais nomes da causa abolicionista do século XIX. Em todas as esferas em que conseguiu se inserir, Gama, aproveitou para falar sobre a importância do fim da escravidão. Tornou-se publicamente engajado nessa luta denunciando o racismo e os horrores do regime escravista.
Ele era o que se chamava de abolicionista radical, ou seja, defendia a libertação imediata de todos os escravizados. Foi ainda um importante defensor da república. Em seu trabalho como jornalista, defendia a abolição. Atuou em jornais diversos como Radical Paulistano e Correio Paulista.
Os serviços de rábula
Gama trabalhou também como tipógrafo e redator em jornais. Oferecia os seus serviços de rábula próximo a informes sobre a fuga de escravizados. No decorrer de sua carreira de rábula, ele conseguiu a liberdade de mais de 500 negros escravizados.
Nessa atividade, ele costumava respaldar seu argumento na lei de 1831 que proibia o tráfico negreiro no Brasil. A lei não era respeitada, mas oferecia a base de que Gama necessitava. Ele provava que as pessoas em questão chegaram ao Brasil após a proibição e assim não poderiam ser escravizadas.
A morte de Luís Gama
A saúde de Luís Gama decaiu consideravelmente na década de 1880 devido ao diabetes. Sua situação foi se agravando até que ele faleceu no dia 24 de agosto de 1882. Sua morte gerou comoção em milhares de pessoas que foram ao seu funeral para lhe prestar homenagem.
Gama era amigo do escritor Raul Pompéia que registrou o seu funeral. Estima-se que mais de três mil pessoas tenham comparecido ao funeral. É interessante citar que, nesse período, a cidade de São Paulo – onde o abolicionista morava – tinha em torno de 40 mil habitantes.
Resumo sobre Luís Gama
- Luís Gama foi um proeminente jornalista, rábula e escritor do século XIX.
- Sua mãe era uma africana livre e seu pai um fidalgo de origem portuguesa.
- Após ser vendido como escravo, pelo próprio pai, conseguiu fugir do cativeiro e comprovar que por direito era livre.
- Gama foi um importante nome da causa abolicionista e usou de sua influência para defender a causa.
- Faleceu em 1882, em decorrência da diabetes. Milhares de pessoas foram ao seu funeral.
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