Saiba o significado de Tenentismo e quais são as suas características - Hexag Medicina
23/11/2023 História

Saiba o significado de Tenentismo e quais são as suas características

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Saiba o significado de Tenentismo e quais são as suas características

Na década de 1920, o Tenentismo foi um fenômeno político responsável por diversas rebeliões. Seus líderes eram jovens oficiais de baixa e média patentes do Exército Brasileiro. Dentre os principais movimentos tenentistas podemos citar a Revolução de 1924 e a Coluna Prestes. Continue lendo para saber mais.

Origem do Tenentismo

O movimento tenentista foi essencial no processo de desestabilização da ordem política vigente na Primeira República. O nascimento do tenentismo remonta à campanha eleitoral de 1922. 

As oligarquias paulista e mineira lançaram Artur Bernardes como candidato a presidente. Seu adversário foi Nilo Peçanha, este era apoiado pelas oligarquias do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. 

Conhecida como “Reação Republicana”, a candidatura de Nilo Peçanha e sua chapa buscou conquistar o voto das classes médias urbanas. Para abalar a imagem de Bernardes, foram divulgadas cartas falsas em que ele supostamente se declarava contrário aos militares. 

Mesmo com a divulgação de que os documentos eram falsos, ele ficou conhecido como um político antimilitar. A situação piorou quando Bernardes, já eleito presidente, ordenou que o Clube Militar fosse fechado e Hermes da Fonseca fosse preso. A partir de então teve início um movimento de contestação dentro do Exército Brasileiro. 

O que foi o Tenentismo?

O Tenentismo foi um movimento político-militar que ganhou força, durante a década de 1920, entre os militares de baixa e média patentes do Exército Brasileiro. Nesse período, eclodiram diversas rebeliões em quartéis espalhados por todo o território nacional. 

Esses oficiais estavam muito descontentes com a situação política do país e desejavam, através dessas rebeliões, abalar as estruturas dos grupos dominantes. O principal alvo desse movimento eram as oligarquias rurais que dominavam o Brasil. Esse era o pilar de sustentação da República Velha. 

Confira abaixo os principais movimentos tenentistas: 

  • Coluna Prestes;
  • Revolução de 1924;
  • Comuna de Manaus;
  • Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. 

Atuação do movimento tenentista

O movimento tenentista atuou no país entre os anos de 1922 e 1927. No decorrer desse período, ocorreram diversas rebeliões. Em 5 de julho de 1922, aconteceu a primeira grande revolta do movimento tenentista, na cidade do Rio de Janeiro. Essa rebelião tornou-se conhecida como Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. 

Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

O movimento também é chamado de Revolta do Forte de Copacabana. Os tenentes se rebelaram por se sentirem reprimidos pelo governo de Artur Bernardes. No decorrer da revolta, os tenentes ficaram cercados no Forte de Copacabana. 

Num certo momento, 18 oficiais, num ato de desespero, marcharam pela Avenida Atlântica na direção das tropas sob comando do governo. Apenas dois, entre os dezoito oficiais, sobreviveram: Eduardo Gomes e Siqueira Campos. 

Comuna de Manaus

Após a revolta do Forte de Copacabana, o sentimento de revolta se espalhou por outras partes do país. Em 1924, ocorreram rebeliões tenentistas em Manaus que passaram a ser conhecidas como “Comuna de Manaus”.

Coluna Costa-Prestes 

No mesmo ano, ocorreu a Revolução Paulista que posteriormente iniciaria à Coluna Costa-Prestes. Sob a liderança de Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, tropas tenentistas percorreram mais de 24 mil quilômetros do território nacional. Doze estados foram cruzados. 

Nascida em 1925, a Coluna Costa-Prestes foi o maior movimento tenentista. Foram mais de dois anos, marchando pelo interior do país e colecionando vitórias contra as tropas oficiais de Artur Bernardes. Em 1927, o movimento chegou ao fim e os seus participantes se exilaram na Bolívia. 

Divisão

Parte dos tenentistas participou da Revolução de 1930, apoiando Getúlio Vargas. O resultado foi a nomeação de vários tenentes para cargos de interventores no governo de Vargas. Passaram então a integrar a vida política do Brasil. 

Luís Carlos Prestes não apoiou Vargas e se tornou seu principal opositor. Isso provocou uma cisão entre os tenentistas. Uma parte se manteve a favor do governo e outra ao lado de Prestes. O Tenentismo Anti-Getulista, em 1945, ajudou a derrubar o então Ditador e a dar início a um novo regime político. 

Ideologia dos tenentistas

O principal ponto é que os tenentistas eram contrários à política instituída no período da Primeira República. Lutavam para derrubar o poder das oligarquias, especialmente no interior brasileiro onde as desigualdades eram mais acentuadas. 

Alegando agir em prol da defesa das instituições republicanas, o tenentismo tinha caráter salvacionista. Os militares estavam muito insatisfeitos com o pouco investimento, de acordo com a visão deles, no Exército. 

Para os tenentistas, a política da Velha República era a principal culpada pelos problemas nos quais o país estava mergulhado. O movimento era contrário ao federalismo no país sob a alegação de que esse sistema fragmentava a política. Assim a concentração de poder em núcleos regionais era favorecida. 

De maneira geral, os tenentistas defendiam um projeto baseado no liberalismo. No entanto, havia oficiais que optaram por outras ideologias como o comunismo. Defendiam que houvesse a formação de uma república autoritária para realizar as mudanças essenciais. 

Curiosidades sobre o Tenentismo

  • Boa parte dos governos dos estados brasileiros, após a Revolução de 1930, foi entregue a tenentes. Eles foram nomeados interventores. 
  • Grande parte dos comandantes militares do golpe militar de 1964 eram ex-integrantes do movimento tenentistas.
  • Dentre os ex-tenentistas de destaque no golpe estão: Ernesto Geisel, Castelo Branco, Médici, Juarez Távora e Cordeiro de Farias. 
  • O Tenentismo se manteve vivo enquanto seus integrantes viveram, isto é, até a década de 1970. 

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