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21/06/2023 Literatura

A influência do Realismo na literatura contemporânea

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
A influência do Realismo na literatura contemporânea

O movimento literário conhecido como Realismo surgiu no final do século XIX, como uma forma de oposição à subjetividade e ao lirismo do Romantismo. No Brasil, o estilo foi representado por autores como Machado de Assis e Aluísio de Azevedo.

Continue lendo para conhecer melhor o movimento e sua influência na literatura contemporânea.

O que é Realismo?

O Realismo foi um movimento literário e cultural de oposição ao Romantismo. Teve origem nas últimas décadas do século XIX. Tem como marco inicial a publicação do romance “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, em 1857. As obras realistas visavam deixar de lado a subjetividade e o lirismo, marcas da escola literária romântica.

As obras prezavam pelo uso de linguagem objetiva e direta e os temas abordados tinham grande dose de crítica social. Os autores que aderiram ao realismo desejavam trazer à tona os problemas sociais existentes e por isso não se inspiraram em modelos literários passados. A temática era mais relevante do que a forma. 

Contexto histórico do Realismo

  • O Realismo surgiu na Europa do século XIX.
  • Nesse período, o Velho Continente vivia a Segunda Revolução Industrial
  • Havia grande agitação social, cultural e política.
  • O pensamento científico passou a ser mais valorizado. 
  • Datam desse período invenções como a luz elétrica, o telégrafo, o telefone e a locomotiva. 
  • A Teoria Evolucionista, de Charles Darwin e a Teoria Positivista, de Auguste Comte, também são dessa época. 
  • Havia a proposição de analisar os fenômenos e eventos sociais de forma exata, considerando a ciência. 

Realismo na Europa

Em 1857, foi publicada a obra “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, o marco inicial do Realismo na Europa. O livro gerou grande discórdia nessa época por tratar dos costumes burgueses e de questões sociais delicadas. No Romantismo, esses temas eram escondidos atrás do lirismo e do foco nas emoções.

Flaubert, ainda apresenta o casamento como uma instituição falida em seu livro. O amor romântico é dizimado pelo uso do jogo de sedução e o adultério. Em Portugal, o movimento realista tem como marco inicial a Questão Coimbrã, em 1865. Tratou-se de um entrave entre os literatos do período, que levou a uma nova forma de escrever.

O romancista Feliciano de Castilho criticou duramente a poesia do realista Antero de Quental alegando que lhe faltava bom gosto e senso estético. O segundo respondeu através de uma carta aberta em que abordou a questão da liberdade de expressão e os ideais do Realismo. 

Realismo no Brasil

O movimento realista na Europa tinha como bases a Revolução Francesa e a Segunda Revolução Industrial. Nesse período, o Brasil vivia um lento processo de industrialização e ainda se encontrava paralisado pelo colonialismo. Contudo, mesmo num cenário tão distinto do europeu, surgiram escritores realistas brasileiros.

Esses autores apresentavam em suas obras seus ideais republicanos e abolicionistas. Recebendo grande influência dos escritores europeus, os realistas do Brasil preservavam as características do movimento, como:

  • Uso de linguagem objetiva;
  • Crítica social (principalmente contradições e o falso moralismo da burguesia);
  • Ironia como marca retórica;
  • Minuciosas descrições psicológicas dos personagens. 

Principais autores do Realismo no Brasil

  • Aluísio Azevedo – autor da obra “O Cortiço”, de 1890.
  • Machado de Assis – um dos principais nomes da literatura brasileira e autor de “Dom Casmurro”, de 1899.
  • Raul Pompéia – autor de “O Ateneu”, de 1888. 

Realismo na literatura

O Realismo na literatura representou a ruptura com o Romantismo. Isso significou deixar de lado a emoção, o sentimentalismo e o lirismo, tão marcantes na escola anterior. A realidade era apresentada de forma concreta e sem idealizações. 

As obras realistas abordaram temáticas de âmbito social, cultural e político. Os autores exploravam em seus escritos as relações humanas, o cotidiano e questões socioculturais. Nesse movimento a poesia não teve grande destaque, pois não havia muito lirismo. 

Havia o forte desejo de promover a denúncia e a crítica social atacando especialmente os valores burgueses e a desigualdade social. Os cenários eram descritos da forma mais direta possível, criando imagens realistas da sociedade. O mesmo acontecia com os personagens, detalhadamente descritos física e psicologicamente. 

A influência do Realismo na literatura contemporânea

Os movimentos de vanguarda que sucederam o Realismo promoveram uma quebra com seu compromisso de denúncia da realidade. Na segunda metade do século passado, houve uma inversão de paradigmas na literatura mundial e particularmente na brasileira. 

A crescente presença na mídia gerou a ameaça de que o imaginário artístico pudesse ser sobreposto pela realidade ficcional. O experimentalismo literário surge como uma forma de evitar esse sufocamento da criatividade. Em outras palavras, experimentar formas era uma maneira de evitar que apenas a linguagem da mídia ganhasse destaque.

Contudo, a partir da década de 1980, é possível observar uma reaproximação entre formas experimentais de literatura e o compromisso social do realismo. Na literatura contemporânea, há um esforço de alinhar aquilo que é interessante em termo de forma com uma linguagem direta e preocupada.  

O Realismo na literatura atual 

Em resumo, atualmente, a influência realista pode ser percebida na junção de representação e não representação. Muitos escritores contemporâneos vêm reforçando seu compromisso social investindo em uma produção que possa intervir na realidade. 

Esses autores desejam criar obras com testemunhos que ajudem a refletir e interpretar a realidade. Formas mais diretas e acessíveis vêm sendo adotadas por esses escritores para se aproximar do objetivo de impactar a sociedade positivamente.

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