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03/11/2022 Literatura

Quem foi Augusto dos Anjos?

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Quem foi Augusto dos Anjos?

O poeta Augusto dos Anjos é um nome singular da literatura brasileira. Embora sua obra seja constituída de apenas um livro de poemas, ele é considerado um dos principais nomes do gênero. Continue lendo para conhecer mais sobre a vida e a obra desse poeta.

A poesia de Augusto dos Anjos

Considerado o mais sombrio dentre os poetas brasileiros, Augusto dos Anjos possui uma obra singular. Sua poética não pode ser categorizada em nenhuma escola literária. Porém, é possível observar influências do Naturalismo e do Simbolismo na sua obra composta por apenas um livro de poemas.

Como seu trabalho não se encaixa em nenhuma escola literária, Augusto dos Anjos é classificado junto aos seus colegas contemporâneos do Pré-Modernismo. A poesia dele combina o uso de termos da filosofia com um toque de pessimismo e alguns termos científicos. 

Essa combinação de elementos é bastante interessante por dificilmente estar associada à poesia. A poesia de Augusto dos Anjos tem violência, sendo bastante visceral e ao mesmo tempo detentora de uma profunda angústia. 

Quem foi Augusto dos Anjos?

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em Engenho Pau D’Arco, Vila do Espírito Santo (atualmente município de Sapé, Paraíba), no dia 20 de abril de 1884. O poeta nasceu em uma família de antigos senhores de engenho. No decorrer de sua infância, assistiu a decadência financeira gradual da família. 

O pai de Augusto era bacharel em Direito e se ocupou de ensinar as primeiras letras para o filho. Prosseguindo com a vida acadêmica, foi cursar o ensino secundário no Liceu Paraibano. Em 1903, se matriculou na Faculdade de Direito de Recife.

Os primeiros poemas

No período em que ingressou na faculdade, Augusto publicou os primeiros poemas no jornal paraibano “O Comércio”. Esses poemas geraram reações negativas por parte dos leitores. O poeta ficou conhecido pelo apelido de “Doutor Tristeza” e foi considerado desequilibrado e histérico. 

Mudança para João Pessoa

Em 1907, Augusto dos Anjos se formou advogado, porém, nunca exerceu a profissão. Mudou-se de Recife para João Pessoa, capital da Paraíba, onde começou a trabalhar como professor de Literatura Brasileira e Língua Portuguesa. Casou-se, em 1910, com Ester Fialho. O casal teve três filhos, porém, o primogênito faleceu recém-nascido. 

Após se desentender com o governador da Paraíba, Augusto dos Anjos, se mudou para o Rio de Janeiro. Na capital carioca, passou a lecionar Geografia após ter passado quase um ano desempregado. 

Livro de poemas “Eu”

Em 1912, Augusto dos Anjos publicou seu primeiro e único livro de poemas intitulado “Eu”. A publicação foi possível devido à ajuda financeira do seu irmão. Contudo, a obra não obteve reconhecimento pelos leitores.

A crítica foi bastante dura com o trabalho, pois não encontrou nos poemas o lirismo comedido e parnasiano tão valorizado no período.

O fim da vida de Augusto dos Anjos

Em junho de 1914, Augusto se mudou para a cidade de Leopoldina, em Minas Gerais, para assumir o cargo de diretor de um grupo escolar local. Porém, faleceu em 12 de novembro de 1914, devido a uma pneumonia. O poeta tinha apenas 30 anos quando faleceu. 

O estilo dos poemas de Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos é considerado por muitos como o mais original entre os poetas brasileiros. É possível observar influências do Simbolismo e do Naturalismo em sua obra. Porém, a sua poesia não pode ser classificada em nenhuma das duas escolas literárias.

Os poemas de Augusto dos Anjos têm como suas marcas o uso de vocabulário científico e uma tristeza profunda. O poeta questiona a existência trazendo para sua obra a ciência e a Teoria da Evolução de Darwin. Trata-se de uma combinação no mínimo insólita.

Na poesia de Augusto dos Anjos a finitude da vida é bastante tratada com enfoque na decomposição da matéria e do apodrecimento da carne. Amor e prazer são retratados como uma luta orgânica das células, o que acontece em toda a existência humana. 

Os versos do poeta têm uma construção que ressalta essa luta. Aquilo que ele deseja dizer é dito de forma dura, com excessos e hipérboles. A métrica é rígida. A podridão, a agonia e a deformação são estéticas adotadas em sua poesia. 

Termos filosóficos e biológicos são misturados e resultam em um grito violento. A poesia de Augusto dos Anjos foi bastante influenciada por Arthur Schopenhauer. A teoria desse filósofo era a de que a felicidade era impossível, uma vez que a vida humana está sempre num pêndulo entre sofrimento e tédio. 

Livro único

A obra de Augusto dos Anjos é composta por apenas um livro intitulado “Eu”. Isso pode ser explicado pelo seu falecimento precoce, com apenas 30 anos de idade. Mas, também pode ser devido ao gosto literário da época. Os seus poemas foram duramente criticados e incompreendidos. 

Contudo, Augusto dos Anjos conquistou fama póstuma. Inclusive, na terceira edição da publicação do seu livro foram adicionados outros escritos à coletânea que passou a se chamar “Eu e outras poesias”. O livro vendeu 3 mil exemplares em apenas 15 dias e em dois meses 5.500. Esse livro já possui mais de 40 edições. 

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