A epopeia, também chamada de poesia épica, é um gênero poético que utiliza a estrutura de versos e estrofes para exaltar ações nobres e guerreiras. Essas ações, geralmente, são praticadas por pessoas relevantes, social e culturalmente. 

Criado na Grécia Antiga, esse modelo de poesia tem como seus exemplos mais famosos as epopeias “Ilíada” e “Odisseia”. A autoria de ambas é atribuída a Homero. Continue lendo para saber mais sobre esse gênero. 

Entenda o que é epopeia

O gênero poético conhecido como epopeia ou poesia épica consiste em um gênero poético onde a narrativa é predominante. O foco desse gênero está na exaltação de feitos históricos, míticos ou lendários, importantes para uma determinada cultura.

Essa palavra grega é formada pelo substantivo epós (aquilo que é expresso através da fala) e por um derivado do verbo poien (fabricar, fazer). Então a epopeia é uma formalização da fala de algo essencial pelos poetas. Essa poesia contava sobre a origem e a verdade do mundo. 

Quais são as características de uma epopeia?

• Tem como temas principais as aventuras e façanhas de um herói, no contexto da história de civilizações e povos; 
• Os protagonistas são apresentados, em versos, como “superiores”; 
• Há a presença do sobrenatural, especialmente no que diz respeito a interferência dos deuses greco-romanos no que acontece com o herói; 
• Poema narrativo cuja narração é feita por um narrador em terceira pessoa que é onisciente; 
• O poema está estruturado em versos e estrofes agrupados em livros ou cantos; 
• Usa linguagem mais objetiva; 
• Normalmente está dividido nas seguintes partes: introdução, invocação, narração e epílogo.

Textos homéricos: exemplos de epopeias

As duas epopeias mais conhecidas no Ocidente são as obras “Ilíada” e “Odisseia”. A autoria de ambas é atribuída a Homero. Os textos homéricos foram criados em torno de 750 a.C.. Eram reproduzidos oralmente pelos poetas-cantores chamados de adedos. Essas epopeias ganharam suas versões escritas por volta do ano 500 a.C. 

É interessante citar que antes das obras de Homero, existiu o poema épico “A epopeia de Gilgamesh”. Essa epopeia narra a história do rei Gilgamesh, governador da cidade sumeriana de Uruk (1900-1600 a.C.).

A epopeia “Ilíada”

Em grego, llias refere-se à cidade troiana de Ílion ou à Troia. Essa epopeia tem como tema o cerco dos gregos à cidade de Ílion. Um fato que se desenrolou em aproximadamente 50 dias de uma guerra que durou 10 anos. 

Os versos de Homero apresentam os personagens mais relevantes dessa história e da mitologia grega como Helena, Páris, Ulisses, Heitor, Agamêmnon e Aquiles. O protagonismo dessa epopeia está na tragédia de Aquiles. Mesmo que os outros personagens participem e haja intervenção dos deuses do Olimpo.

Aquiles

Quando Aquiles, um semideus, se irrita com o líder do exército grego Agamêmnon e se retira da batalha, os gregos passam a sofrer derrotas para os troianos. Pátroclo, o escudeiro e amigo de Aquiles, retorna à batalha para evitar a derrota grega, mas acaba sendo morto por Heitor, filho do rei de Troia.

Com o desejo de vingar a morte de Pátroclo, Aquiles retorna à guerra e ceifa a vida de Heitor. Porém, Aquiles é atingido por uma flecha em seu calcanhar, essa era a única parte do seu corpo que apresentava vulnerabilidade física. 

A mãe de Aquiles, avisada sobre o destino trágico de seu filho, o mergulhou em um dos rios que banham o Mundo dos Mortos, o rio Estige. Ela desejava que ele se tornasse imortal. Porém, ela o segurou pelo calcanhar ao mergulhá-lo e, assim, essa parte não foi banhada pelas águas do rio. 

A epopeia “Odisseia”

Com mais de 12 mil versos, a Odisseia é uma epopeia que narra a história do regresso de Ulisses (Odisseu) para o reino de Ítaca, sua terra natal. O herói estava na Guerra de Troia, a epopeia narrada em “Ilíada”.

Quando Ulisses partiu para Troia deixou em seu reino a esposa Penélope e o filho Telêmaco, com apenas um mês de vida. A Guerra de Troia durou 10 anos e Ulisses levou mais 10 anos para retornar para Ítaca. Assim ficou longe de sua família por 20 anos.

Penélope

O posto de rei foi bastante cobiçado durante essas duas décadas. Diversos pretendentes se apresentaram para Penélope, sob o pretexto de que Ulisses não voltaria, que teria morrido em combate.

A amada de Ulisses nunca perdeu a esperança de que seu marido retornasse. Assim, Penélope usou de uma artimanha para escapar dos pretendentes. Para eles, dizia que somente poderia se casar novamente quando terminasse a mortalha com a qual o pai de Ulisses pudesse ser enterrado.

Todas as noites, Penélope desfazia o que havia passado o dia costurando e assim nunca terminou a confecção da peça. Em paralelo, se desenvolvia a história de aventura de Ulisses.

Ulisses

O caminho de volta de Ulisses foi repleto de perigos e aventuras. Ele foi prisioneiro da ninfa Calipso em uma ilha. Sofreu ameaças de perigosas sereias cujo canto mágico poderia enlouquecer qualquer um. 

E passou por diversas outras peripécias. Quando chega a Ítaca, Ulisses se disfarça de mendigo e observa as ações inescrupulosas dos pretendentes de Penélope que desejam o trono de Ítaca. 

A disputa de arco e flecha

No dia seguinte, sem saber do retorno do marido, Penélope diz que os pretendentes devem disputar sua mão em uma disputa de arco e flecha. Os candidatos devem usar o arco e flecha de Ulisses, nenhum deles consegue acertar o alvo, pois o arco é muito pesado. Com o disfarce de mendigo, Ulisses se candidata e acerta o alvo. 

Após vencer a disputa, Ulisses dispara flechas contra os pretendentes. Então ele se apresenta a Penélope que demora algum tempo para acreditar que se trata de seu marido que retornou. 

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