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23/01/2024 Literatura

Saiba quem foi Fernando Sabino e as características de suas crônicas

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Saiba quem foi Fernando Sabino e as características de suas crônicas

Nascido em 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Fernando Sabino foi romancista e cronista. Aos 10 anos de idade decidiu se tornar escritor e publicou seu primeiro conto aos 12. Também se formou em Direito, atuou como cineasta e teve como sua marca de escrita a ironia e bom humor. 

Quem foi Fernando Sabino?

O escritor Fernando Sabino nasceu em 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Estudou no Grupo Escolar Afonso Pena, no Ginásio Mineiro. Aos 10 anos de idade decidiu que se tornaria escritor. Com 12 publicou o seu primeiro conto na revista Argus. Aos 15, escreveu um artigo para a revista Mensagem. 

Ingressou na Faculdade de Direito, em 1941, mesmo ano em que publicou o seu primeiro livro intitulado “Os grilos não cantam mais”. Sabino enviou um exemplar desse livro para o escritor Mário de Andrade (1893-1945). A partir de então, os dois autores passaram a se corresponder. 

Vida profissional

Em 1944, o escritor se mudou para o Rio de Janeiro, onde concluiu o curso universitário. Mudou-se para Nova Iorque, em 1946, onde trabalhou no Escritório Comercial do Brasil. Enquanto morou nos Estados Unidos, escreveu crônicas sobre a vida americana, em periódicos brasileiros como Diário Carioca e O Jornal. 

Em 1948, Sabino voltou ao Brasil e passou a trabalhar como escrivão, paralelamente escreveu para o Diário Carioca. O escritor pediu exoneração do cargo no cartório, em 1957, para se dedicar à literatura. Três anos mais tarde, tornou-se um dos fundadores da Editora do Autor.

Londres e novos rumos 

Ao mudar-se para Londres, em 1964, atuou como adito cultural. Também trabalhou como correspondente do Jornal do Brasil. Retornou ao Brasil, dois anos depois, e vendeu a sua parte da Editora do Autor. Com o dinheiro ele fundou a editora Sabiá, em sociedade com Rubem Braga (1913-1990).

Alguns anos depois, essa editora foi vendida para José Olympio. Dedicou-se ao cinema por um período tendo produzido alguns documentários. Ao encerrar a sua fase como cineasta começou a escrever para a Revista Manchete e Jornal do Brasil. 

Em 1980, Fernando Sabino ganhou o Prêmio Jabuti pelo livro “O grande mentecapto”. No ano de 1999, recebeu o Prêmio Machado de Assis. O escritor faleceu em 11 de outubro de 2004, no Rio de Janeiro. 

Características das crônicas de Fernando Sabino

O escritor Fernando Sabino faz parte da terceira fase modernista (ou pós-modernismo). A obra do cronista fala sobre questionamentos existenciais e monólogo interior. Contudo, o elemento urbano e bem-humorado também faz parte da sua produção. Essas crônicas tratam da vida urbana com lirismo e absurdo. 

Sabino usava como recursos estilísticos a metáfora, a intertextualidade e a metalinguagem. Em suas crônicas também podem ser encontrados o humor e a ironia presentes em seu romance “O grande mentecapto”. O escritor também tinha como marcas o uso do tom coloquial, fragmentação e estrutura não convencional. 

Obras de Fernando Sabino

  • Os grilos não cantam mais (1941);
  • A marca (1944);
  • A cidade vazia (1950);
  • A vida real (1952);
  • Lugares-comuns (1952);
  • O encontro marcado (1956);
  • O homem nu (1960);
  • A mulher do vizinho (1962);
  • A companheira de viagem (1965);
  • A inglesa deslumbrada (1967);
  • Deixa o Alfredo falar (1976);
  • O encontro das águas (1977);
  • Crônica irreverente de uma cidade tropical (1977);
  • O grande mentecapto (1979);
  • Medo em Nova York (1979);
  • Gente (1979);
  • A falta que ela me faz (1980);
  • O menino no espelho (1982);
  • O gato sou eu (1983);
  • A vitória da infância (1984);
  • Macacos me mordam (1984);
  • A faca de dois gumes (1985);
  • O pintor que pintou o sete (1987);
  • Martini seco (1987);
  • O tabuleiro de damas (1988);
  • De cabeça para baixo (1989);
  • A volta por cima (1990);
  • Zélia, uma paixão (1991);
  • O bom ladrão (1992);
  • Aqui estamos todos nus (1993);
  • O outro gume da faca (1996);
  • Amor de Capitu (1998);
  • No fim dá certo (1998);
  • A chave do enigma (1999);
  • O galo músico (1999);
  • Cara ou coroa? (2000);
  • Duas novelas de amor (2000);
  • Livro aberto (2001);
  • Os caçadores de mentira (2003);
  • Os movimentos simulados (2004);
  • Bolofofos e finifinos (2004). 

Livro “O grande mentecapto”

Na obra, “O grande mentecapto”, o protagonista se chama José Geraldo Peres da Nóbrega e Silva, porém, ele é mais conhecido como Geraldo Viramundo. Trata-se de uma criança que mora na cidade de Rio Acima, em Minas Gerais. 

Na infância ele precisa enfrentar o trauma de perder o seu amigo Pingolinha, morto por um trem. Esse acontecimento marca a vida do menino. Algum tempo depois, quando ele tem por volta de 15 anos de idade, torna-se seminarista na cidade de Mariana. 

Aos 18 anos, Viramundo é expulso do seminário. O jovem então decide que passará a perambular em Minas Gerais. Conhece e se apaixona por Marília Ladisbão, em Ouro Preto. Em Barbacena, o protagonista é internado por um período em um hospício. Torna-se militar em Juiz de Fora e é preso na cidade de Tiradentes. 

Em Uberaba, Sabino confronta um touro, em Curvelo, ele conversa com um fantasma. Ao longo da obra, Viramundo vive diversas aventuras por cidades de Minas Gerais como Araxá, Sabará, Varginha e Pirapora. 

Em Belo Horizonte, é internado mais uma vez em um hospício. Ao deixar a capital mineira, o grande mentecapto, Geraldo Viramundo segue em direção à sua morte. Nessa obra se desenvolve um relato cômico e trágico. 

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