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11/04/2023 Literatura

Manuel Bandeira: conheça mais sobre a vida desse poeta

Escrito por Hexag Educacional @hexagmedicina
Manuel Bandeira: conheça mais sobre a vida desse poeta

O poeta Manuel Bandeira integrou a geração de 1922 que impulsionou o modernismo no Brasil. No artigo a seguir iremos apresentar um pouco mais sobre a sua trajetória e desafios ao longo da vida. Boa leitura!

Biografia de Manuel Bandeira

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu no dia 19 de abril de 1886 em Recife, Pernambuco. O poeta foi um dos escritores da geração de 1922 que foi responsável pela difusão do modernismo no Brasil. Tornou-se o ocupante da 24ª cadeira da Academia Brasileira de Letras.

Mudou-se para o Rio de Janeiro, ainda novo, e cursou o Ensino Médio no Colégio Dom Pedro II. Iniciou a faculdade de arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, em 1903, porém, precisou deixar o curso ao descobrir que tinha tuberculose. Nessa época, essa doença bacteriana, ainda não tinha um tratamento eficiente.

Tratamento médico

Para cuidar de sua saúde, Manuel Bandeira, residiu em Campanha, Minas Gerais e também Teresópolis e Petrópolis, no Rio de Janeiro. O pai do poeta juntou todas as suas economias e o enviou para realizar tratamento médico no Sanatório de Clavadel, na Suíça. O escritor permaneceu na Europa entre junho de 1913 e outubro de 1914.

Retornou ao Brasil devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial. Trouxe na bagagem seu primeiro livro finalizado, “As Cinzas das Horas” (1917). Esse livro se caracteriza por:

  • Ter diversos poemas de sonetos.
  • Rimas ricas.
  • Métricas perfeitas.
  • Influência da estética parnasiana e simbolista.
  • Tema e vocabulário pendendo para o dramático como em “Eu faço versos como quem chora” ou “Meu verso é sangue”.
  • Ter poemas formais que usam métrica fixa (versos com dez sílabas poéticas). 

Carreira literária

Quando retornou ao Brasil, Bandeira publicou o livro “A Cinza das Horas”. A edição de 200 exemplares foi custeada por ele próprio. Passados dois anos, publicou o segundo livro “Carnaval”. 

Recebeu a nomeação de inspetor federal do ensino, em 1935. No ano seguinte, 1936, foi publicada uma coletânea de estudos a respeito de sua obra, “Homenagem a Manuel Bandeira”. A publicação foi assinada por alguns dos principais críticos do período. Bandeira conquistou a consagração pública.

Atuou como professor de literatura, entre os anos de 1938 e 1943, no Colégio Pedro II. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1940. Em seguida foi nomeado professor de Literaturas Hispano-Americanas na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil. Em 1956, se aposentou nesse cargo. 

Academia Brasileira de Letras

Em 29 de agosto de 1940, Manuel Bandeira foi eleito como o terceiro ocupante da cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras. O patrono da cadeira é Júlio Ribeiro. Bandeira sucedeu Luís Guimarães Filho e foi recebido, em 30 de novembro de 1940, por Ribeiro Couto. 

Falecimento

Em 13 de outubro de 1968, Manuel Bandeira faleceu em decorrência de uma hemorragia gástrica, no Rio de Janeiro. Ele tinha 82 anos de idade e foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Características da obra de Manuel Bandeira

A produção artística de Manuel Bandeira é bastante marcada pela tuberculose e pela iminência da morte. Os seus textos, especialmente nos primeiros livros, têm um ar pessimista e melancólico, mesmo sendo diretos e simples. Conheça a seguir as principais fases da obra de Manuel Bandeira.

Fase pós-simbolista

A primeira fase da obra de Manuel Bandeira se caracteriza por ser uma etapa pós-simbolista. Nesse período seu trabalho está entrelaçado ao movimento literário do simbolismo, dessa forma podemos identificar:

  • Uso de sinestesias (mistura de sentidos);
  • Poesia formal;
  • Uso do formato de soneto.

Podemos citar como exemplo do uso de sinestesia o poema “Desencanto” em que Manuel Bandeira escreveu o seguinte verso: “Dói-me nas veias/Amargo e quente”.

Fase modernista

O trabalho de Manuel Bandeira passou a apresentar traços modernistas nessa segunda fase estando mais ligado ao cotidiano abordando temas como:

  • Infância;
  • Família;
  • Prostitutas;
  • Posição social dos mais pobres;
  • Relações amorosas entre outros.

É uma fase em que o poeta traz lirismo para as ruas, algo que aparece no poema “Momento num Café”. É possível perceber que o poeta abriu mão do formalismo do simbolismo e do parnasianismo utilizando versos livres e brancos. 

Os Sapos

O poema “Os Sapos” é um marco importante dessa fase modernista de Bandeira. Os versos são bastante irônicos e satirizam o parnasianismo, movimento artístico antecessor do Modernismo. 

A produção de caráter modernista do poeta começou com a sua participação na Semana de Arte Moderna de 1922. Os dois livros de maior destaque dessa fase foram: 

  • Libertinagem (1930);
  • Estrela da Manhã (1936).

Na obra “Libertinagem”, Bandeira faz referência à tuberculose utilizando, inclusive, termos técnicos, gerando um grau de ruptura modernista. Podemos citar como exemplo o uso do vocabulário relacionado à doença em:

“Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos / A vida inteira que podia ter sido e que não foi / Tosse, tosse, tosse”.

Fase pós-modernista

Na fase pós-modernista, Manuel Bandeira passou a utilizar versos tradicionais e algumas formas populares como o rondó. O rondó é um poema que possui somente duas rimas e três estrofes, tem o total de quinze versos. Podemos citar como exemplo o poema “Canto de Natal”. 

Gostou de saber mais sobre a vida e a obra de Manuel Bandeira? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag Medicina!

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