O Modernismo em Portugal tem como marco inicial a publicação da Revista Orpheu, em 1915. No artigo a seguir explicaremos mais sobre o movimento modernista e como ele representou uma verdadeira revolução da literatura portuguesa.

Modernismo em Portugal: saiba mais sobre a revolução na Literatura Portuguesa

O Modernismo é um movimento que se caracteriza por romper com os padrões e gerar inovação. No começo do século XX, surgiu a Escola Literária Modernista, esse foi um período bastante conturbado no continente europeu e no mundo como um todo.

Antes do movimento artístico se consolidar, houve o chamado Pré-Modernismo. Em 1915 – um ano após o início da Primeira Guerra Mundial – houve a publicação da Revista Orpheu, marco inicial do Modernismo em Portugal. 

Contexto Histórico do Modernismo 

O Modernismo se desenvolveu num período entre a Primeira (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Paralelamente aos conflitos bélicos ocorreram verdadeiras revoluções no campo da ciência e desenvolvimento humano. Einstein apresentou ao mundo a Teoria da Relatividade e Freud, a Psicanálise.

Também foi um período de grandes transformações tecnológicas como o desenvolvimento do telefone, da eletricidade, cinema e avião. Esse contexto de grandes mudanças no estilo de vida das pessoas teve influência nos pensamentos da época. Isso contribuiu para o surgimento de um novo movimento literário. 

Contexto Histórico do Modernismo em Portugal

Em 1910, foi proclamada a república em Portugal. Dois partidos políticos foram criados:

• Situacionista – que apresentava uma proposta saudosista e desejava reviver os anos de glória vividos pelo país.
• Inconformados – esse partido desejava romper com o padrão e estilo adotados até então. A inovação era a grande proposta.

Os Situacionistas tentaram reviver o passado glorioso através do lançamento da Revista Águia. Essa publicação pretendia instigar nas pessoas o orgulho português de conquistas anteriores. Por sua vez, os Inconformados rejeitaram essa ideia porque queriam despertar o espírito crítico nos portugueses.  

Principais Características do Modernismo em Portugal

• Uso de linguagem coloquial, do dia a dia;
• Distanciamento de qualquer tipo de sentimentalismo; 
• Espírito crítico;
• Espírito questionador; 
• Excentricidade;
• Originalidade;
• Espírito dinâmico que acompanhava as transformações promovidas pela tecnologia;
• Rompimento com o passado;
• Busca pela inovação;
• Oposição às normas, adoção de uma atitude considerada “anárquica”. 

Gerações Modernistas em Portugal

As gerações do Modernismo em Portugal são divididas em três grupos de acordo com os escritores de destaque e os seus estilos. 

O Orfismo (ou A Geração de Orpheu)

A primeira geração modernista de Portugal é chamada de “Geração de Orpheu” em referência ao nome da publicação de 1915. A revista Orpheu representa a fronteira entre o início do Modernismo e a escola literária anterior. 

Os responsáveis pela publicação foram Fernando Pessoa, Almada Negreiros e Mário Sá Carneiro. Eles são considerados como o primeiro grupo modernista. A publicação gerou grande escândalo na época e teve duração de somente um ano. Mário de Sá Carneiro cometeu suicídio e isso acarretou em problemas financeiros para a revista. 

Autores do Orfismo

As duas principais influências dessa geração modernista foram as Vanguardas Europeias do Futurismo e do Expressionismo. Conheça os principais nomes desse período abaixo.

Fernando Pessoa (1888-1935)

O escritor Fernando Pessoa foi o principal nome do Orfismo e também a personalidade mais marcante do Modernismo em Portugal. Ele escreveu a obra “Mensagem” e criou os seguintes heterônimos:

• Ricardo Reis – autor de “Prefiro Rosas” e “Breve o Dia”;
• Alberto Caeiro – autor de “Pastor Amoroso” e “Poemas Inconjuntos”;
• Álvaro de Campos – autor de “Ode Marítima” e “Tabacaria”. 

Mário de Sá Carneiro (1890-1915)

A obra de Mário de Sá Carneiro tem como principal tema a insatisfação psicológica. Seus principais contos incluem:

• “A Confissão de Lúcio”; 
• “Princípio”; 
• “Céu em Fogo”.

Na poesia podemos citar como trabalhos de Sá Carneiro:

• “Dispersão”;
• “Poesias”;
• “Indícios de Oiro”. 

Almada Negreiros (1893-1970)

Almada Negreiros foi um artista plástico de destaque, porém, também escreveu textos, manifestos futuristas, peças de teatro, entre outros. 

O Presencismo (ou A Geração de Presença)

A publicação da Revista Presença, em 1927, marca o início da segunda fase do Modernismo em Portugal. Os fundadores dessa revista foram João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e José Régio. O grupo desejava continuar o trabalho iniciado pela Revista Orpheu.

Autores do Presencismo

A seguir, conheça os principais nomes da segunda fase do Modernismo em Portugal.

José Régio (1901-1969)

José Régio foi escritor, diretor e editor da Revista Presença. Também escreveu poemas como:

• “Jogo da Cabra-Cega”;
• “Poemas de Deus e do Diabo”;
• “Há mais Mundos”.

João Gaspar Simões (1903-1987)

Foi um crítico e investigador literário de grande influência. Em seu trabalho se destacam os seguintes romances:

• “Amigos Sinceros”;
• “Romance numa Cabeça”;
• “Internato”.

Branquinho da Fonseca (1905-1974)

Produziu também sob o pseudônimo de António Madeira. Dentre suas obras se destacam:

• “Poemas”;
• “Mar Coalhado”;
• “Bandeira Preta”.

Neorrealismo

A terceira fase do Modernismo em Portugal teve início em 1940, com a publicação de “Gaibéus”, de Alves Redol. Foi um período marcado pela oposição ao ditador Antônio de Oliveira Salazar. 

Autores do Neorrealismo

Conheça melhor os autores da terceira fase do Modernismo em Portugal. 

Alves Redol (1911-1969)

Alves Redol foi o primeiro autor dessa fase e em seu trabalho se destacam as obras:

• “Glória”;
• “Marés”;
• “A Barca dos Sete Lemes”. 

Ferreira de Castro (1898-1974)

Trata-se do autor mais relevante dessa geração, na sua obra se destacam:

• “Emigrantes”;
• “A Selva”;
• “Eternidade”. 

Soeiro Pereira Gomes (1909-1949)

Soeiro Pereira Gomes era comunista e tem como sua obra-prima “Esteiros”. Outros destaques são:

• “Contos Vermelhos”;
• “Engrenagem”.

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